Já falamos sobre o que é um Plano de Parto e quais as suas
características, além do que colocar nele durante a fase latente e ativa do
parto. Quem não leu os posts anteriores vale a pena conferir. Nosso objetivo é
discutir algumas informações para que cada grávida possa montar o seu plano de
parto.
Hoje o assunto são as intervenções e procedimentos no trabalho de parto.
Existem vários procedimentos que antigamente eram recomendados como rotina, mashoje, sabe-se que na maioria dos casos não são necessários. A OrganizaçãoMundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam que o parto normal, ouvaginal, mais seguro para mulher e bebê, ocorra com o mínimo de intervenções possíveis.
Alguns hospitais e/ou profissionais de saúde ainda não atualizaram seus
protocolos obstétricos e por isso é importante que as mulheres conheçam os
procedimentos e façam a sua escolha. Sempre, como já falamos, dentro da
segurança para a saúde da mãe e bebê e baseada em decisões tomadas com informações,
em conjunto, mulher e equipe de saúde.
Muitas vezes assim que a mulher é internada no hospital já colocam o
soro na sua veia. Na maioria das vezes é um soro puro, que é colocado para
facilitar a possível necessidade futura de medicamentos. Bom... se não é certo
que a mulher vai precisar de medicamentos, não é necessário que ela fique
ligada a um frasco de soro, que no mínimo, diminui a sua liberdade de movimentação
(como já falamos a mulher que se movimenta durante o trabalho de parto mantém o
ritmo deste e pode buscar posições que diminuam a dor da contração, além de
poder usar banheiros, chuveiro e bolas). Muitas vezes o soro na veia é
associado a necessidade de fica em jejum. Não existe essa relação. Se a mulher
desejar e conseguir ela pode e deve beber liquidos e se comer alimentos leves e
de fácil digestão durante o trabalho de parto, afinal, vai precisar de energia!
Caso a mulher não tolere líquido durante o trabalho de parto pode ser
necessário sim o soro, para evitar que se desidrate.
Em outros casos o soro já é colocado associado a uma outra intervenção,
a ocitocina artificial. Já falamos outras vezes aqui da OCITOCINA, o hormônio que
indica ao corpo a necessidade de contração do útero e, sabemos que a utilização
desse hormônio de forma artificial pode ser muito útil e importante nos casos
especiais de mulheres com contrações insuficientes, ausência de trabalho de
parto e outros mais específicos. Mas sabemos também que ele não deve ser usado
de rotina, e muito menos sem informar a parturiente, já que o hormônio artificial
torna as contrações absurdamente mais doloridas. Isso acontece porque o corpo
perde o controle e quem diz ao útero quando e o quanto contrair é o hormônio artificial.
Em alguns hospitais a ocitocina artificial é utilizada também após o
parto, para estimular a expulsão da placenta, como rotina. Sabe-se que se a
mulher estiver bem, com pouco sangramento e o bebê for estimulado a sugar nos
primeiros 30 minutos após o parto, dificilmente existirá necessidade de um hormônio
artificial para estimular a saída da placenta. Basta esperar com paciência e observação
a resposta do corpo de cada mulher.
Assim que a gestante é internada, além do soro, muitas vezes é realizado
também o enema e a tricotomia. O enema é a lavagem intestinal da mulher. Esse
procedimento não é necessário e só deve ser realizado se a mulher desejar.
Sabemos que ao faze força a mulher pode fazer xixi ou coco, falando da forma
mais simples e direta possível. O que é totalmente normal, os profissionais de saúde
devem estar preparados, a mulher não precisa se envergonhar e não causa nenhum
risco de contaminação do bebê ou a mulher. Sugerimos que a lavagem intestinal
seja feita se a mulher achar que ficará muito constrangida com suas fezes,
assim ela pode ficar tranqüila ao fazer força para o nascimento.
A tricotomia é um procedimento de conforto para os profissionais de saúde,
mas que depois pode causar muito incomodo a mulher. É a raspagem dos pelos da
vagina. Já sabemos que os cabelos não apresentam nenhum risco de contaminação do
bebê e da mulher e não interferem em nada no parto. As mulheres pode se depilar
como de costume com algumas semanas de antecedência do trabalho de parto se
desejarem, o que também não interfere no parto. a raspagem dos pelo pode levar
a incomodo posterior, quando estão nascendo, o que não é nada legal.
Por fim, destacamos o monitoramente dos batimentos cardíacos do bebê.
Esse monitoramento é muito importante, já que indica se o bebê esta bem durante
o trabalho de parto. Ele pode ser feito de forma intermitente (de tempos em
tempos um profissional treinado ausculta os batimentos) ou contínuo (com um
monitor cardíaco preso a barriga da gestante). Sabe-se hoje que o monitoramente
continuo pode gerar momentos de ansiedade à gestante podendo levar a diagnósticos
precipitados de sofrimento fetal. Isso pode acontecer porque os batimentos do
bebê variam durante os momentos de contração e repouso da mãe, mas escutar essa
variação ininterruptamente pode ser aflitivo. Outro porém também do
monitoramento ininterrupto é a falta de praticidade do monitor que limita os
movimentos da gestante.
E ai? Conseguiram entender um pouquinho sobre os procedimentos? Deu para
decidir sobre o soro, ocitocina artificial, alimentação, hidratação, enema,
tricotomia e monitoramento fetal?
Na semana que vem vamos falar do período expulsivo, ou seja, o momento
do nascimento! Não percam.
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