domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Ilustração e o Sentimento

Nas histórias e livros com texto escrito a ilustração tem o seu lugar. A página ganha magia e encantamento. A ilustração ajuda a transportar-nos para o mundo do maravilhoso, chama a atenção do leitor, prendendo-o à história. No entanto temos que tomar cuidado com a caracterização dos personagens. Algumas vezes podemos quebrar o encanto do imaginar a cara de um personagem, outras vezes limitar a imaginação através de uma ilustração.

Abramovich (1989) observou que, nos livros infantis, o ético e o estético são reforçados. A bruxa e o gigante são sempre assustadores. A princesa e o príncipe sempre loiros e bonitos. Padrões estéticos e estereotipados da nossa sociedade.

Nas histórias infantis há espaço para todos os tipos de sentimentos. É assim que a criança, que ainda não consegue separar o sentimento do mundo real do mundo da imaginação, vai conhecê-los e aprender a lidar com eles. Encontramos nas histórias idéias engraçadas, o tédio, o aborrecimento, o mau humor, a irritação, lamentações, queixas, a incompetência adulta, sustos, espantos, verdades, alegrias, prazeres, amor, saudade...

Cada autor aborda o sentimento de uma forma diferente. Monteiro Lobato é mestre na arte de fazer sentir. Todos conhecemos sua personagem Emília, a boneca falante, do Sítio do Pica Pau Amarelo. Emília é faladeira, irreverente, fala o que pensa e sente na hora que quer, gosta e desgosta, manda e desmanda, aprende a lidar com seus sucessos e seus fracassos, chora, ri, sente medo, ciúmes, inveja, saudade, alegria e amor. Com a Emília as crianças aprendem também novas maneiras de enfrentar as mais diferentes situações e conhecem lugares inimagináveis. Conhecer o mundo da Emília é deixar a imaginação correr solta.

O mundo das histórias é vasto e enriquecedor. Uma criança não pode ficar de fora desse mundo. E um adulto, se quiser se manter saudável, sempre criança, não deve nunca se desligar do mundo do maravilhoso. É papel do adulto propiciar às crianças novas experiências de contato com livros e histórias, entrando assim ele mesmo em contato, e garantindo um bom desenvolvimento intelectual e emocional da criança.

Texto por: Luísa M M Fernandes
(Fonoaudióloga – CRFa 6630 e Doula)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Arte de Contar Histórias

É muito importante que o contador tenha lido antes a história e conheça bem o texto, assim não haverá surpresas. A arte de contar histórias promove o equilíbrio do que é ouvido com o que é sentido. É o uso simples e harmônico da voz!

Ao contar histórias precisamos usar a voz, interpretando cada personagem, transmitir no rosto as emoções do momento e com o corpo prender a atenção de todos, com gestos e contatos individuais. E ouvir histórias não é importante só para aquelas crianças que não sabem ler, é fundamental para todos. É um momento único, o momento da contação, onde se desenvolve a habilidade de prestar atenção, escutar, pensar, ver com os olhos da imaginação, se envolver na história e se apaixonar por ela.


 Outra forma de entrar em contato com a história é através dos livros sem textos. Uma experiência muito importante para as crianças. Precisamos deixar que elas brinquem com os livros, manuseiem. São livros apenas de ilustrações que contam histórias simples e para isso pedem a participação do leitor.

É interessante observar os diferentes materiais de se construir essas histórias. Livros de matérias diferenciados, plástico, pano, papel, com personagens em relevo, algumas vezes que se mexem, outras vezes que acompanham a história até o final. Alguns livros podem ser montados pelas crianças formando cenários como casas, circos e castelos. Outros foram feitos para a criança colorir.

Mesmo sem textos escritos a histórias tem uma narrativa sequenciada e completa. Dá a oportunidade às crianças de oralizar a história, criar seu próprio texto em cima da cena do livro. A narrativa visual, quando bem feita, estimula a criatividade e permite diferentes explorações e criações da criança. Mais uma vez Abramovich (1989), destacando a importância dessa narrativa afirma que esses livros (feitos para crianças pequenas, mas que podem encantar aos de qualquer idade) são, sobretudo, experiências de olhar... De um olhar múltiplo, pois se vê com os olhos do autor e do olhador/leitor, ambos enxergando o mundo e as personagens de modo diferente, conforme percebem esse mundo...

Texto por: Luísa M M Fernandes
(Fonoaudióloga – CRFa 6630 e Doula)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O MUNDO DO MARAVILHOSO

Para as crianças a literatura é o mundo do maravilhoso. O pensamento das crianças entra no mundo mágico, através da linguagem das fábulas, mitos e lendas. De acordo com Oliveira (s/d), o maravilhoso sempre foi e continua sendo um dos elementos mais importantes na literatura destinada às crianças. Através do prazer ou das emoções que as estórias lhes proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e personagens vai agir em seu inconsciente, atuando pouco a pouco para ajudar a resolver os conflitos interiores normais nessa fase da vida.

As histórias são muito importantes na vida da criança, a ajudam a perceber e entender o mundo a sua volta. O contato com a história e a leitura pode ocorrer de diversas maneiras: oralmente, manuseando um livro, observando gravuras ou lendo um livro.

O primeiro contato da criança com um texto é feito oralmente. Pode começar até mesmo antes dela nascer. É interessante ler para bebês ainda na barriga para que estes conheçam a voz de seus familiares. Podemos observar como os bebês se acalmam no útero enquanto ouvem uma história. Depois disso, escutar uma história ficará ainda mais prazeroso. Podem ser contos de fadas, trechos da Bíblia ou história inventada, tendo a criança e os pais como personagens.

Abramovich (1989) nos mostra que a leitura é prazerosa para o adulto e para a criança e traz novas oportunidades. É através da história e dos seus personagens que a imaginação da criança será suscitada, incentivada a criar perguntas e buscar soluções, descobrirá novas formas de solucionar questões imitando os personagens, novos lugares, novos assuntos, vai rir, sorrir, gargalhar, sentir medo, tristeza, alegria, pavor, insegurança, raiva, bem estar, tranquilidade. É descobrir o mundo e adquirir conhecimento sem ter cara de aula.


Texto por: Luísa M M Fernandes
(Fonoaudióloga – CRFa 6630 e Doula)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS

Há alguns anos atrás, na faculdade, fiz um trabalho sobre a literatura infantil para uma disciplina. O trabalho foi uma delícia de ser feito e abriu um mundo novo de fantasias. Assim, resolvi transformar-lo em uma série de post sobre a Literatura Infantil.

A cada 2 dias vou colocar um texto novo sobre o assunto! Fico esperando ansiosa o comentário de todos!

Então vamos lá...

É no encontro com qualquer forma de Literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Nesse sentido, a Literatura apresenta-se não só como veículo de manifestação de cultura, mas também de ideologias.

A Literatura Infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. Sendo fundamental mostrar que a literatura deve ser encarada, sempre, de modo global e complexo em sua ambigüidade e pluralidade.

Até bem pouco tempo, em nosso século, a Literatura Infantil era considerada como um gênero secundário, e vista pelo adulto como algo pueril (nivelada ao brinquedo) ou útil (forma de entretenimento). A valorização da Literatura Infantil, como formadora de consciência dentro da vida cultural das sociedades, é bem recente.

Para investir na relação entre a interpretação do texto literário e a realidade, não há melhor sugestão do que obras infantis que abordem questões de nosso tempo e problemas universais, inerentes ao ser humano. Não é apenas trazer para o texto um conjunto de temáticas vinculadas, (pobreza, menor abandonado, pais separados, sexo etc.) por contigüidade, ao contexto social no qual se pretende inserir a criança. E sim fazer uma construção plana, previsível, sem surpresas, numa linguagem que tem por tarefa, apenas, ser canal expressivo de valores e de conceitos fundados sobre a realidade social.

"Infantilizar" as crianças não cria cidadãos capazes de interferir na organização de uma sociedade mais consciente e democrática.

“Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo...”(Abramovich, 1989).

Ah! Aproveito para já agradecer minhas antigas colegas de grupo, hoje fonoaudiólogas super competentes: Fernanda Campos, Camila Alexandra, Bárbara Justo e Ana Paula Gonçalves (daqui a pouco a primeira mamãe do grupo!)

Texto por: Luísa M M Fernandes
(Fonoaudióloga – CRFa 6630 e Doula)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pincelando sobre o Desenvolvimento Infantil - Da Barriga aos 6 anos!


Conhecer um pouco sobre o desenvolvimento infantil é sempre legal para saber como estimular seu filho da melhor forma! Então vamos pincelar um pouquinho sobre esse assunto!

É importante ressaltar que vamos falar aqui do desenvolvimento normal, onde estabelecemos parâmetros para o que devemos esperar. Acontece que não podemos nos esquecer que cada criança é única, com seu contexto familiar e escolar. Quantas vezes as crianças de hoje não nos surpreendem com ações e falas que não esperaríamos para a sua idade? Falar do que esperamos é importante, mas no caso de dúvida o melhor é conversar com um profissional, que vai poder dizer se o que está acontecendo é algo que a criança vai superar sozinha ou que precisará de ajuda.

A criança começa seu desenvolvimento desde dentro do útero. Por volta da 20ª semana de gestação ela já pode ouvir os sons. Ouve os sons de dentro do corpo da mãe, como o batimento cardíaco e a respiração e também todos os sons que vem de fora. Por isso é importante já conversarmos com o bebê ainda dentro da barriga. Uma boa forma de fazer isso é contando histórias. Assim quando o bebê nasce, já reconhece a voz daqueles que estiveram por perto durante a gestação, se sentindo seguro.

Ao nascer o bebê começa a descobrir o mundo a sua volta e aos poucos entendê-lo, desenvolvendo a linguagem, junto com o motor. Um está associado ao outro. Nos primeiros dias o bebê começa a perceber o seu corpo quando esta em contato com o da sua mãe, principalmente no momento da amamentação.

A amamentação correta e especialmente nos primeiros seis meses de vida é fundamental para garantir uma boa nutrição da criança e também o desenvolvimento das estruturas da face. Quando ela esta sugando o seio e fazendo um esforço para isso, esta propiciando um desenvolvimento adequado, que depois vai interferir na respiração, no posicionamento dos dentes e na fala.

No inicio o bebê explora o mundo na maior parte do tempo deitado, olhando para cima e costuma levar tudo a boca, a parte mais sensível de seu corpo. Dos 3 aos 6 meses a criança já consegue sustentar a cabeça e logo sustentará o corpo e aprenderá a virar e se deslocar arrastando. Seu campo de exploração do mundo aumenta. É importante que possa brincar no chão e tenha espaço para se movimentar. Essa também é a fase em que descobre os pés. Gosta também de brincar com os sons que produz (Exemplo: “gu-gu-gu” ou “hm,hm,hm”, sorrisos, gargalhadas, gritos e murmúrios) e é importante estimular esses sons, imitando a criança, como se fosse em uma conversa.
   
Dos 6 aos 9 meses ela aprende a sentar e assim, com as mãos livres vai poder explorar muito melhor os objetos. Aqui também é importante introduzir outros alimentos na alimentação, permitindo a exploração de gostos e texturas, como também o complemento nutricional. Nessa idade já usam a comunicação de forma intencional, não gostam de ficar sozinhos, sempre pedindo atenção. Sua brincadeira favorita e jogar objetos e observar onde caem, onde podem aprender noções de distancia e profundidade.

Dos 9 aos 12 meses já conseguem se colocar de pé sozinhos e andar com apoio. Logo aprendem a andar sozinhos. Seu maior esforço é o equilíbrio, como ficar de pé e se locomover. Começam a emitir palavras com duas sílabas repetidas como “mama” e “papa”, que logo ganham significado. No inicio a criança esta apenas imitando os sons que ouve os adultos fazerem. Como Ma e PA são muito comuns na nossa língua e são visualmente mais fáceis de aprender, normalmente começam por esse. Essa repetição ganha significa pela reação dos adultos. Quando dizem mama fazemos a maior festa! Nossa! É a mamãe! Você quer a mamãe? E lá vem a mãe toda feliz e orgulhosa! Logo a criança aprende que aqueles sons servem para chamar a mãe e assim por diante.

Nessa fase o que mais temos que nos preocupar é se a criança esta explorando os objetos bem, se tem interesse pelo o que esta a sua volta e principalmente aos sons. A criança com nove meses já deve ter atenção aos sons, procurando quando algum lhe chama atenção a sua direção, identificando as vozes mais familiares.

Dos 12 aos 18 meses consegue sentar-se sozinho em uma cadeira pequena, é capaz de pegar pequenos objetos e passar páginas de livros, segura no lápis e imita traços do desenho. Comunica-se por palavras-frases, ou seja, a criança utiliza uma palavra para expressar uma idéia completa (frase). Exemplo: Num momento a criança diz: “bola”. (Chamando a atenção do adulto para pegar a bola e jogar para ela). Espera sempre uma resposta do outro para continuar falando. Muito rápido vai aprendendo novas palavras e já consegue localizar exatamente de que direção vem um som.

Dos 18 aos 24 meses já sabem chutar a bola, começam a comer sozinhas. Suas brincadeiras imitam o dia a dia da casa e começam a aprender a brincar junto com outras crianças. Começa a combinar duas palavras para se comunicar (ex: Dá água) e chegam a conhecer até 1200 palavras.

Dos dois aos três anos espera-se que a criança vá aprimorar as habilidades que adquiriu até agora. Já vai poder tirar a fralda e começa a se sentir mais independente. Já começa a fazer frases com até quatro palavras, se chama de neném, entende ordens simples e repete o que lhe foi dito. Nessa fase a fala da criança precisa ser entendida por todos a sua volta.

Dos três aos quatro anos vai elaborando mais suas frases, começa a usar o eu. Já consegue contar como foi o seu dia. Seus desenhos começam a ganhar formas mais concretas e não mudam de nome dependendo de sua vontade. Os bonecos já tem cabeça, corpo e pernas. Até os quatro anos já espera-se que a criança conheça todos os sons da língua portuguesa. É quando começa também a fase do porque. Querem saber o nome de tudo e porque aquilo esta acontecendo!

Dos quatro aos seis anos a criança já vai usar frases mais elaboradas, por isso já consegue compreender tudo o que é dito e identifica as palavras que não conhece em uma frase. Já consegue contar e recontar historias, com inicio meio e fim. Começa a se prepara para aprender a linguagem escrita. Por isso é importante que já tenha conseguido superar todas as fases do desenvolvimento da linguagem oral, para não ter dificuldades na escrita.

O que podemos fazer então para criar ambientes de estimulação adequados para as crianças, ajudando em seu desenvolvimento?

São ações simples como:

  • Criar uma rotina para a criança;
  • Oferecer diferentes estímulos às crianças;
  • Conversar com a criança como uma criança, mas sem usar palavras erradas.;
  • Ter espaço para que brinquem no chão;
  • Ter espaço para brincar fora de ambientes fechados;
  • Contar histórias com início, meio e fim, estimulando a criatividade das crianças;
  • Sempre nomear objetos e o que estiver ao redor, em um contexto da criança;
  • Direcionar a conversa para seu filho e dar tempo para ele/ela responder;
  • Evitar completar a sentença para a criança;
Texto por: Luísa M M Fernandes
(Fonoaudióloga – Crfa 6630 e Doula)

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Segurança do Bebê no Carro

Quando eu era pequena andava no banco de trás fazendo a maior confusão no carro! Junto com meu irmão e muitas vezes primos e amigos. Uma das brincadeiras mais divertidas durante as viagens para Ubatuba era sentar no meio do banco traseiro e ir acompanhando a estrada, fingindo que éramos o Airton Sena em uma grande corrida! Hoje fico imaginando os riscos que corríamos! Não me entendam mal, meus pais foram sempre muito cuidadosos e nunca realmente imitaram o Airton Sena na questão da velocidade, mas realmente acho que não pensavam que estávamos correndo um grande risco.

Os anos se passaram e as nossas percepções mudaram. Nosso conhecimento em relação ao carro e procedimentos de segurança mudou. Em 2006, quando depois de 10 anos ganhei uma priminha nova, Iara, percebi essa diferença. Ela sempre andou de carro na cadeirinha, adequada para a sua idade. Todas as vezes que saio com ela carrego criança, a sacola, os brinquedos e a cadeirinha do carro. Não me importo não, mas às vezes é até um tanto engraçado, inclusive pela minha falta de prática. Iara nunca discutiu se iria ou não na cadeirinha. Simplesmente ao entrar no carro já ia direto para o seu lugar e assistia pacientemente enquanto eu lutava com as orientações de passa cinto pra lá ou pra cá. Agora já sou quase uma “expert” no assunto!



No ano de 2008 foi criada uma lei no Brasil para regulamentar a obrigatoriedade do uso das cadeirinhas para transportar as crianças até 7 anos e meio. A resolução 277 do CONTRAN (Conselho Nacional de Transito) que regulamenta o transporte de crianças de até 10 anos de idade entrou em vigor em setembro de 2010, trouxe muita polemica, junto com a punição de 7 pontos na carteira e multa de mais de 190 reais.

Nessas férias me deparei com uma dessas polemicas. Minha agora mais nova priminha, Mariana, de 6 meses, iria viajar para Ubatuba. A mãe estava ansiosa com o tempo da viagem, já que teriam que parar muitas vezes para amamentar Mariana, que está em aleitamento materno exclusivo. Fiquei pensando nisso e fui pesquisar na internete. Descobri que realmente não se pode levar um bebê pequeno nem mesmo no colo. A família preparou-se então para uma longa viagem, pensando no melhor para Mariana. Claro que foi bem estressante... já que Mariana chorava muito, sem entender porque sua mãe não podia pegá-lo no colo.

Não quero discutir aqui a importância da segurança dos bebês. Ninguém tem dúvidas disso! É claro que Mariana tem sua cadeirinha, apropriada para a sua idade, desde o dia que nasceu. Demos de presente a cadeirinha, certifica pelo INMETRO, junto com o carrinho, no Chá de Bebês. Além da cadeirinha, é também importante manter o bebê viajando de costas o maior tempo possível, crianças até os 1 anos andando sempre no banco de trás e desativar os “air bags” nos assentos das crianças. Nada disso é questionável!


Essa resolução no CONTRAN é muito importante. E pode ser um grande impulso para garantir maior segurança para as crianças brasileiras. Mas tem muitos pontos que precisam ainda ser discutidos nessa história.

O primeiro deles é o preço absurdo das cadeirinhas. As mais baratas ficam em torno de 100 reais. Muitas chegam a 500 reais! Essa realmente não é a realidade da população de brasileira. O que o governo pretende fazer quanto a isso? No mínimo garantir preços acessíveis das cadeirinhas certificadas pelo INMETRO.

Outra ponto é que não existe no mercado brasileiro cadeirinhas para carros com cintos de 2 pontas. Então esses carros passaram a ser isentos. Assim como os taxis, transportes públicos e transportes escolares. Fica a dúvida, quando é que vão aparecer essas cadeirinhas para os carros com cintos duas pontas? Se não tem, então as crianças simplesmente ficam sem segurança? Quando os carros brasileiros começarão as ser obrigados a ter itens que facilitam e adéquam as cadeirinhas, como na Europa e EUA? Porque os taxis são isentos? Porque cada taxi não deve ter a sua cadeirinha? E como vamos garantir a segurança das crianças no transporte publico? Pior ainda, porque os transportes escolares são isentos? Eles deveriam ser os primeiros!!!!!!!!

Outras questões surgem ainda... famílias grandes que precisaram trocar de carros... pensando que os carros adequados são extremamente caros no Brasil? E quando eu for dar carona para uma amiga e seu bebê, que não tem carro. Já que não tem seu carro próprio não vai possuir sua cadeirinha. E ai? Eu não posso resolver levá-los em casa, já que não tenho filhos e não possuo minha própria cadeirinha?

Acredito que não podemos deixar essa lei acontecer como muitas no Brasil, que são esquecidas assim que a fiscalização diminui. Para a segurança das crianças é importante que pressionemos os departamentos de transito, empresas de transporte públicos e escolares, montadoras de carro e o governo para que deem respostas adequadas a esses problemas! Não podemos “dar um jeitinho” em mais uma lei brasileira.

Para quem quiser saber mais sobre o assunto, encontrei dois sites interessantes: 


Texto por: Luisa M M Fernandes
(Fonoaudiologa CRFa 6630 e Doula)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O que muda na vida do casal com a chegada de um filho?


Especialista explica como um casal deve agir com a chegada de um bebê e o que fazer para preservar o relacionamento.

 
Com a chegada do bebê, o casal precisa passar por um processo de reestruturação da relação para receber um terceiro, já que até então formavam uma dupla. É preciso que esse espaço seja construído pouco a pouco para que este filho tenha seu lugar e que o pai participe deste processo para que não se sinta excluído, uma vez que a mulher fica mais voltada aos cuidados com o recém nascido.

Para que esse momento seja vivido com plenitude a psicoterapeuta Fernanda Seabra explica que esse bebê precisa ter espaço no sonho e desejo destes pais, já que quando ele chega, junto vem uma turbulência e readequação dos papéis e funções de cada par parental. “Se o casal se relacionar com amor, paciência e parceria fica mais fácil a adaptação, caso contrário, surge uma distância na relação do casal”, contou.

De acordo ainda com a especialista é preciso que ambos destinem um tempo para investir na relação e que quando estiverem juntos possam se cuidar. Ela ressalta que muitas vezes marido e mulher quando sai para descansar, costumam falar só sobre casa e filhos e que é necessário tirar um tempo de relaxamento, deixar de lado o dever e viver um pouco de prazer senão tudo fica muito na obrigação de cada um. “O casal precisa ser parceiro e paciente um com o outro afinal, ninguém nasce pai e mãe”, completou.

Para a psicoterapeuta com muito diálogo, dedicação de um tempo para o casal e colaborando mutuamente é possível viver esse momento com muita felicidade, mas em algumas situações é recomendável que o casal busque ajuda através de cursos e orientações.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Dedo X Chupeta


Frequentemente mães vem me perguntar: O que é “menos pior”, o dedo ou a chupeta (ou bico)? A história não muda. Não quero que meu filho chupe bico, mas ele está chupando o dedo! O que faço? Dou a chupeta?



Bom, o primeiro passo é observar e determinar se o bebê está mesmo chupando o dedo. Sugar a mãozinha fechada ou morder os dedos não é o mesmo que chupar o dedo. Na primeira opção ele esta apenas descobrindo suas mãos, explorando o mundo com a boca. A segunda provavelmente são os primeiros sinais dos dentes nascendo. Se não conseguir perceber a diferença peça para uma fonoaudióloga observar ou mesmo filme e tire uma foto.



 Agora... se o recém nascido estiver mesmo chupando o dedo.... é quase uma “escolha de Sofia”. Uma decisão quase impossível, que só as mães podem tomar! O que levar em consideração para essa decisão?

- Entender o porquê seu filho esta chupando o dedo. Esse é um ato de auto acalento, para se acalmar. Aprender a se acalentar e acalmar sozinho é muito importante para a criança.

- Observar a frequência desse ato. Se esquece ao se engajar em outras atividades e acontece apenas quando está nervoso, ou se é a qualquer momento do dia.

- O dedo pode ser temporário. Uma fase que seu filho vai passar por ela, como muitas outras. Mas se oferecer o bico ele pode virar uma muleta. Uma muleta não só para a criança, mas também para  a mãe e os outros familiares.

- Mais tarde, o bico é mais fácil de retirar. Já que ele some e o dedo não. Principalmente se o bico for usado com critério, indicação e sob o controle dos pais e nunca da criança.

- Observar o histórico da família. Muitos chuparam dedo? E o que acarretou no desenvolvimento oral, muscular e dos dentes deles? Alguém usou aparelho? O formato do rosto e posição do maxilar também são importantes indícios da força da genética para, somada ao bico ou dedo, interferir no desenvolvimento ósseo, muscular, dos dentes e da fala.

- Nem sempre usar o bico, elimina o chupar o dedo.

Com essas informações em mãos os pais devem tomar uma decisão. Seguindo o que acreditam ser melhor para seu bebê e sua família e não o que outros familiares e a sociedade aceita mais.

Texto Escrito por: Luísa M M Fernandes
(Fonoaudióloga – CRFa 6630 e Doula)