Criar filhos saudáveis, competentes e felizes é o sonho cultivado por todo pai e por toda mãe. Mas como fazê-lo? Começando com o autoconhecimento e do conhecimento do seu filho e analisando a prática de educação. Educar é repetir. Parece simples não é? Mas, muito do que fazemos no consultório é em ensinar o simples para quem educa, pois por ser muito simples pode se tornar invisível aos olhos dos pais.
Cuidado com o que fala aos seus filhos. Que tipo de beneficio terão eles se falar “não adianta, você não muda mesmo”, “como você é bobo”, “deixa isso pra lá, você não consegue mesmo”, “você deixa qualquer um louco”, ou ainda “não sei mais o que fazer, você é terrível”. Pense se estas frases tem, de fato, ajudado a mudar o comportamento do seu filho. Não há por que ele não acreditar, afinal, você, com sua autoridade de pai ou mãe é quem esta fazendo tais afirmações, de que ele é frágil, impulsivo ou impossível. O engraçado é que ninguém repete muitas vezes que você é competente, alegre, sensato ou agradável.
Em qualquer fase da vida agimos em função das conseqüências dos nossos comportamentos. Se trouxerem algum beneficio, eu tendo a repeti-los sempre que tiver oportunidade. Por outro lado, se as conseqüências das minhas ações forem desagradáveis, eu tendo a evitá-las. Um bebê quando chora e é imediatamente reconfortado, aprende logo cedo que chorar tem como conseqüência algo prazeroso, o conforto e o aconchego do colo da mãe. Sua tendência é chorar novamente apenas para trazer sua mãe para perto. É claro que muitas outras coisas controlam o comportamento de chorar do bebê, como seu temperamento, mas a conseqüência imediata de seu comportamento é uma delas.
Se você está passando por essa situação, experimente reconfortar seu bebê no próprio berço, afagando-o, conversando com ele, acalmando-o, mas sem tirá-lo de lá. Claro que não é uma tarefa fácil. Na gravidez o bebê passou nove meses ouvindo as batidas do coração da mãe e a voz dos pais, o que se tornou familiar para ele. Assim, você pode usar sua voz para acalmá-lo, ao invés do seu colo.
Isso no futuro preparará o seu filho a dirigir sua atenção para sua voz e fará com que ele ouça o que você está dizendo quando quiser interromper uma situação frustrante. Sabemos que pegar a criança no colo a acalma mais rápido, mas você resolverá o seu problema com o choro, mas fomentará a manha da criança. Os pais na maioria das vezes não querem se frustrar com o choro da criança, mas se frustram, depois, no futuro, quando já se instalou a manha. A escolha é sempre sua.
Muitos livros com orientações de como criar e educar filhos emocionalmente saudáveis estão disponíveis para leitura. A seguir você verá um resumo de algumas dessas orientações:
- Passe tempo de qualidade com seus filhos: você vive lendo e ouvindo por aí que os pais precisam passar um tempo de qualidade com os filhos. Mas o que é isso na prática? Significa que você precisa passar períodos freqüentes de tempo ininterrupto (nem que sejam apenas 10 minutos) envolvido na atividade preferida do seu filho, como brincadeiras ou um jogo por exemplo. É preciso que você se divirta, senão eles logo percebem que você não está de fato interessado e este não é o objetivo. Por meio desta pequena tarefa, você transmite interesse e carinho proporcionando a troca e o diálogo.
- Estimule comportamentos desejáveis: reforce o que seu filho faz de bom, elogie, leia para ele, incentive a leitura, valorize seu desempenho escolar, social, em jogos e atividades, reconheça seus êxitos e suas vitórias. Assim, ele terá boa autoestima e autoconfiança.
- Ofereça carinho: abrace, beije, brinque, pegue no colo, dê carinho, diga que o ama. Carinho faz bem em qualquer fase da vida e eleva a autoestima.
- Seja exemplo: Os pais são o espelho. Demonstre comportamentos desejados por meio de seus exemplos. É fundamental que nossos filhos aprendam conosco. Há muitos outros modelos concorrendo por aí e nem sempre são os mais adequados.
- Estimule habilidades sociais: permita que seu filho se expresse, não fale por ele em situações sociais. A habilidade verbal é fundamental para se socializar (ter amigos, negociar com as pessoas, etc).
- Estimule habilidades de empatia: ensinar a se colocar no lugar do outro, a ser solidário. Isso evita o egoísmo e o egocentrismo, ou seja, aquela criança mimada que só pensa nela e não sabe dividir.
- Estimule a independência: deixe-o tomar algumas decisões, como que roupa vestir, por exemplo. Fará com que seja mais seguro nas suas escolhas.
- Ensine a responsabilidade: é uma escola para a vida adulta. Ensine, monitore e finalmente deixe-o assumir algumas coisas. Comece ensinando a guardar seus brinquedos, arrumar seu quarto, cuidar do cachorro, fazer as tarefas que dá conta.
- Negocie regras e limites: ensinar o que pode e o que não pode, o certo e o errado, os tornará adultos mais equilibrados, pois em tudo na vida se tem normas e regras e também as punições.
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