quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

As intervenções e procedimentos médicos durante o trabalho de parto



Já falamos sobre o que é um Plano de Parto e quais as suas características, além do que colocar nele durante a fase latente e ativa do parto. Quem não leu os posts anteriores vale a pena conferir. Nosso objetivo é discutir algumas informações para que cada grávida possa montar o seu plano de parto.


Alguns hospitais e/ou profissionais de saúde ainda não atualizaram seus protocolos obstétricos e por isso é importante que as mulheres conheçam os procedimentos e façam a sua escolha. Sempre, como já falamos, dentro da segurança para a saúde da mãe e bebê e baseada em decisões tomadas com informações, em conjunto, mulher e equipe de saúde.

Muitas vezes assim que a mulher é internada no hospital já colocam o soro na sua veia. Na maioria das vezes é um soro puro, que é colocado para facilitar a possível necessidade futura de medicamentos. Bom... se não é certo que a mulher vai precisar de medicamentos, não é necessário que ela fique ligada a um frasco de soro, que no mínimo, diminui a sua liberdade de movimentação (como já falamos a mulher que se movimenta durante o trabalho de parto mantém o ritmo deste e pode buscar posições que diminuam a dor da contração, além de poder usar banheiros, chuveiro e bolas). Muitas vezes o soro na veia é associado a necessidade de fica em jejum. Não existe essa relação. Se a mulher desejar e conseguir ela pode e deve beber liquidos e se comer alimentos leves e de fácil digestão durante o trabalho de parto, afinal, vai precisar de energia! Caso a mulher não tolere líquido durante o trabalho de parto pode ser necessário sim o soro, para evitar que se desidrate.

Em outros casos o soro já é colocado associado a uma outra intervenção, a ocitocina artificial. Já falamos outras vezes aqui da OCITOCINA, o hormônio que indica ao corpo a necessidade de contração do útero e, sabemos que a utilização desse hormônio de forma artificial pode ser muito útil e importante nos casos especiais de mulheres com contrações insuficientes, ausência de trabalho de parto e outros mais específicos. Mas sabemos também que ele não deve ser usado de rotina, e muito menos sem informar a parturiente, já que o hormônio artificial torna as contrações absurdamente mais doloridas. Isso acontece porque o corpo perde o controle e quem diz ao útero quando e o quanto contrair é o hormônio artificial.

Em alguns hospitais a ocitocina artificial é utilizada também após o parto, para estimular a expulsão da placenta, como rotina. Sabe-se que se a mulher estiver bem, com pouco sangramento e o bebê for estimulado a sugar nos primeiros 30 minutos após o parto, dificilmente existirá necessidade de um hormônio artificial para estimular a saída da placenta. Basta esperar com paciência e observação a resposta do corpo de cada mulher.

Assim que a gestante é internada, além do soro, muitas vezes é realizado também o enema e a tricotomia. O enema é a lavagem intestinal da mulher. Esse procedimento não é necessário e só deve ser realizado se a mulher desejar. Sabemos que ao faze força a mulher pode fazer xixi ou coco, falando da forma mais simples e direta possível. O que é totalmente normal, os profissionais de saúde devem estar preparados, a mulher não precisa se envergonhar e não causa nenhum risco de contaminação do bebê ou a mulher. Sugerimos que a lavagem intestinal seja feita se a mulher achar que ficará muito constrangida com suas fezes, assim ela pode ficar tranqüila ao fazer força para o nascimento.

A tricotomia é um procedimento de conforto para os profissionais de saúde, mas que depois pode causar muito incomodo a mulher. É a raspagem dos pelos da vagina. Já sabemos que os cabelos não apresentam nenhum risco de contaminação do bebê e da mulher e não interferem em nada no parto. As mulheres pode se depilar como de costume com algumas semanas de antecedência do trabalho de parto se desejarem, o que também não interfere no parto. a raspagem dos pelo pode levar a incomodo posterior, quando estão nascendo, o que não é nada legal.





Por fim, destacamos o monitoramente dos batimentos cardíacos do bebê. Esse monitoramento é muito importante, já que indica se o bebê esta bem durante o trabalho de parto. Ele pode ser feito de forma intermitente (de tempos em tempos um profissional treinado ausculta os batimentos) ou contínuo (com um monitor cardíaco preso a barriga da gestante). Sabe-se hoje que o monitoramente continuo pode gerar momentos de ansiedade à gestante podendo levar a diagnósticos precipitados de sofrimento fetal. Isso pode acontecer porque os batimentos do bebê variam durante os momentos de contração e repouso da mãe, mas escutar essa variação ininterruptamente pode ser aflitivo. Outro porém também do monitoramento ininterrupto é a falta de praticidade do monitor que limita os movimentos da gestante.


E ai? Conseguiram entender um pouquinho sobre os procedimentos? Deu para decidir sobre o soro, ocitocina artificial, alimentação, hidratação, enema, tricotomia e monitoramento fetal?

Na semana que vem vamos falar do período expulsivo, ou seja, o momento do nascimento! Não percam.

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