quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A fase expulsiva – a hora P!


A fase expulsiva, ou seja, o nascimento e os momentos que o precedem é caracterizada pela importância da conexão da mulher com seu corpo. Carinhosamente as mulheres relatam estar na Partolândia, ou seja, concentradas no parto.

Nesse momento, mais do que nos anteriores, durante o trabalho de parto, não é legal os acompanhantes e profissionais de saúde encherem a grávida de perguntas. O ideal é perceber o movimento dela e ir ajudando-a nesse momento importante. É a hora de fazer força, mas a mulher conectada com seu corpo e não anestesiada sente o puxo, uma vontade de empurrar para o seu bebê nascer. A força direcionada pelos profissionais da equipe e acompanhantes nem sempre faz sentido para a mulher e essa percepção é importante.

Durante o puxo e nos intervalos da contração é fundamental observar a respiração, e com calma e sintonia os acompanhantes e a doula podem ajudar a gestante nesse momento. A posição da gestante na expulsão faz também toda a diferença.

A mulher deve ter liberdade para sentir seu corpo e perceber qual a melhor posição para seu bebê nascer. Seja agachada, sentada, recostada, de pé, de cócoras, na agua... dificilmente a posição de litotomia é a escolhida, já que deitada com os pés para o alto a mulher dificilmente consegue fazer força e respirar tranquilamente, além de ter a passagem diminuída pela posição do cóxi da mulher e não ter a ajuda da gravidade.

Muitos obstetras ainda tem o hábito de realizar episiotomia de rotina. A episiotomia é um corte feito pelo médico no períneo da mulher que supostamente facilita a saída do bebê. No entanto, esse procedimento só deve ser realizado em casos de necessidade, já que normalmente o bebê não precisa de ajuda para sair, especialmente se a mulher puder escolher a sua posição no período expulsivo. Alguns profissionais dizem realizar a episio para evitar que o períneo se rasgue, no entanto, sabemos que para a recuperação do músculo e a cicatrização da pele é melhor que o períneo rasgue naturalmente, se isso acontecer (sendo que a mulher pode fazer exercícios durante a gestação para diminuir essa probabilidade), do que se for cortado artificialmente.

Existe um mito de que o período expulsivo precisa ser rápido. O que não é verdade. Desde que o bebê esteja bem, sendo auscultado de tempos em tempos, o período expulsivo, que só começa após os 10 cm de dilatação do colo do útero, deve respeitar o ritmo de cada mulher, conectada com seu corpo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário