Família é uma coisa engraçada. Num desses
finais de semana fiquei pensando sobre isso!
De uma hora para a outra, a casa da minha avó
que não tinha uma criança com menos de 5 anos há mais de 10 anos ganhou 8,
correndo de um lado para o outro!
E não foi do jeito mais convencional que essa
cambada apareceu não. O que chamo de jeito mais convencional seria já que os
netos cresceram, agora vem os bisnetos. Dessas oito crianças só uma é bisneta
dos meus avós.
Hoje, “no
mundo moderno”, a família vai muito além daquele conceito de pai, mãe,
filhos, tios (os irmãos dos pais), avós e primos. Estudando sobre abordagem
familiar aprendi um termo que conseguiu descrever a minha família, é a Família Estendida.
Minha família, seja por parte de mãe ou por
parte de pai, sempre teve essa cara inclusiva. Quem fosse chegando a gente ia
agregando na família, participando nas festas de aniversário, nos passeios no
clube , sitio ou fazenda, nas festas de natal ou nos almoços de sábado. Assim,
junta a família do pai com a da mãe, chama os primos de segundo grau, e os
primos dos primos também viram primos. Eram os agregados que viravam família.
Os “tempos
modernos” foram chegando e a família saindo do tradicional e ganhando novas
caras. Apesar do susto inicial, meus avós se acostumaram com os casados,
descasados, namorados, separados, divorciados, recasados, juntados e por ai
vai.
Foi daí que surgiu esse tanto de criança. Tem a
filha do meu primo, que é mais velha que a filha do meu tio. Regulam com as
meninas dois netos da nova namorada do meu tio, que tem dois irmãos mais
velhos, e se juntam a essa turma a filha da ex mulher do meu tio e a sua
enteada, que regulam com os netos mais velhos da atual namorada do ex marido
dela.
Complicado?
Para os adultos sim, mas para as crianças não.
Quando todas se juntam fica claro que não importa os parentescos formais e
sanguíneos e sim o papel que cada um exerce. Rapidamente elas se identificam
como primos e ficam amigos. Um ajudando o outro. Ensinando as coisas erradas,
cuidando um do outro e trazendo novos desafios, exatamente como eu e meus
primos há 20 anos. Quem era pra ser primo, se não tem mais cara de primo vira
tio ou tia, e a tia favorita não precisa ser a irmã da mãe ou do pai, pode ser
a sobrinha do namorado da avó ou a prima. Avô e avó pode ter mais de 4, não
importa quantos, se chegam aqui e tem um novo vovô, sem problemas, ele também
merece beijos e abraços.
E olha que essa confusão toda se encaixa
perfeitamente lá na tal teoria de abordagem familiar. A família estendida, na qual
o que mais conta são os papéis exercidos e as relações construídas, e não os
títulos oficiais e sanguíneas.
De tudo isso o resultado é que os almoços de
sábado ganharam de novo a cara de antigamente,
com muito mais gente e alegria transbordando!
Para aprendermos com a simplicidade das
crianças uma historinha que aconteceu comigo e uma dessas crianças, quando
tinha por volta de 5 anos.
Alguns amigos me encontraram com ela em um
café. E ela muito falante contava casos e chamava a atenção de todos. Quando
perguntaram a ela qual era o nosso parentesco... olhem só a conversa!
- O que ela é sua?
E a menininha pensou um pouquinho e respondeu
tranquilamente, antes de emendar um outro assunto bem mais interessante e importante que aquele:
- Ela é minha meia prima!
Os adultos começaram a rir e me chamaram para
explicar o que exatamente era “meia prima”. Eu ia começar a explicar que ela é...
Mas parei e vi que isso não importava, que “meia prima” era a melhor definição
que podia existir para nossa relação. Simples e direito, o papel que eu exerço
na vida dela e não o que a nossa consangüinidade determina.
Luísa, adorei o bolg e esse post tá muito a cara da família Friche na casa da vovó Lourdes, um mistureba de primos/tios/irmãos/netos/bisnetos e a cada dia tudo fica mais gostoso mesmo, como você bem descreveu! Parabéns pelo trabalho super legal, minha flor! BjO, Laurinha
ResponderExcluirLu, adorei o post, parabéns! Hoje já não falamos mais de família como antigamente, falamos de organização familiar e essa foi a forma que sua família se organizou para acolher e receber as pessoas.Fiquei imaginando a casa da sua avó e me deu uma sensação de ser muito acolhedora e gostosa! Bjos
ResponderExcluirMeninas! Que bom que gostaram! E claro que vcs duas tambem fazem parte dessa familia estendida ne!!! Bjus
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