Idade ideal é entre os 24 e 32 meses de idade, diz estudo
Ser mãe é dentre tantas coisas, estar atenta ao tempo de seu filho e, se existe uma fase importante nos primeiros anos de vida dos pimpolhos, é o desligamento das fraldas. Cientistas norte-americanos recomendam paciência.
De acordo com estudo publicado no Jornal de Urologia Pediátrica e desenvolvido pela Universidade da Califórnia, o momento ideal para começar a tirar as fraldas dos bebês acontece entre os 24 e 32 meses. Segundo os estudiosos, o período seria ainda mais importante do que o método utilizado. Eles explicam que é nesta fase que as crianças começam a sinalizar que querem fazer xixi ou cocô e alertam para os perigos da antecipação ou atraso deste processo.
O risco de desfraldar a criança antes de ela estar preparada, segundo eles, é que os pais vão ter mais trabalho na fase de adaptação da criança. O treinamento, que leva de 4 a 5 meses, poderia levar, então, o dobro do tempo e demorar além desse prazo poder trazer consequências como incontinência urinária,xixi na cama e nas calças.
Algumas dicas de como perceber se seu bebê está pronto para passar por este processo:
Veja como identificar se chegou o momento de desfraldar a criança:
· Se expressa curiosidade – seja verbalizada ou não – pela forma como os pais usam o banheiro.
· Se demonstra interesse em usar roupas íntimas.
· Se tem uma regularidade na evacuação, por exemplo, se fica seca por mais de três horas.
· Se avisa quando fez cocô ou xixi.
A partir desses sinais, os pais podem traçar estratégias. A pediatra Honorina prescreve algumas abordagens que podem facilitar o percurso:
· Converse sobre o assunto com a criança. Se achar mais fácil, utilize um livro infantil.
· Combine um período em que ela ficará sem fralda. Prepare a casa: retire os tapetes, se necessário. A maioria das crianças percebe melhor o processo da saída da urina quando fica sem fralda.
· Leve-a para comprar calcinha/cueca. Proponha saírem para comprar o “peniquinho”. Deixe que ela participe da escolha. Converse sobre a função do penico.
· Sugira um período no dia para sentar no penico. Escolha um momento adequado a partir da rotina da criança. Por exemplo, após o café da manhã.
· Se ela não fizer nada, brinque de colocar um pouco de água no penico e deixe que ela jogue no vaso sanitário e dê a descarga, se quiser. Aproveite para explicar sobre a importância de lavar as mãos.
· Comemore cada sucesso da criança, mas sem escândalos (para não criar uma expectativa além do necessário e para que ela não se frustre quando não obtiver sucesso). Deve-se premiar a criança? Segundo a psicóloga Maria Alice Lima, não: “Usar o banheiro é mais um passo para autonomia, não é preciso presentear. A criança já está ganhando com o fato de poder cuidar mais de si. Pais e filhos ganham mais se fizerem disso um evento gostoso.”.
· O processo costuma ser parecido para meninos e meninas. Porém, as meninas tendem a largar a fralda mais cedo do que os meninos. No caso delas, os desafios são ensiná-las a fazer a higiene da maneira correta (passando o papel higiênico da vagina para o ânus).
Já os meninos, em uma primeira fase, devem aprender a usar o vaso sanitário sentados, devendo-se ensiná-los a colocar o pênis para baixo. Em um segundo momento, ao urinar em pé, devem ser orientados a acertar o orifício do vaso ou do penico.
A psicóloga Maria Alice – com vasta experiência no universo infantil, tanto no campo da psicoterapia quanto como professora de educação infantil –, acredita que a busca pelo bem estar físico, emocional e intelectual é inato ao ser humano: “Perceber seu organismo e controlá-lo faz parte desse processo. A mudança na alimentação também interfere. Uma coisa é o cocô proveniente do leite materno, outra coisa é o derivado de comida. A própria criança se incomoda, reclama da fralda. Os pais precisam entender que as noções de limite e controle estão aos poucos sendo incorporadas pela criança, ela está aprendendo a prestar atenção em seu corpo. O mesmo acontece com comer e ter saciedade, essa é uma noção que vem mais tarde. É preciso ter paciência.”.
Conduta Social
“Usar o banheiro é uma regra social. A criança vai precisar aprender a fazer a higiene íntima, usar o papel higiênico, lavar as mãos. A colaboração dos pais é importante no auxílio aos recursos para que a criança faça uma passagem mais tranquila. Os atropelos acontecem quando os pais querem fazer pela criança. Não temos como fazer nenhuma experiência de vida por outra pessoa. Passar por essa etapa faz parte da busca por autonomia.”, esclarece a psicóloga Maria Alice.
Como tirar a fralda sem choro
O companheirismo revestido de atenção e carinho é o melhor instrumental que os pais têm para auxiliar seus filhos nessa trajetória. “Quando se é companheiro de alguém – e a criança pode ser um companheiro –, ao compartilhar as experiências, você sabe como ajudar. O melhor que você pode fazer é prestar atenção naquela pessoa que está com você, porque nenhum livro dirá como ela é, só ela pode dizer a você. Tirar a fralda é prestar atenção na criança, é ensinar a regra social: usar o banheiro. Os pais podem auxiliar com recursos (penico, perguntar se a criança deseja ir ao banheiro) para que o filho tenha uma boa experiência.” enfatiza a psicóloga Maria Alice.
É melhor para a criança começar esse controle durante o dia. É comum sonhar que estamos usando o banheiro, a diferença é que os adultos acordam e vão. Já a criança também vai, mas em sonho. O controle do esfíncter noturno é mais tardio, é comum que ocorram “escapadas” até em crianças maiores.
As crianças são descobridoras do presente, tudo é uma grande novidade: um som, um gesto, uma palavra… Para muitas crianças interromper uma brincadeira para ir ao banheiro significa perder alguma coisa: deixar de rir, correr, imaginar. Por isso, a invenção engenhosa das mães acima é tão eficaz, as crianças aprendem sem “perder nada”.
Atenção: “segurar o xixi também é ruim; a criança perceber o que esse retardamento causa no corpo é uma forma de aprendizado”. É importante que os pais esperem os sinais de que a criança está pronta, mas a psicóloga chama atenção para a recusa: “É preciso investigar o motivo pelo qual algumas crianças se recusam a usar o vaso, por vezes a criança prefere sofrer, segurar, ao invés de usar o banheiro. A criança, em seu entendimento, tem algum ganho com isso, “controla alguém”, ou recebe alguma coisa que pensa ser um ganho oriundo da recusa. Se apesar das tentativas os pais não conseguirem alterar o comportamento, é hora de procurar ajuda especializada.”
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