Na semana
passada tive a oportunidade de participar do 10º Congresso Internacional de
Saúde Urbana que aconteceu em Belo Horizonte, no Minascentro, concomitante ao 2º
Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG. Os dois
congressos têm grande importância na perspectiva da saúde internacional e
nacionalmente. E por essa importância achei que valia um post aqui no Blog
falando do que tivemos de destaque da saúde materno infantil.
Em todos os
dias do congresso internacional tivemos uma ou mais salas para exposição oral
de trabalhos de todo o mundo, falando sobre a saúde materno infantil. Foram
apresentados trabalhos do Brasil, Índia, Estados Unidos, Israel, Gahna,
Austrália e outros países. Chama a atenção as pesquisas da Índia e de Gahna que
destacam a importância da educação, água tratada, assistência ao pré natal e
parto e a amamentação para diminuir a mortalidade materna e infantil, dados que
discutem com os já consolidados no Brasil. Outro estudo interessante é o australiano
que indica o aumento da mortalidade materna entre as classes A e B, que pode
ter uma de suas explicações baseadas nas altas taxas de cesárea sem indicação médica
real e necessária.
Um dos
principais destaques foi o trabalho “Movimento BH pelo parto normal:
mobilização pela promoção da saúde da gestação à vida adulta”, da Secretaria
Municipal de Saúde de Belo Horizonte em parceria com várias instituições, coordenado
pela Sônia Lanski, que ganhou o 2º lugar entre os melhores trabalhos do
congresso nacional.
Além desses
importantes resultados o que mais me marcou foi uma fala do Helvécio Magalhães,
atual Secretário da Secretaria de Atenção a Saúde do Ministério da Saúde e ex
secretario de saúde de Belo Horizonte, em uma mesa sobre a qualidade do SUS.
Ele escolheu exatamente o exemplo da atenção à saúde materna para destacar os
desafios que ainda temos que enfrentar e o foco na melhoria da qualidade de atenção.
Na sua fala um fato assustador ao qual precisamos nos atentar!
Até o ano
de 2015 o Brasil terá atingido todos os objetivos do milênio, com excessao do
de MORTALIDADE MATERNA!!!
Precisamos
pensar seriamente porque avançamos tanto na saúde e não conseguimos diminuir de
forma efetiva a mortalidade materna!
A nossa
sociedade precisa refletir! Os brasileiros precisam refletir!
Não consigo
deixar de pensar que isso tem tudo a ver com a taxa de cesárea no Brasil ser
entre 50 e 70% (variando de cidade e entre o serviço publico e privado – sendo as
maiores taxas no setor privado), número muito distante do aceito pela OMS de
15%!
E ai? O que
vamos fazer para mudar essa situação???
Excelente texto, Lu, uma grande provocação! Falta informação sobre as vantagens do parto normal, tanto para mãe quanto para o bebê. É preciso falar mais de saúde nos veículos de comunicação e esse é um assunto que deve estar na pauta! É importante também compreender o porquê disso tudo... Cesárea envolve custos que o parto normal não envolve e por isso na rede privada ele é tão difundido. As mães tem medo de parto normal, da criança passar da hora de nascer... Mais uma vez, falta informação!
ResponderExcluirGrande abraço! Luana.
Luana, vamos juntas espalhando a importância do Parto Normal, cada uma em uma ponta do pais! Bjus
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