O Leite
Artificial é uma importante tecnologia desenvolvida para imitar as características
do leite materno, variando com a idade dos recém nascidos. Acontece que essa
tecnologia foi desenvolvida para os bebês que não podem ser amamentados pelo
Leite Materno.
Infelizmente
essa tecnologia do LA tem sido usada de forma indiscriminada, receitada por
profissionais de saúde, indicada pelos palpiteiros de plantão ou pela
insegurança das mães. As razões mais comuns para se usar o leite artificial
como complemento ou substituto ao leite materno:
- O Leite
da mulher não desceu
- O Leite da
mãe é fraco
- A mulher
tem Pouco leite
- O bebê
precisa dormir a noite toda
- O bebê não
esta ganhando tanto peso quanto deveria (apesar de estar ganhando peso,
crescendo e estar super saudável).
Todos esses
motivos são falsos. Eles não são motivos reais de necessidade para o uso do
complemento ou da substituição do leite materno. Não existe leite fraco, o
leite materno é adequado à necessidade do bebê, assim como a mulher produz a
quantidade de leite necessária para seu bebê, se deixar que ele sugue, em livre
demanda. Cada criança é única e se vai dormir a noite toda ou se ganha 30
gramas ou 20 gramas por dia é individual, dependendo de uma combinação de
fatores, não devemos encaixar os pequenos em padrões fixos, mas sim acompanhar
seu desenvolvimento saudável. Quem quiser ler sobre esses temas que já falamos várias vezes aqui no blog é só clicar aqui.
Mas esse
post é para esclarecer quando realmente existe necessidade do uso do Leite Artificial.
Que se usado de forma indevida pode prejudicar a saúde do bebê e interferir no
aleitamento materno. A OMS, a UNICEF e o Ministério da Saúde desenvolveram uma
lista das “Razões Médicas aceitáveis
para uso de substitutos do leite materno”. Confira abaixo as razoes e veja
se você e seu bebê se encaixam nela, se não, é necessário repensar e questionar
o uso ou indicação do uso do leite artificial.
CONDIÇÕES DA CRIANÇA
Lactentes que não devem
receber leite materno nem qualquer outro leite, exceto fórmulas especiais:
- Lactentes com galactosemia
clássica: é necessário uma fórmula especial isenta de galactose.
- Lactentes com doença da urina de
xarope do bordo: é necessário uma fórmula especial livre de leucina, isoleucina
ou valina.
- Lactentes com fenilcetonúria: é
necessário uma fórmula especial isenta de fenilalanina (alguma amamentação é
possível, sob monitoramento cuidadoso).
Lactentes para os quais o
leite materno é a melhor opção de alimento, mas que podem necessitar de
complementação com outro leite por um período limitado:
- Lactentes nascidos com menos de
1500g (muito baixo peso ao nascer);
- Lactentes nascidos com menos de 32
semanas de idade gestacional (muito prematuros);
- Lactentes com risco de hipoglicemia
em virtude de adaptação metabólica comprometida ou demanda aumentada de
glicose, como são os pré-termos, pequenos para idade gestacional ou que tenham
experimentado significante estresse com hipoxia e isquemia intraparto, aqueles
que estão doentes e cujas mães são diabéticas; e se sua glicemia não melhorou
com a amamentação ou com leite materno.
CONDIÇÕES DA MÃE
Condições maternas que podem
justificar evitar amamentar de forma permanente:
- Infecção pelo HIV 1 – quando a
substituição da alimentação é aceitável, factível, acessível, sustentável e
segura (AFASS);
Condições maternas que podem
justificar evitar amamentar de forma temporária:
- Doença grave que impede a mãe de
cuidar de seu filho, por exemplo, sepsis;
- Vírus do Herpes simplex tipo 1
(HSV-1) – o contato direto entre as lesões mamárias da mãe e a boca do bebê
deve ser evitado até que as lesões estejam curadas;
- Medicações maternas: - drogas sedativas,
psicoterápicas, anti-epiléticas e opiáceos e suas combinações podem causar
efeitos colaterais tais como tontura e depressão respiratória, devendo ser evitadas
se existirem alternativas mais seguras;
- A mãe pode voltar a amamentar cerca
de dois meses após ter recebido iodo-131 radioativo (esta substância deve ser
evitada já que existem alternativas mais seguras);
- O uso em excesso de iodo ou iodofor
tópico (ex. povidone-iodato), especialmente em mucosas ou feridas abertas, pode
resultar em anormalidades eletrolíticas ou supressão da tireóide no bebê
amamentado e deve ser evitado;
- Quimioterapia citotoxica -
usualmente requer que a mãe deixe de amamentar durante a
terapia.
Condições maternas durante as quais
amamentar não é contra-indicado, embora elas representem problemas de saúde que
causam preocupação:
- Abcesso mamário – a amamentação
deve ser mantida na mama não afetada; quanto à mama afetada, deve-se retornar
somente após a drenagem do abscesso e início do tratamento antibiótico;
- Hepatite B – os lactentes devem
receber vacina contra a Hepatite B nas primeiras 48 horas ou
assim que possível;
- Hepatite C;
- Mastite – se a amamentação for
muito dolorosa, o leite deve ser removido por ordenha para prevenir a continuidade
da mastite;
- Tuberculose – a mãe e o bebê devem
ser tratados conjuntamente de acordo com as recomendações nacionais;
- Uso de certas substâncias - já se
demonstrou que tem efeitos danosos sobre o bebê amamentado o uso pela mãe de
nicotina álcool, ecstazy, anfetaminas, cocaína e estimulantes relacionados; - álcool,
opiáceos, benzodiazepínicos, álcool e maconha (cannabis) podem causar sedação
tanto na mãe como no bebê. As mães devem ser incentivadas a não usar tais
substâncias e ter oportunidades e apoio para abstinência.
(OMS 2009)
Informações de utilidade publica para mães e profissionais de saúde não?
Cara Morena! ótimo teres reproduzido as "Razões Médicas Aceitáveis para uso de substitutos do leite materno" da OMS. Solicito que retires do blog a fotografia da lata de fórmula infantil pois, embora não sendo tua intenção, estás promovendo esse produto. Desde 1988, no Brasil, é proibida a promoção comercial de fórmulas infantis, mamadeiras, bicos e chupetas (Lei 11.265/2006); sempre que expomos esses produtos, estamos promovendo-os, concordas? Abraço!! Celina Valderez/Porto Alegre, RS
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