terça-feira, 30 de agosto de 2011

Está na hora de ter outro bebê?

Veja o que você deve considerar antes de tomar essa decisão:
Seu filho está crescendo e você começa a ter saudade de ter outro bebê em casa. Ou, então, um belo dia ele a surpreende pedindo um irmão. Está vivendo esse momento? Antes de tomar essa decisão, é preciso levar em conta alguns itens importantes.

Recuperação do seu corpo 


Fique atenta à sua saúde. Se você teve parto normal, o canal vaginal leva cerca de 40 dias para se restabelecer. No caso de cesárea, tudo é mais lento e você só deve cogitar ter outro bebê um ano após dar à luz. Além disso, enquanto você estiver amamentando, seu organismo libera uma substância chamada oxitocina, que contrai o útero. Por isso, é sempre melhor amamentar seu filho o maior tempo possível e, só após desmamá-lo, se preparar para uma nova gravidez. 



A decisão

 Ela deve ser tomada junto com seu companheiro. Você e ele devem estar dispostos a começar uma nova etapa familiar considerando todas as mudanças que esse novo bebê vai trazer. As modificações passam pela relação entre vocês já na gravidez com a montanha-russa de hormônios que mexe com a libido da mulher.
 

Finanças
 

O bolso sofre mudanças, não tem jeito, afinal mais gastos chegam com o novo bebê. O bom é se você guardou o enxoval do primeiro filho, o que faz com que vocês economizem em uma parte. Mas coloque na ponta do lápis os outros custos. Educação, vestuário, cuidados com a saúde, alimentação, viagens, diversão e cursos extracurriculares completam essa lista.
 

Carreira
 

Analise a sua vida profissional. Se você voltou a trabalhar após a licença-maternidade e já recuperou o ritmo, veja se esse é um bom momento para se afastar novamente. Agora se você decidiu parar de trabalhar, aproveite essa fase!
 

Mudanças na rotina
 

Leve em conta que durante a gestação, o seu pique vai diminuir. Você está disposta a controlar a alimentação e não beber aquela taça de vinho com os amigos? Pense no parto, nas noites de sono maldormidas, principalmente após o nascimento, o desafio da amamentação, da educação e até no ciúme do irmão mais velho. Mas lembre-se: muitos desafios você já sabe bem como são, o que vai diminuir a sua ansiedade, porque, no fim das contas, tudo dá certo.
 

A alegria
 

Depois dessa lista de considerações, não se esqueça de incluir a sensação de segurar seu filho nos braços pela primeira vez, aquele cheirinho de bebê novamente pela casa, a alegria que é para a outra criança ter um irmão. Talvez esse item seja o principal - e o que vai fazer você reconsiderar todos os demais.
 

Fontes: Alberto d´Áuria, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), Mariana Tichauer, psicóloga e terapeuta familiar da Clínica EDAC (SP)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Os direitos dos bebês ao nascer


- ser registrado gratuitamente;
- receber a Caderneta de Saúde da Criança;
- realizar gratuitamente o teste do pezinho (o ideal é que seja feito entre o terceiro e o sétimo dia de vida);
- realizar gratuitamente o teste da orelhinha;
- ter acesso a serviços de saúde de qualidade;
- receber gratuitamente as vacinas indicadas no calendário básico de vacinação;
- mamar exclusivamente no peito durante os primeiros 6 meses de vida;
- ser acompanhado pela família e pelos profissionais de saúde em seu crescimento e desenvolvimento;
- ser acompanhado pelos pais durante a internação em hospitais;
- ter uma família e convivência com a comunidade;
- viver num lugar limpo, ensolarado e arejado;
- viver em ambiente afetuoso e sem violência.

Esse texto foi retirado do Guia de Direitos da Gestante e do Bebê, do Ministério da Saúde. Para saber mais sobre o guia Clique Aqui.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A História do Brasil e o Desmame Precoce


Hoje nós sabemos que o desmame precoce dos bebês foi e ainda é (infelizmente) causa da morte de muitos recém nascidos. Isso ocorre tanto pelo oferecimento de alimentos inadequados nutricionalmente, pouca quantidade de alimentos, desidratação e contaminação dos alimentos oferecidos (e sem o leite materno os pequenos têm poucas proteções contra vírus, bactérias e fungos, ficando suscetíveis a muitas doenças). Essa é uma realidade de muitos países, é claro que com características diferentes entre os países pobres e ricos e, no caso do Brasil, com grandes diferenças entre regiões pobres e ricas. Mas o desmame precoce não deixa de influenciar o crescimento da mortalidade infantil em nenhuma das situações.

Esse é um dos motivos para o estimulo ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e continuado pelo menos até os 2 anos. Buscando assim o oposto do desmame precoce, o desmame natural.

Normalmente quando estamos falando dos motivos do desmame precoce ficamos presos aos mitos e “deficiências orgânicas” maternas, como: leite insuficiente; leite fraco; doenças; problemas com as mamas. Outros motivos bem comuns são os relacionados ao bebê: chora muito, não dorme, não quer. Todos esses colocados como se fossem independentes do desejo da mulher.

Na realidade esses motivos, na maioria das vezes, estão associados a outros fatores como falta de informação e segurança da mãe quanto aos benefícios do leite materno, uso de bicos e mamadeiras; uso de água e chás no intervalo das mamadas; despreparo dos profissionais de saúde no manejo de problemas comuns na amamentação (responsáveis pela indicação de fórmulas artificiais em 2 de 3 casos); propagandas dos leites industrializados; condução inadequada de políticas publicas e fraca atuação dos serviços de saúde.

Agora, se já sabemos o mal que faz o desmame precoce e suas razões, porque não conseguimos reverter a situação, garantindo que todas as mulheres amamentem livremente, chegando ao desmame natural?

A resposta não é tão misteriosa assim! É claro que isso faz parte da nossa cultura! Cultura e valores. E para entender de onde vem isso, vale voltar no tempo da colonização do Brasil.

Podemos dizer que o desmame precoce foi introduzido no Brasil pelos europeus. Quando chegaram ao Brasil ficaram horrorizados com o comportamento das Índias, que amamentavam seus bebês em livre demanda, iniciavam a introdução dos alimentos com massa de grão de milho mastigada primeiro pela mãe, e o desmame ocorria de forma natural, mais tarde.


Essas práticas não eram consideradas dignas da mulher branca. Acreditavam que amamentar enfraquecia as mulheres. E introduziram no Brasil as amas de leite, mulheres consideradas subalternas, que amamentavam os bebês em troca de pagamento.

No século XIX a economia exigia que a mulher ficasse em casa, transmitindo os valores da época. A mulher dentro de casa cuidando dos filhos. E para mantê-la ali introduziu-se o conceito de “higiene familiar”. As mulheres voltam a amamentar seus filhos, mas em horários determinados, tempo de mamada determinado e uso de bicos e chupetas. Nessa situação e ambiente, com tantas regras, logo apareceram os casos de baixa produção de leite e dificuldades no aleitamento. Observem que os problemas foram conseqüência direta do contexto social e a medicina higienista não conseguiu dar respostas. É o inicio do discurso do leite fraco!

No inicio do século XX a sociedade do consumo precisa que a mulher entre no mercado de trabalho. Entrada que ocorre das formas mais precárias possíveis. E ai surge a “solução mágica”, vinda da Suíça, o leite condensado e a farinha láctea. A mamadeira entra nesse cenário como símbolo de modernidade e urbanização.

As fórmulas de leites artificiais começaram a se desenvolver, cada vez mais. A propaganda no meio científico médico foi intensa, e difundiu a idéia de que o leite artificial era um substituto opcional ao leite materno. Ainda mais, criou-se a idéia de que o bebê em aleitamento materno necessitava de complemento para se evitar a desnutrição. A tecnologia ao serviço do consumo e não da saúde das crianças (para ler mais sobre esse assunto e a tecnologia da Nestlé, CLIQUE AQUI).

Só na década de 70 que a ideia sobre a amamentação começa a mudar e a pressão das grandes empresas pelo consumo não consegue se sobrepor à preocupação mundial com os altos índices da mortalidade infantil. Até aqui os pediatras prescreviam mamadeiras e orientavam o uso de água entre as mamadas (será que essa prática ainda não continua?). 

É só em 1980 que o Brasil assume as rédeas da situação e começa a promover o aleitamento materno criando programas como Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno e, em 1990, estimulando a criação de Bancos de Leite e o Hospital Amigo a Criança. Atualmente outros programas são desenvolvidos e já falamos de alguns deles no blog, CLIQUE AQUI para saber da Rede Cegonha, AQUI para saber do Guia dos Direitos da Gestante e do Bebê e AQUI para as orientações da OMS.

Depois de saber dessa história toda e de como o desmame precoce esta enraizado na cultura brasileira, a idéia é não desanimarmos e sim arregaçarmos e irmos à luta. 

Nós, mulheres, já lutamos por tantos direitos, da sociedade, das mulheres e das crianças. Historicamente conquistamos a liberdade das mulheres e o direito de votar. Para encurtar a lista.

Então essa é a hora de lutarmos contra o preconceito de amamentar em público, contra a idéia de que o leite materno é fraco, contra o preconceito do aleitamento continuado, promover a informação das mulheres e lutar para que todas mulheres tenham direito os seis meses de licença maternidade.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Como nascem os pais - Dica Acalanto

Vemos tantos guias sobre mãe-bebê, mudanças na vida da gestante etc e pouca coisa sobre as mudanças na vida de um homem quando se torna pai ou as angústias de um pai  de primeira viagem quem sabe até de muitas viagens. Vai aqui um artigo muito bacana para que os papai também se sintam acolhidos e considerados.

Renato Kaufmann lança novo livro, desta vez falando sobre a experiência da paternidade, depois que a criança já saiu da barriga da mãe

Depois de contar como foi a descoberta da gravidez e a chegada de sua filha, Renato Kaufmann lançará mais um livro para os pais de primeira (ou segunda, terceira...) viagem.

Como Nascem os Pais – Crônicas de um Pai Despreparado será lançado no dia 10 de agosto, em São Paulo. O evento acontecerá na Livraria da Vila, a partir das 19h.

 Confira a introdução e o primeiro capítulo de Como Nascem os Pais – Crônicas de um Pai Despreparado:
Introdução

Uma vez, em uma introdução, alguém gritou apressadamente “tira, tira já isso daí!”. No calor do momento nem sempre a gente acerta o alvo. Um vez, em outra introdução supostamente protegida por um negócio mágico chamado anticoncepcional, ninguém tirou nada. Um negócio mágico e salafrário, dado que fiquei grávido de um bebê, um blog e um livro, os dois últimos chamados Diário de um Grávido. O livro e o blog falam do ponto de vista masculino e de uma sucessão de pânicos e desesperos, do dia em que fui avisado de que a Lucia deixara de morar no meu saco até o dia em que ela veio morar na minha casa – passando pelos meses em que ela ocupou o útero da mãe e eu ficava conversando com a barriga. Na gravidez você acha que o desespero vai terminar quando nascer o bebê, você contar os dedinhos, que idealmente totalizam vinte, e vai respirar aliviado. É bom aproveitar a respirada pra tomar fôlego. A fase da gravidez dura só nove meses, mas a fase seguinte dura o resto da vida. A gravidez introduz você à escola da paternidade, mas o parto, longe de ser uma conclusão, é só o começo. E este começo aqui, ou ainda, esta introdução, mesmo estando em um livro também está sujeita a alguém gritando tira, tira já isso daí!”. Se tivesse obedecido este talvez fosse outro livro, mas não, “só mais um pouquinho”... E assim nascem os pais. Da próxima vez que ouvir alguém gritando “tira, tira!”, ou é pra tirar mesmo, ou é pra esconder o cinzeiro, que a polícia está chegando.
A vida em fast forward

Os primeiros dez dias da Lucia foram um grande borrão, possivelmente por culpa das lágrimas¹. Lembro que a enfermeira expulsou a multidão que invadiu a maternidade. Multidão de amigos meus, que vieram com charuto e tudo, dado que os amigos da Ana eu mal deixei entrar, afinal uma mulher que pariu precisa de algum descanso. A Ana passeava pela maternidade de jeans e camiseta, só faltava ser confundida com visita. Eu mesmo poderia tê-la posto pra fora acidentalmente, dado que o papel do pai nessa hora é expulsar pessoas e às vezes a gente se empolga. Fui pra casa buscar roupas, chorei com músicas bobinhas no rádio do carro, entrei em casa, abracei a empregada e chorei de novo².

A vida no hospital é dura para o pai, este ser desimportante, você só ganha uma pulseira azul, um sofá desconfortável e um amassado no rosto de tanto ficar com a cara colada no vidro. Mas é preciso aproveitar bem o hospital, porque depois que você vai pra casa a vida é bem mais difícil. Na primeira semana em casa a Ana não me deixava dar banho na pequena smurf, ela dizia que era porque queria dar ela mesma o banho, mas era medo mesmo. E de fato, quando você pensa em dar banho, precisa lembrar que não está apenas segurando um bebê, mas um bebê ensaboado. Você sabe, bebê ensaboado e sabonete na prisão é a mesma coisa: derrubou, tá ferrado. Os bebês precisam de banho por não serem autolimpantes como os gatos, cuja primeira atitude, aliás, foi pular no bebê-conforto com o bebê dentro.
Expliquei gentilmente a eles que a Lucia ainda era muito frágil e que aquele não era um comportamento, digamos, exemplar da parte deles, e que eles deveriam ser compreensivos com o fato de que não poderiam frequentar algumas partes da casa, como o berço da criança. E sugiro que eles se escondam, porque nesse meio tempo a mãe da criança foi buscar uma faca na cozinha.

[¹] Tudo cisco
[²]O cisco não tinha saído ainda
Como Nascem os Pais - Crônicas de um Pai Despreparado, de Renato Kaufmann
Mescla Editorial, R$ 43,90

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Políticas Públicas Materno e Infantil






Conheça as principais políticas públicas para a garantia do direito à saúde de gestantes, parturientes e recém-nascidos.


Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal

Desenvolve ações de prevenção e assistência à saúde de gestantes, parturientes e recém-nascidos, garantindo o acesso e a qualidade dessa assistência. Exige, por exemplo, que os estados e municípios tenham serviços de saúde capazes de acolher todas as gestantes e recém-nascidos. Caso a mãe ou o bebê necessite de internação, por exemplo, o gestor de saúde no município deve assegurar a vaga em hospital ou maternidade no próprio município ou em outra cidade de referência, providenciando, inclusive, o transporte adequado. O município também deve assegurar que as mulheres comecem o pré-natal ainda no primeiro trimestre da gestação e realizem todos os exames complementares necessários.

Política Nacional de Atenção Integral à Mulher

Desenvolve ações que promovem atendimento clínico-ginecológico, planejamento reprodutivo, acompanhamento do pré-natal e atendimento às mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual.

Política de Atenção Integral à Saúde da Criança

Tem como uma de suas metas cuidar da saúde dos recém-nascidos, promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, além de desenvolver ações para reduzir a mortalidade infantil e investigar os óbitos dos bebês.

Esse texto foi retirado do Guia de Direitos da Gestante e do Bebê, do Ministério da Saúde. Para saber mais sobre o guia CLIQUE AQUI.

domingo, 21 de agosto de 2011

CUIDADOS COM O CORDÃO UMBILICAL: UMA MARCA PARA TODA A VIDA


           Muitas pessoas que visitam esse blog já devem ter escutado sobre as mais variadas maneiras de se cuidar do coto umbilical do recém nascido. Desde suas avós a vizinhos mais antigos ou até parentes próximos mesmo, as formas de se fazer com que o coto caia são das mais inimagináveis possível indo desde a famigerada moedinha amarrada com uma faixa até teias de aranha, folhas de fumo, azeite de galinha, e por aí se segue.


            Quando em centros de saúde na atenção primária falamos com as mães que apenas utilizem o álcool absoluto elas, com medo desse produto, aceitam as orientações dos profissionais enfermeiros e médicos, mas no individual de seus lares o procedimento é outro e por isso as estatísticas de tétano neonatal não caem com facilidade. Isso, pois, o uso desses produtos pode levar o bebê a ser acometido pelo tétano neonatal (chamado por nossas antepassados de mal de sete dias e que nesse tabu não se permitia que as visitas estranhas entrassem nas residências do recém nascido por acreditarem ser um mal trazido pelos visitantes, não sabendo que a causa era interna, dentro da própria família utilizando produtos que trazem sujidades para a criança).

            Uma atenção aos sinais é necessária. Caso haja uma vermelhidão seguida de calor no arredor do umbigo. Isso pode ser um sinal de inflamação e por isso as mães devem procurar um serviço de saúde para maiores detalhes, mas nada que cuidados aqui relatados possam dar conta, mas não podemos negligenciar as possibilidades de algum processo inflamatório que em casos de necessidade devem sim, ter acompanhamento médico e se necessário medicação para melhoria do quadro infeccioso.

            Embora a ciência tenha passado por todos esses mitos de cura do umbigo, hoje ela mostra que por ser um tecido em processo de mumificação, mas intensamente vascularizado (duas artérias e uma veia) ele não pode ficar exposto a sujeiras encontradas nos materiais utilizados para a sua deiscência. Então após várias pesquisas chega-se ao consenso que apenas o álcool embebido em gaze é suficiente para a espera limpa e tranquila da queda desse umbigo que ocorre entre sete e quinze dias e que com esse cuidado a sua marca de eficiência ficará por toda a vida.

JARBAS VIEIRA, ENFERMEIRO DO GRUPO ACALANTO
            

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dúvidas mais comuns na amamentação

Mesmo se estiver muito calor, não precisa oferecer água para o bebê em Aleitamento Materno Exclusivo?


Não precisa e não deve oferecer a água. O bebê vai matar a sede com o leite materno, que tem a quantidade de água, anticorpos, vitaminas, gorduras e proteínas adequadas para seu bom desenvolvimento. Nos dias mais quentes vale lembrar manter a livre demanda e se observá-lo inquieto pelo calor, vale oferecer o peito para mante-lo sempre bem hidratado. Quem precisa beber muita água para se hidratar e produzir o leite é a mãe.



E se ele estiver com cólica, posso dar chá?


Não há necessidade de oferecer o chá direto para o bebê em aleitamento materno exclusivo. O mais interessante é que a mãe tome o chá, que passará para o bebê através do leite. A mãe deve tomar uma quantidade maior do chá do que tomaria normalmente, já que apenas uma pequena quantidade do que está no seu organismo passa para o leite.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Direitos das Gestantes e dos Bebês


Na Semana Mundial da Amamentação o Ministério da Saúde lançou o Guia dos Direitos da Gestante e do Bebê.

A Cartilha foi construída em parceria com a UNICEF e tem uma linguagem fácil e agradável, abordando diferentes políticas públicas, portarias e leis que compõe o conjunto de documentos que garante o direito das gestantes e dos bebês. Vale destacar também que as ilustrações a cartilha foram feitas pelo Ziraldo, o que torna todo o conteúdo bem mais interessante e próximo!

A Publicação faz parte das ações da Rede Cegonha (que já falamos sobre ela AQUI no blog). Tem como principal objetivo estimular o Controle Social. Isso quer dizer que foi feita para toda a população ler e saber quais são os seus direitos, passando a exigi-los.

O Controle Social é um ponto muito importante do Sistema Único de Saúde. Uma parte desse controle social é a nossa participação ativa, exigindo nossos direitos no dia a dia e nos espaços apropriados.

O Guia é dividido em 4 capítulos:
  • Direitos da gestante e do bebê
  • Direito ao pré-natal de qualidade
  • Direito ao parto humanizado e assistência de qualidade
  • Como garantir os seus direitos
Acreditamos que todos e especialmente as mulheres, gestantes, mães e futuras gestantes e mães devem ler a cartilha, usando-a como um importante instrumento de luta pela Humanização do Parto.

O Guia dos Direitos das Gestantes e dos Bebês é de distribuição gratuita e pode ser conseguido nos Centros de Saúde e também acessado pela internet – é só clicar AQUI.

Nas próximas semanas, nas segundas feiras, vamos colocar aqui no Blog alguns trechos da cartilha no intuito de disseminar as informações tão importantes contida nela!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A importância da função Paterna na vida de um filho!

Percebo que hoje os pais estão muito mais participativos no lar. Homens que antes se preocupavam apenas em prover o lar estão voltando seu olhar para a família e para os relacionamentos. Vemos homens fazendo cursos de casal grávido com interesse em aprender como cuidar de um bebê e auxiliar a esposa, vemos pais indo à reunião escolar de seus filhos, levando-os para as atividades físicas, estudando com eles, ou seja, muito mais presentes e participativos.  Antes a função de cuidar e educar os filhos era apenas da mulher, pois  esta ficava em casa e se dedicava ao lar e à prole. Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, percebo que houve uma transição no que diz respeito às funções e à própria relação em família. A mulher hoje trabalha por que gosta e para colaborar financeiramente em casa. Assim como esta mudança trouxe para a mulher mais autonomia, identidade e liberdade trouxe também para o homem a possibilidade de fazer contato com seus sentimentos e de se relacionar mais efetivamente e afetivamente com seus filhos.
Penso que a mulher que já obteve tantas conquistas precisa refletir que o lugar do Pai é dele por direito e dever. Acho que toda a mudança que houve historicamente no que tange o lugar da mulher traz alguns riscos. Vemos mulheres com a crença de que se tiverem um filho por produção independente poderão suprir a criança sendo mãe e pai. Outras vezes, a mulher não dando passagem ao homem para executar sua função de pai, acaba por promover uma referência para a criança de um pai invisível, incompetente e muitas vezes dispensável.
A imagem do pai é imprescindível para o desenvolvimento psicológico equilibrado dos filhos. O pai, com efeito, seria uma espécie de mediador entre o filho e a realidade. Permite ao filho tomar iniciativas e aprender a distinguir entre o certo e o errado e, a partir disso, entender as conseqüências de uma ou outra escolha.
Se o pai chega em casa e não se interessa pelo dia de seu filho e ainda fica com a cabeça ligada ao trabalho, por mais que esteja presente em casa  não está verdadeiramente com seu filho, está apenas de corpo presente. A intimidade com a criança é que aumenta o vinculo nesta relação e reflete no comportamento da criança.

A função paterna (que pode ser desempenhada pelo pai ou por alguém do sistema familiar ex: tio, avô) é de grande importância na vida de uma criança, é o pai que representa a lei para o filho através da organização, estrutura e autoridade. E esses componentes estão ligados ao crescimento, ao aprendizado, amadurecimento e a compreensão de regras e limites. Essa função é desempenhada quando se ensina a criança, quando se dá o limite e ensina regras, quando se ensina a guardar objetos, consertar algo, executar tarefas e etc.
Vivemos em uma sociedade onde vemos chacinas como em Realengo, índios sendo queimados, políticos corruptos, uso e abuso de drogas e a lista se estende. Tempo sem lei, tempo dos fora da lei. O papel do pai precisa ser valorizado e executado. O pai precisa fazer vale o seu lugar, um lugar que é seu por direito e dever.
A criança precisa de referência e aquisição de valores, e o pai pode colaborar muito nesta construção. Ele não é a versão masculina da mãe ele é o PAI. Precisa dispor de tempo para conhecer e relacionar com esse filho e isto pode ser feito através de brincadeiras, leitura, conversas, rolar no chão, executar tarefas diárias entre outras.  Devemos considerar que se a relação entre o casal de  pais for saudável, a criança terá a possibilidade de internalizar as referências das funções materna e paterna de forma adequada, o que ajudará em seus relacionamentos afetivos e sociais no futuro.
O pai não deve ficar no lugar de substituto da mãe, cada um tem sua função no sistema familiar mesmo que o casal não esteja mais vivendo junto. Neste caso, deve-se ter muito cuidado, pois se os pais não estão mais juntos como casal devem manter suas funções materna e paterna independentemente disso. Vemos mães que não dão acesso ao pai para executar sua função, desqualificando-o e tirando seu valor. A criança fica no meio de um fogo cruzado e sem referência na vida. Os pais ficam mais interessados na briga, não digerem o que motivou a separação, sobram as raivas, as mágoas e a criança confusa.
O pai é o parceiro da mãe na construção da identidade do filho e no desenvolvimento da sua personalidade e nada mais justo que cada um se respeite e que não tire a autoridade e a importância do outro.
Desejamos a todos os pais um Feliz dia dos Pais !!!
Fernanda Seabra 04/18317 Psicoterapeuta Familiar Sistêmica

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Papai vendo o filho nascer

A cena é a seguinte: mamãe no centro cirúrgico dando à luz. O papai na sala de espera está nervoso e parando todo e qualquer ser que se veste de branco para perguntar se seu filho já nasceu e se está tudo bem com o bebê e sua mulher.

Essa era o roteiro que se repetia toda vez que uma mulher entrava em trabalho de parto. Isso mesmo, ERA! Essa cena agora está mudando.

O que se pode ver nas maternidades de hoje em dia são papais participando e muito dentro das salas de parto lado a lado com a mamãe, compartilhando de todas as emoções que o nascimento de um filho pode trazer.

Para um papai chegar à sala de parto, não adianta simplesmente chegar no dia do bebê nascer e querer entrar no centro cirúrgico. Um papai despreparado pode mais atrapalhar do que ajudar nesse momento.

Sem preparativos, ele pode ficar muito nervoso e desmaiar, tendo que ser atendido. Nesses casos, o pai certamente atrapalhará os procedimentos médicos, podendo até contaminar objetos que serão utilizados na realização do parto.

Um papai estará preparado para entrar na sala de parto quando é um pai participativo da gestação da sua mulher. Aquele que vai às consultas do pré-natal, viu o ultrassom e escutou os batimentos do coraçãozinho do seu filho, realizou os desejos da sua mulher durante a gravidez, freqüentou o curso para gestantes e se informou de como seria a hora do parto e suas intercorrências.

É aquele pai que de tanto seguir os conselhos acaba sentindo até enjôos. Não precisamos exagerar!

Cuidados – Além dele estar preparado, deve haver o consenso entre médico, mamãe e papai. Algumas mamães não se sentem à vontade em ter o papai ao seu lado. Outros papais acham que não vão agüentar caso se deparem com “sangue”.

Dependendo da evolução da gestação, se for uma gravidez de risco, o médico pode proibir por haver risco de complicações.

Havendo o consenso, o papai trará segurança e proteção para a mamãe que estará em trabalho de parto.

O papai tem um papel de proteção e segurança dentro da sala de parto, segurando a mão da mamãe, olhando-a nos olhos, organizando sua respiração com momentos de força e relaxamento.

A presença do papai na sala de parto pode facilitar que este se sinta parte de todo o processo de nascimento, construindo e internalizando seu papel de pai para que cada dia seu vínculo com a mamãe e com o bebê se torne mais forte.
Dicas

Saber com o médico que realizará o parto e sobre todos os procedimentos que serão realizados para que a ansiedade e nervosismo não atrapalhem na hora.

Papai, não se sinta pressionado a fazer o que não quer. Se você acha que não está preparado para estar na sala de parto com sua mulher, não vá. Uma boa conversa com a mamãe fará com que ela entenda que você poderá só atrapalhar.

Caso a maternidade cobre ou proíba a entrada do papai na sala de parto, procure seu direito, pois a Lei 11.108 de abril de 2005 regulamenta a presença do acompanhante.
Fonte: Revista Mater life  22 dezembro, 2010