A fase expulsiva, ou seja, o nascimento e os momentos que o precedem é
caracterizada pela importância da conexão da mulher com seu corpo.
Carinhosamente as mulheres relatam estar na Partolândia, ou seja, concentradas
no parto.
Nesse momento, mais do que nos anteriores, durante o trabalho de parto,
não é legal os acompanhantes e profissionais de saúde encherem a grávida de
perguntas. O ideal é perceber o movimento dela e ir ajudando-a nesse momento
importante. É a hora de fazer força, mas a mulher conectada com seu corpo e não
anestesiada sente o puxo, uma vontade de empurrar para o seu bebê nascer. A
força direcionada pelos profissionais da equipe e acompanhantes nem sempre faz
sentido para a mulher e essa percepção é importante.
Durante o puxo e nos intervalos da contração é fundamental observar a respiração,
e com calma e sintonia os acompanhantes e a doula podem ajudar a gestante nesse
momento. A posição da gestante na expulsão faz também toda a diferença.
A mulher deve ter liberdade para sentir seu corpo e perceber qual a
melhor posição para seu bebê nascer. Seja agachada, sentada, recostada, de pé,
de cócoras, na agua... dificilmente a posição de litotomia é a escolhida, já que deitada
com os pés para o alto a mulher dificilmente consegue fazer força e respirar
tranquilamente, além de ter a passagem diminuída pela posição do cóxi da mulher
e não ter a ajuda da gravidade.
Muitos obstetras ainda tem o hábito de realizar episiotomia de rotina. A
episiotomia é um corte feito pelo médico no períneo da mulher que supostamente
facilita a saída do bebê. No entanto, esse procedimento só deve ser realizado
em casos de necessidade, já que normalmente o bebê não precisa de ajuda para
sair, especialmente se a mulher puder escolher a sua posição no período
expulsivo. Alguns profissionais dizem realizar a episio para evitar que o
períneo se rasgue, no entanto, sabemos que para a recuperação do músculo e a cicatrização
da pele é melhor que o períneo rasgue naturalmente, se isso acontecer (sendo
que a mulher pode fazer exercícios durante a gestação para diminuir essa
probabilidade), do que se for cortado artificialmente.
Existe um mito de que o período expulsivo precisa ser rápido. O que não é
verdade. Desde que o bebê esteja bem, sendo auscultado de tempos em tempos, o
período expulsivo, que só começa após os 10 cm de dilatação do colo do útero,
deve respeitar o ritmo de cada mulher, conectada com seu corpo.
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