sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sabedoria de Mãe - AMOR E DOR, UM LIMIAR TÊNUE


Tem coisa que só mãe que sabe né?! Intuição de mãe então? Batata! Sempre vale apena ouvir! Pode ter teoria, estudo, artigo e profissionais da área ajudando, mas têm algumas coisas que só quem é mãe sabe. Sabe porque já viveu na pele, no dia a dia, com amor e dedicação. E é com essas mulheres que nos identificamos e com quem mais aprendemos. E é por isso que estamos inaugurando essa seção aqui no blog.

Sabedoria de Mãe

E nossa primeira convidada para contar sua história é a Morena Antunes. Olhem só ela aqui do lado, na  barra lateral com o lindo Raoni, curtindo o Carnaval de Olinda!

AMOR E DOR, UM LIMIAR TÊNUE

Recebi a notícia de minha gravidez em um momento bastante singular de minha vida, momento de grandes perdas, perda de alguns projetos de vida, perda de perspectiva, perda de chão, mas ao mesmo tempo de redescoberta de minha família, meu pequeno núcleo familiar, em especial a força de minha mãe, meu esteio!

 Morena, grávida de 8 meses
Foto de Tuca Siqueira

Recém separada do pai de meu filho, de volta à casa de meus pais, alojada no quarto de estudos, pois a casa já havia sido toda adaptada a realidade de que eu e meu irmão estávamos morando cada um em sua casa. Era um sábado, com o corpo em franca e estranha mudança decidi sozinha e em silêncio sair para fazer um teste de gravidez, antes passei para fazer as unhas e fui de lá, andando, até o laboratório, pensando em minha vida.

Em silencio, abri o resultado, na realidade nem lembro direito o que li, lembro apenas quando chamei minha mãe, minha irmã veio junto, logo perguntei, “mãe, é isso mesmo que estou vendo?” e ela demorou a responder (parecia uma eternidade) “é sim, minha filha”, disse ela, “eu estou aqui para apoiar você em qualquer decisão que você venha a tomar!” pus-me a chorar...chorei...chorei...e falei, “vou sim ter meu filho! Não era exatamente nesta situação que eu gostaria de ser mãe, mas com certeza serei mãe desta criança que já faz parte de mim!”. Pois é, apesar de vivermos em uma sociedade moderna temos em mente uma família tradicional, pai, mãe e filho juntos.

Bom, nem sei se era realmente necessário escrever esta introdução, mas achei importante falar sobre o meio em que nós vivíamos até chegar o mágico dia de ter Raoni em meus braços e assim poder amamentá-lo.

Daí para frente enfrentamos dias difíceis, sangramento, risco de perder meu bebe, dias de repouso forçado, trabalho, conflitos, muitos conflitos, mas também tive muitos momentos lindos e mágicos sentindo ele crescer dentro de mim, conversando muito com ele, o apoio incondicional de minha micro e macro família, dos amigos, e a satisfação de ver que ele já era uma criança muito amada.

Veio a primeira consulta com a obstetra, entrei na sala com duas certezas, quero parto natural e quero amamentar meu filho. Quanto a primeira certeza, eu estava muito tranqüila, pois esta médica já me foi indicada, não apenas por sua competência, mas também por aceitar fazer sim parto natural; e a segunda certeza, pensei, isso é uma condição natural e óbvia de toda mulher, como pode ser diferente? Achei (tinha mesmo certeza) que amamentar seria muito tranqüilo, uma questão mesmo de nossa natureza.

A médica me indicou uma pessoa que trabalha com amamentação, chegando lá fui orientada através da cartilha do Ministério da Saúde com todos os seus critérios, em acréscimo, ela me falou que eu expusesse as mamas ao sol e que não hidratasse nem os mamilos, nem a aréola, assim foi feito, é certo que quanto ao sol, falhei um pouco.

Enfim, eu já era a mãe mais sabida de todas em relação a amamentação, acreditava mesmo que já possuía todas as informações necessárias para alimentar meu filho da forma mais nobre do mundo, com meu próprio leite.

Mas não sabia eu que um outro indicador de sucesso na amamentação não me havia sido exposto, a questão da aprendizagem do bebe a mamar, a desenvoltura dele na hora da pega, e então, caso desse tudo errado a este respeito qual seria a orientação a ser seguida.

Enfim, esperamos, eu e Raoni, até umas 42 semanas para nos olharmos nos olhos.

Completadas 42 semanas de gestação, foi solicitado que fizéssemos uma ultrassonografia e uma escuta dos batimentos cardíacos de Raoni, veio a noticia, os batimentos diminuíram, e logo a médica falou, vamos ter que fazer uma cesárea. A médica explicou que não poderíamos correr o risco de entrar em trabalho de parto, pois pelo tamanho e peso previstos ele poderia sofrer no canal de parto. Tive a notícia da cesárea por volta das 11:00h da manhã, demos entrada na maternidade umas 14:00h e agora era só esperar até umas 19:00h, hora marcada para o parto.

Ok, vamos à cirurgia, ele estava super alto, flutuando como disse a médica, fizeram bastante força para tirá-lo, empurraram bastante minhas costelas, mas aí... ouvi um choro, então só o que queria era pegá-lo nos braços. Fizeram os procedimentos e o colocaram de uma forma muito atrapalhada em meu peito, resultado ele não pegou o peito, levaram ele de mim para o berçário e fiquei meio sem saber o que pensar. Sei que no berçário ele foi chamado de “o menino de dois meses” era enorme pesava 4,440 Kg e 51 cm de altura.

Depois de alguns momentos entre a sala de parto, assepsia pós-cirúrgica (já no quarto), não sei ao certo quanto tempo depois, mas chegou ele, meu Raoni, nem podia acreditar que aquele bebe enorme, saudável e lindo, claro (risos) havia sido gerado dentro de mim, nossa... sem palavras!

Agora sim, vou colocar em prática todos os meus “dotes” de grande amamentadora, mas de repente caiu a ficha, nada do planejado deu certo, não consegui amamentar! e agora, qual o problema e, principalmente, qual a solução?

A história de Morena e Raoni continua na semana que vem, na sexta! E continua mais emocionante ainda! Não percam!

Um comentário:

  1. Oi Mo...

    Adorei seu depoimento...viajei no passado...apesar de estudar sobre a PRIMEIRA refeição...ter toda teoria na mente sei e já vivi na pele, como vc esta esperiência, por duas vezes..e vou confessar com Malu não foi fácil por tudo que passei e o leite se foi derrepente e lembro muito bem do choro dela pela casa e seu avô (lindo) em desespero dizendo q ela estava com fome...e logo em seguida todos estavam em volta dela com uma mamadeira e aliviados por ELA não chorar mais com MELL a situação foi outra...me entreguei por inteiro... super gostoso e por pura ousadia da capricorniana...me largou por conta própria e eu é que me senti desmamada...CONCORDO o qto amadurecemos..e passamos a respeitar o momento dos outros um diferencial importantissimo; um filho não é igual ao outro cada um é UNICO... SER MÃE É SER UNICA...EXCLUSIVA POIS O PRIMEIRO SORRISO É NOSSO O PRIMEIRO CARINHO(AQUELA MÃOZINHA Q TE FAZ CARINHO..O PRIMEIRO OLHAR NO FUNDO DO OLHO) É PRA GENTE Q ESTES SERES DE LUZ AGRADECEM..LINDO XEIRINHO EM TODOS...TIA MONCA

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