Quando a mãe escolhe a maneira que vai alimentar seu bebê,expressa nessa decisão, influências do seu estilo de vida,da sua história pessoal, de sua personalidade e da sociedade que vive.
A despeito dos esforços da indústria de alimentos vender a ideia de que o leite em pó equivale ao leite humano, as pesquisas demonstram a superioridade do leite materno. Cerca de cem componentes já foram identificados e estão presentes em proporções e composição química bastante diferente das do leite de vaca.
O leite materno é suficiente para amamentar o bebê até seis meses de vida, não precisando suplementar com outros alimentos antes da hora. Outra vantagem do leite materno é que no colostro existem anticorpos, o que inibe doenças infecciosas.
O bebê que é colocado no seio da mãe logo após seu nascimento tem a possibilidade de reduzir o efeito traumático da separação provocada pelo parto.
Para uma boa amamentação é necessário que a mãe esteja calma, confiante, tranquila e que tenha persistência pois,o início deste processo é complexo. Por outro lado,o medo, a depressão tensão, cansaço e ansiedade tendem a provocar o fracasso da amamentação.O bebê que é colocado no seio da mãe logo após seu nascimento tem a possibilidade de reduzir o efeito traumático da separação provocada pelo parto.
As emoções podem influenciar na secreção láctea de várias maneiras: reduzindo diretamente o fluxo de sangue para os seios,reduzindo a sucção do bebê (que estimula a produção de leite),e favorecendo o estabelecimento de procedimentos prejudiciais como,por exemplo, limpar os mamilos com sabão, passar cremes sem orientação médica e entre outros.
É preciso que se tenha um ambiente favorável, que transmita apoio e encorajamento. Entra aqui o trabalho da Doula que tem a função de dar assitência à mãe (antes do parto, durante e no pós parto) ao desempenhar suas novas funções.
É um ótimo momento para o pai colaborar nos cuidados com o filho, o que dá para mãe a sensação de segurança e apoio. O pai pode ajudar a colocar o bebê da forma adequada no colo da mãe, pode cuidar dela ,por exemplo, levando água para ela ao amamentar ( amamentar provoca muita sede) e colocando o bebê para arrotar ao término da mamada. Esse é o momento em que o pai sente que tem valor,que está incluído no processo como companheiro e pai.
Amamentar não é um comportamento instintivo, exige paciência e persistência. Isso precisa ser falado, pois nas imagens veiculadas na mídia sempre vemos mulheres amamentado com facilidade e sorriso nos lábios. Muitas mães ao se depararem com dificuldades ao amamentar sentem-se frustradas acreditando não serem boas mães e desistem .
A amamentação não é apenas um processo fisiológico de alimentar o bebê , envolve um padrão mais amplo de comunicação psicossocial entre mãe e bebê e pode ser uma excelente oportunidade de aprofundar o contato e suavizar o trauma da separação provocada pelo parto.
Ao ser alimentado, o bebê literalmente volta para o corpo da mãe e reelabora aos poucos a separação. Na amamentação há contado de pele entra mãe e bebê, a mãe olha para o bebê e transmite seu afeto,há o prazer estimulado pela sucção e aprofundamento do vínculo.
Vemos muitas mulheres que tem medo de aprofundar esse vínculo e preferem a mamadeira por medo de se entregarem,medo de se sentirem presas, perderem a estética dos seios e perderem a própria identidade. Algumas nem tentam por medo de fracassarem.
Caso você tenha alguma dificuldade em amamentar procure centros especializados como bancos de leite e profissionais que poderão auxiliar você nesse momento tão importante (enfermeiros, fonoaudiólogos, psicólogos etc.). Se você tentou, persistiu e ainda assim não conseguiu amamentar, não se culpe, pois você pode construir o vínculo com seu bebê de outras formas.
Fernanda Seabra - psicóloga 04/18317
Fonte: Livro Psicologia da Gravidez - texto adaptado
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