sexta-feira, 11 de novembro de 2011

8 objetivos do milênio e a mortalidade materna no Brasil


Na semana passada tive a oportunidade de participar do 10º Congresso Internacional de Saúde Urbana que aconteceu em Belo Horizonte, no Minascentro, concomitante ao 2º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG. Os dois congressos têm grande importância na perspectiva da saúde internacional e nacionalmente. E por essa importância achei que valia um post aqui no Blog falando do que tivemos de destaque da saúde materno infantil.

Em todos os dias do congresso internacional tivemos uma ou mais salas para exposição oral de trabalhos de todo o mundo, falando sobre a saúde materno infantil. Foram apresentados trabalhos do Brasil, Índia, Estados Unidos, Israel, Gahna, Austrália e outros países. Chama a atenção as pesquisas da Índia e de Gahna que destacam a importância da educação, água tratada, assistência ao pré natal e parto e a amamentação para diminuir a mortalidade materna e infantil, dados que discutem com os já consolidados no Brasil. Outro estudo interessante é o australiano que indica o aumento da mortalidade materna entre as classes A e B, que pode ter uma de suas explicações baseadas nas altas taxas de cesárea sem indicação médica real e necessária.

Um dos principais destaques foi o trabalho “Movimento BH pelo parto normal: mobilização pela promoção da saúde da gestação à vida adulta”, da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte em parceria com várias instituições, coordenado pela Sônia Lanski, que ganhou o 2º lugar entre os melhores trabalhos do congresso nacional.

Além desses importantes resultados o que mais me marcou foi uma fala do Helvécio Magalhães, atual Secretário da Secretaria de Atenção a Saúde do Ministério da Saúde e ex secretario de saúde de Belo Horizonte, em uma mesa sobre a qualidade do SUS. Ele escolheu exatamente o exemplo da atenção à saúde materna para destacar os desafios que ainda temos que enfrentar e o foco na melhoria da qualidade de atenção. Na sua fala um fato assustador ao qual precisamos nos atentar!

Até o ano de 2015 o Brasil terá atingido todos os objetivos do milênio, com excessao do de MORTALIDADE MATERNA!!!


Precisamos pensar seriamente porque avançamos tanto na saúde e não conseguimos diminuir de forma efetiva a mortalidade materna!

A nossa sociedade precisa refletir! Os brasileiros precisam refletir!

Não consigo deixar de pensar que isso tem tudo a ver com a taxa de cesárea no Brasil ser entre 50 e 70% (variando de cidade e entre o serviço publico e privado – sendo as maiores taxas no setor privado), número muito distante do aceito pela OMS de 15%!

E ai? O que vamos fazer para mudar essa situação???

2 comentários:

  1. Excelente texto, Lu, uma grande provocação! Falta informação sobre as vantagens do parto normal, tanto para mãe quanto para o bebê. É preciso falar mais de saúde nos veículos de comunicação e esse é um assunto que deve estar na pauta! É importante também compreender o porquê disso tudo... Cesárea envolve custos que o parto normal não envolve e por isso na rede privada ele é tão difundido. As mães tem medo de parto normal, da criança passar da hora de nascer... Mais uma vez, falta informação!
    Grande abraço! Luana.

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    1. Luana, vamos juntas espalhando a importância do Parto Normal, cada uma em uma ponta do pais! Bjus

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