Hoje, é um dia ara refletirmos...
Nos últimos 10 anos as taxas de incidência, isso quer dizer, casos novos, da AIDS no Brasil estão estáveis e o númeor de mortes vem diminuindo. Esses dados são bons e são ruins.
São bons porque na perspectiva da saúde pública estamos conseguindo controlar a epidemia. São bons porque quem tem AIDS hoje tem uma boa expectativa de vida se segue o tratamento adequado. São bons porque o SUS pode propiciar a todos os brasileiros com AIDS o melhor tratamento que existe.
Mas são também ruins porque quer dizer que ainda tem gente pegando AIDS, ainda tem pessoas que não se previnem, usando a camisinha. E, aqui no Brasil, os casos novos de AIDS estão aumentando entre os homosexuais (antigamente AIDS era considera doençã de "gay", depois perdeu esse estigma e os homossexuais passaram a se previnir, hoje parece que essa consciencia e preocupação em prevenção diminuiu, especialmetne entre os jovens, o que é desperadamente preocupante!) e também entre as mulher casadas ou com parceiros fixos (isso mesmo, ser casada ou com parceiro fixo não significa que não precisa mais usar camisinha! As mulheres precisam ficar expertas e exigir seu direito de proteção, usando a camisinha SEMPRE!).
A prevenção é a chave. USAR A CAMISINHA SEMPRE!
E para aqueles que já tem o vírus, a chave é o tratamento. E todos precisam saber que podem ter uma vida normal. As mulheres inclusive podem engravidar e ter um parto normal. Já famos sobre o assunto aqui no blog no texto HIV/AIDS, gravidez e amamentação. E o Ministério da Saúde tem também um site bacana que dá orientações sobre o assunto, de cuidados durante a gravidez, cuidados com o recém nascido e o direito de todas as mulheres grávidas de serem testadas para a soropositividade no inicio da gravidez. Direito das mulheres e dever das mães no cuidado com seus filhos.
Hoje, para refletirmos mais sobre o assunto, coloco aqui o relato de uma gestante HIV positivo. O relao foi retirado de um artigo muito bacana que também vale a pena ler na íntegra. É só clicar aqui para ler!
E confiram o relato delicado e emocionante...
"Eu já sou, né? Fazer o que, né? Fazer mais nada, eu fico com medo do nenê nascer também positivo. É muito difícil. Em relação à gravidez ela não é dolorosa. Porque pra mim, na primeira gravidez foi muito dolorosa até eu descobrir que eu poderia tomar o AZT, e que diminuiria a chance do bebê nascer positivo, sem o vírus. Mas ele vai nascer, entendeu, ele vai nascer. Só que as chances são poucas, entendeu? Dela se curar nos primeiros meses de vida, que são aquelas dos nove meses pelo que eu sei pra negativar. Eu pergunto, ninguém sabe me responder, ninguém sabe. Eu converso com as pessoas que têm e tiveram filhos. Uma fala que antes de 1 ano negativou, outros falam, 2 meses de vida meu nenê negativou. Uma fala, meu filho não nasceu com HIV, entendeu? Eles dizem que o bebê tem chance de não ter o vírus, que ele terá que fazer exames de 5 a 6 meses e depois negativar.
Mas eu fico com complexo de culpa dela nascer, ela vai começar a passar por uma fase muito difícil, que é todo mês ir no médico, tirar sangue, tomar remedinho. Eu acho que dói quando a gente vê, depois que a criança nasce, é você ver ela ser furada, furada, furada, porque tem que fazer os exames, né? E o que dói mesmo é isso! Mas eu acho que nesse eu vou encarar mais de frente! Agora, espero que tudo vai dar certo, né? Eu não deixo pegar assim na cabeça, “mas eu tenho HIV, meu nenê, meu bebê...” eu não tenho aquele sentimento de que “ai vai passar, ai ele vai nascer com isso”, pra mim, “ai ele não vai ser, ele vai tomar o xaropinho bem direitinho, bonitinho, e vai ser como o outro” taí saudável. Então, aí eu vejo assim. Não vejo que meu filho vai ser soropositivo.
Eu tenho sempre na mente que o meu bebê não vai ter nada, que ele nunca vai ter nada. Eu tô sempre pensando positivo. Acredito que vai dar certo. Espero que ele vai ser saudável, que nasça bem e com saúde, como o meu filho é hoje. E que não seja um portador. Se não ficar, eu fico muito aliviada se isso acontecer. Porque eu acho que com tudo e com tudo, quando eu resolvi engravidar é porque eu sabia que existia uma possibilidade enorme de eu ser soropositivo e meu filho não. Isso daí me deu a coragem de engravidar e de estar lutando, tá batalhando pra continuar viva e criar ele.
Meus filhos são todos negativos, espero que esse daqui vai negativar também, igual dos outros. Um dos meus filhos nasceu positivo, dei o AZT pra ele durante 6 semanas e com 1 ano e 8 meses negativou, ele tá com 4 anos hoje. Então, eu creio, tenho certeza que esse vai ser a mesma coisa. Que ele não tenha nada. As minhas expectativas são de que ele realmente não tenha o vírus. Eu torço que não, como todas as mães torcem que não. Vou fazer o possível pra ele negativar que eu tenho certeza que isso vai acontecer. Esse AZT, pelo que eu sei, ele é bastante seguro, não é 100% de chance de ele não ter, entendeu? Não vou amamentar ele, vou separar tudo, como eu fiz do meu último filho. O importante é a medicação, eu dando pra ele e acompanhando até os 3 anos.
Quero fazer de tudo o possível, como eu fiz pros outros, eu quero fazer pra ele também. A única coisa que eu quero é salvar ele. Não fazendo o tratamento você corre o risco, imagina sem fazer, aí é que nasce mesmo! Porque o que me fez engravidar foi eu não ter criado os meus filhos, meu marido não ter filho nenhum e eu ter a vontade de ser mãe realmente. Tô dando toda a minha atenção. O meu amor, carinho
pra ele. Tem tudo. Agora, se ele nascer eu não sei como vai ser a minha reação. Eu não consegui nem reagir direito a minha, principalmente a dele agora. Eu tenho consciência que ele pode nascer com o vírus que nem o meu outro bebê. Mas também ele nasce com os anticorpos da mãe, né, que falam. Eu só vou ter certeza mesmo depois que ele nascer é que eu vou ficar sabendo. Aí, eu tenho que aceitar. Eu vou cuidar, fazer o que eu puder por ele.
pra ele. Tem tudo. Agora, se ele nascer eu não sei como vai ser a minha reação. Eu não consegui nem reagir direito a minha, principalmente a dele agora. Eu tenho consciência que ele pode nascer com o vírus que nem o meu outro bebê. Mas também ele nasce com os anticorpos da mãe, né, que falam. Eu só vou ter certeza mesmo depois que ele nascer é que eu vou ficar sabendo. Aí, eu tenho que aceitar. Eu vou cuidar, fazer o que eu puder por ele.
Eu já vi caso de criança nascer, ficar doente, pneumonia, depois morrer assim no braço da mãe. Eu não sei se vou agüentar (chora), de não conseguir prosseguir, como eu já falei, como ele nascer doente. Porque pode dar menos chance de vida depois que ele nascer. Se por acaso for, a gente vai lutar, porque a criança tem a chance de negativar até os 6 anos, 5 anos, então eu vou continuar, porque ele pode nascer e depois negativar. Ele também tem a chance assim de um mês negativar num primeiro exame que eu fizer ele já é negativo, entendeu? Porque ele vai começar a produzir seus anticorpos. E aí ele será uma criança normal. Mas eu costumo não ficar pensando. A única coisa que eu quero é a salvação dela, porque o resto... Porque o mais importante é pensar na minha filhinha, só penso nela, agora que eu descobri que é menininha."
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