sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Curtindo no Facebook

Oi pessoal!

Vim aqui contar pra vocês que agora o Acalanto, além do blog para trocarmos informações tem tambémuma página de curtir no facebook!

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Dúvidas mais comuns da amamentação


Como vou saber o tanto que meu bebê mamou no peito?

Muitas mães ficam ansiosas para saber a quantidade que o bebê mamou e assim ter certeza de que está bem amamentado. Mas esse controle não é possível com o bebê que mama no peito. Muitas vezes essa ansiedade leva algumas mães inclusive a optar pela mamadeira. Essa opção não é a solução!!! Se o leite oferecido for artificial, o bebê perde todos os benefícios do leite materno e não ganha nenhum com o leite artificial. Além de outros prejuízos que a mamadeira trás, já comentados aqui no blog (para quem não viu o post sobre mamadeira e dor de ouvido CLIQUE AQUI).

A solução é confiar na sua observação do bebê e no seu corpo. A quantidade de leite que a mãe produz vai sendo adequada com a frequência de sucção do bebê. Ou seja, segue o tamanho da necessidade de nutrição e hidratação de cada criança.

O importante é garantir que o bebê mame todo o leite de um seio. A mulher sente o seio esvaziando durante a amamentação. E aí o bebê pode mamar ainda o tanto que desejar do outro seio. Normalmente os bebês levam de 10 a 20 minutos para esvaziar um seio, mas isso pode variar de cada criança, com seu temperamento e sua idade. Por isso vale mais a observação do comportamento. Quando este se mostrar desinteressado em mamar, é porque está satisfeito.


Muitas vezes acontece dos bebês bem pequenininhos chegarem tão ansiosos e famintos para mamar, que depois de 5 minutos sentem-se saciados e exaustos, voltando a dormir. Ai ele não mamou tudo o que precisava e por isso é importante acordá-lo delicadamente, estimulando-o voltar a sugar, e não tirá-lo do peito. Com os bebês mais velhos pode acontecer também de estar muito agitado com as novidades a sua volta e por isso não conseguir manter a atenção na amamentação. Se isso acontecer, é importante buscar um lugar mai tranquilo para amamentar e assim garantir que ele mame tudo o que precisa.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Triângulo Amoroso

Com a chegada do bebê, não tem casal que não sinta o relacionamento mudar. Para o bem e para o mal, agora o amor tem “o terceiro elemento” e vocês precisarão aprender a lidar com aspectos um do outro que ainda não conheciam
 A mãe amamenta o filho à meia-luz, sob o olhar orgulhoso do pai. O pai chega do trabalho e encontra o bebê dormindo e sua mulher linda e cheirosa à sua espera. A família unida – pai, mãe e filho – corre pelo parque em um dia ensolarado, sem preocupações. Corta! Definitivamente, a vida real de uma família recém-formada passa longe das cenas de um comercial de margarina. É claro que há momentos de extrema felicidade, mas a rotina de um casal pós-nascimento dos filhos é cansativa, desgastante e cheia de mudanças. “A maternidade é a concretização de um sonho, mas, ao mesmo tempo, traz ansiedade, desequilíbrios, conflitos, dúvidas, que são até naturais”, explica Isabel Kahn Marin, psicanalista e professora, responsável pelo departamento de atendimento à família da clínica psicológica da PUC-SP.
Antes a mulher dava atenção exclusiva ao marido e vice-versa. Agora, há entre eles um terceiro elemento. Que é lindo, fofo, mas tem cólicas, chora, quer mamar várias vezes durante o dia – e a noite! – e faz cocô em horas impróprias. “No primeiro ano de vida do bebê, o casal vê sua vida passada por um processador. Se antes eles se programavam para sair no fim de semana, agora eles pensam que podem sair, mas: se não fizer frio, se o bebê estiver bem, se ele dormir direito a noite...”, diz Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo (SP).
Para boa parte dos casais, as coisas só voltam ao normal três anos depois do nascimento dos filhos. Foi o que mostrou uma pesquisa feita pelo Relationship Research Institute, em Seattle (EUA), que também apontou que as mulheres sentem o baque imediatamente após o parto, enquanto homens demoram alguns meses para se sentir incomodados. O estudo foi tema de uma reportagem recente do diário norte-americano The Wall Street Journal, que mostrou já existirem vários serviços de aconselhamento para casais no período pré-natal.
Aqui no Brasil, em uma enquete feita no fim de maio no site da CRESCER, 38% dos internautas responderam que o casamento piorou muito depois da chegada do filho; 20% disseram que piorou, mas melhorou um ano depois; e 8% que piorou, mas melhorou dois anos depois. Ficou igual para 10% e melhorou para 4% dos participantes. E 20% acham que ficou muito melhor e que o filho uniu ainda mais o casal. Ou seja: não tem regra, cada casal vai vivenciar a experiência do seu jeito conforme a chegada de cada filho.
 Sócios para sempre
Ter um bebê, você sabe, é um projeto de vida muito importante para ser individualista ou executado de qualquer jeito. Por isso, o ideal seria que os casais se preparassem não apenas do ponto de vista prático e financeiro, mas também emocional. “Planejamento é bom para tudo, até para a reforma da casa. Quando se planeja, colocamos a máxima atenção naquilo e as coisas tendem a ficar mais fáceis”, explica Rita.
Mas mesmo sem essa estratégia toda, a natureza ainda dá de lambuja nove meses para um curso preparatório. “Muitos casais esquecem que vão ter de ser pai e mãe. Se preocupam mais com o enxoval, com o quarto do bebê do que em avaliar os ganhos e as perdas que estão por vir”, diz Luciana Jensen, psicóloga infantil e psicoterapeuta de casal e família há 16 anos.
Claro que não é proibido se animar com a decoração ou com as roupinhas, mas é recomendável que o casal também pense nas reais expectativas que tem, no papel de cada um, nos valores, na educação, e se prepare junto para a nova vida.
Essa etapa do processo não foi bem acordada no casamento de Roberta (que pediu para não darmos seu nome real), de 38 anos. Ele acabou após dez anos, quando seu segundo filho não tinha nem 2 meses de vida. Filha única, Roberta sempre quis se casar e ter mais de um filho. “Era visível que eu queria muito mais que ele. Esperamos cinco anos até ter nossa filha e outros quatro para eu engravidar de novo”, diz. Ela tinha uma boa convivência com o marido antes de engravidar e hoje vê que ficou encantada com o nascimento de sua primeira filha, obsessiva até. “Ela virou minha prioridade. Hoje acho que ele era imaturo e que não nasceu para ser pai, mas também sei que fui muito egoísta”, diz. Mesmo com o relacionamento já abalado, depois do nascimento da menina, Roberta insistiu em ter mais um filho.
 Divisão por 3
Conciliar a vida de pai e mãe com a vida do casal é um dos desafios dessa nova família. Muitas mulheres acabam por se sentirem só mães e deixam seus companheiros de lado. O vínculo do bebê com a mãe é sempre maior do que com o pai. Quando o bebê nasce, ele e a mãe continuam sendo uma coisa só. “Mulheres veem o bebê como uma extensão delas e os homens como um projeto, não como propriedade”, completa Rita Calegari.
Segundo Natércia Tiba, psicoterapeuta de casais grávidos e família, é natural que a mãe deixe o pai em segundo plano. Afinal, em um triângulo que na maioria das vezes não é equilátero (lembra das aulas de geometria da escola? Os triângulos equiláteros são os únicos com três lados e três ângulos iguais...) sempre há alguém que fica na ponta, mais distante, mas esse sentimento pode ser amenizado. Cabe ao pai procurar uma maneira de participar da vida do seu filho e cabe à mãe dar espaço para ele. “O pai não é a mãe dois, ele funciona diferente e é importante que seja assim”, diz.
De acordo com a psicóloga Luciana Jensen, casais que têm um relacionamento emocional mais desenvolvido costumam passar mais tranquilamente por essa nova situação. “O filho não é culpado pelo relacionamento ruim, o nascimento do filho só potencializa os problemas que já existiam”, explica a profissional que se separou do seu primeiro marido quando sua filha tinha 8 meses. “Namorei dez meses meu ex-marido, 17 anos mais velho e que já tinha quatro filhos. É uma baita injustiça dizer que nossa filha foi a responsável pela separação. Acho que não tínhamos uma ligação afetiva forte para superar, inclusive, todas as nossas diferenças”, diz.
 Ele não era assim
Nos consultórios dos terapeutas, as queixas de mulheres e homens são bem distintas. As mulheres falam da falta de tempo, da ausência de vida social, da privação do sono. Os homens, não só do sexo (ou da falta de), mas da piora de humor da esposa, da falta de atenção dela com ele e do desleixo dela. Nos relatos, é grande o número de constatações do tipo: “ele mudou” e “ela não era assim”. “Quando o casal é apenas um casal, a bagagem que ela tem é de mulher e ele, de homem. Quando se tornam pais e mães abre-se a mala do histórico familiar. Como foi minha mãe, como foi meu pai? E algumas diferenças que não apareciam antes começam a se revelar”, explica Natércia. “Brinco que a gestação corresponde a nove meses antes e nove depois do nascimento, para as pessoas registrarem que há muitas mudanças pela frente.”
Tentar ter um tempo a sós, criar uma rede de apoio, seja com funcionários ou parentes, é fundamental para a saúde do casal. Se cercar de amigos que já passaram ou estão na mesma situação para trocar experiências também é positivo. Com informação e cumplicidade, o casal consegue reorganizar sua dinâmica. “Não existe data ideal para a retomada da vida do casal, incluindo a sexual. Conforme a mulher vai retomando a sua vida profissional, sua rotina, seu próprio corpo, a vida do casal tende a voltar ao eixo”, diz Luciana Jensen.
Mas isso não quer dizer que os dois têm de ficar parados, esperando voltar à vidinha de antes. Para que isso aconteça é preciso esforço. “Muitos casais erram ao ficar esperando uma situação formal para estarem juntos e não usam as oportunidades do dia a dia. Muitas mulheres têm tempo para ficar atualizando o perfil do Facebook, mas não para o marido. E, assim, o casal vai criando uma lacuna cada vez maior”, diz Rita Calegari. Eleger prioridades é um exercício que deve ser constante – e se torna ainda mais fundamental quando se tem um filho. Que tal começar a tentar agora? 
Fonte: Revista Crescer

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ONDE BUSCAR APOIO PARA GARANTIR OS DIREITOS DA GESTANTE E DO BEBÊ




Os Conselhos de Saúde: (federal, estaduais e municipais) – com representação do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários – devem funcionar permanentemente e atuar na formulação de estratégias, no controle e na fiscalização das políticas públicas de saúde, inclusive em relação a aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de governo. Esses conselhos acolhem denúncias e sugestões e podem ser acionados por carta, pessoalmente em suas reuniões ou por contato com um de seus integrantes, que levará o caso ao órgão.

Conferências de Saúde: realizadas a cada quatro anos, ou de acordo com a deliberação do Conselho de Saúde, nos estados e municípios. Essas conferências definem as diretrizes gerais das políticas de saúde e geralmente culminam na Conferência Nacional de Saúde.

Conselhos de Fiscalização Profissional: Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho Regional de Enfermagem (COREN), Conselho Regional de Psicologia (CRP). Recebem denúncias assinadas, por correio ou pessoalmente, com nome do profissional, data e local do ocorrido e provas (como, por exemplo, exames e receitas).

Conselhos Gestores: também denominados Conselhos Locais. Têm a mesma representação dos Conselhos de Saúde e atuam no planejamento, controle, fiscalização e avaliação das ações e serviços implantados e/ou implementados naS Unidades de Saúde. Podem receber queixas diretas dos reclamantes ou dos seus conselheiros.

Conselhos Tutelares: têm a missão de zelar e proteger os direitos da criança e do adolescente. Atendem a denúncias, reclamações, reivindicações e solicitações feitas pelas crianças, adolescentes, famílias, comunidades e cidadãos, pessoalmente ou por telefone. Esses Conselhos exercem ainda funções de escutar, orientar, aconselhar, encaminhar e acompanhar os casos.

Defensorias Públicas: dão assistência jurídica integral, gratuita, judicial e extrajudicial, às pessoas que precisam e não podem pagar pelo apoio legal. Oferecem ao cidadão serviços de orientação e defesa em todos os graus e instâncias, de modo coletivo ou individual. O mesmo serviço é prestado pela Assistência Judiciária da OAB, por Faculdades de Direito de vários municípios, depois que os reclamantes vão pessoalmente relatar seus casos.

Disque Saúde (0800 611997): serviço da Ouvidoria Geral do SUS, do Ministério da Saúde, que funciona das 7 às 19 horas, de segunda a sexta. Oferece informações sobre doenças e recebe denúncias de mau atendimento no Sistema Único de Saúde. A ligação é gratuita.

Disque 100: serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República que recebe, principalmente, denúncias de violência contra crianças e adolescentes. O serviço funciona das 8 às 22 horas, todos os dias da semana. A ligação é gratuita e o sigilo para a identidade dos denunciantes é garantido.

Disque 180: serviço da Secretaria de Políticas para Mulheres que recebe denúncias sigilosas de violência contra a mulher, 24 horas por dia, todos os dias da semana. A ligação é gratuita e o denunciante não precisa se identificar.

Comissões ou Conselhos de Defesa dos Direitos Humanos: ligadas aos Legislativos ou Executivos, essas comissões podem ser acionadas por carta.

Organizações não governamentais: os Centros de Defesa da Criança e do Adolescente são exemplos de organizações que defendem os direitos desse segmento.

Ministério Público Federal ou Estadual: têm como função defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais assegurados na Constituição, promovendo medidas necessárias a sua garantia. Os promotores podem ser acionados por uma representação (documento que conta o problema e pede providências) ou pelos depoimentos de cidadãos que a eles se dirigem.

Meios de Comunicação: rádios, televisão e imprensa escrita podem ser alertados sobre casos dignos

Esse texto foi retirado do Guia de Direitos da Gestante e do Bebê, do Ministério da Saúde. Para saber mais sobre o guia CLIQUE AQUI.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ocitocina – um hormônio tímido


Em 2008 o município de Belo Horizonte realizou o “Seminário BH pelo Parto Normal”, organizado pelo Movimento BH pelo Pato Normal. O Seminário resultou em uma publicação bem bacana, que tem o mesmo nome deste, e foi organizada por três mulheres que merecem sempre ser lembradas pela luta na Humanização do Parto – Sônia Lansky, Mônica Bara Maia e Miriam Rego de Castro Leão.

Nesse seminário Michel Odent (Obstetra, Diretor do Primal Health Research Center em Londres e grande defensor do Parto Natural) fez a palestra de abertura intitulada “Parto e Nascimento no mundo Contemporâneo” onde aprendi que: a Ocitocina é um hormônio tímido!!! Esse ensinamento é um dos meus guias na hora de atuar como doula (Quem quiser saber mais sobre o que é uma Doula, CLIQUE AQUI)! Isso porque no momento do trabalho de parto as coisas vão acontecendo de maneira encadeada, e não temos todo o controle, afinal o parto é da mulher e cada mulher é uma e, na hora do parto, se torna mais única ainda. Então, como Doula, preciso ir observando as situações e decidindo qual a melhor forma de ajudar a mulher a ter o parto que deseja fazendo o mínimo de intervenções (Tem uma amiga Doula que fala que nosso papel é dominar a arte de ser invisível e fazer a diferença).

Por isso queria partilhar um pouquinho com vocês o que significa a ocitocina ser um hormônio tímido! Informação que todas as mulheres devem ter para considerar na hora de montar seu Plano de Parto (para quem sabe o que é Plano de Parto CLIQUE AQUI).

A Ocitocina também é conhecida como o Hormônio do Amor, isso porque o produzimos em grande quantidade quando estamos fazendo sexo. Eu acho esse o hormônio mais legal de todos! Porque além de ser o do sexo (que já é muito bom!), ele promove também a contração do útero durante o trabalho de parto e depois do parto, ajuda no estabelecimento vínculo mãe e bebê e na descida do leite materno. Ajuda também na volta do útero ao seu tamanho normal e ajuda a mulher e se esquecer da dor do trabalho de parto.

Só que esse hormônio quase mágico só é liberado em determinadas condições ambientais.

A primeira delas é que só liberamos a ocitocina quando estamos em um ambiente reservado e pouco iluminado. Ou seja, se a mulher estiver exposta a um entra e sai de profissionais estranhos que ficam invadindo a sua intimidade, muitas vezes sem seu consenso, e com uma luz forte direcionada para sua vagina, definitivamente não vai liberar a ocitocina.

A segunda é que se liberarmos Adrenalina, não conseguimos liberar ocitocina. São hormônios antagônicos. E nós liberamos adrenalina quando nos sentimos em situações de perigo. E ai, se a mulher ficar em um lugar frio e inóspito como uma sala de cirurgia, onde não pode tocar em nada, não pode se mover e procurar a melhor posição, não pode se alimentar e tem uma agulha enfiada na veia ligada ao soro e muitas vezes permanece sozinha (desrespeito a lei do acompanhante), com certeza se sentirá ameaça e com medo. A mulher que também não tem a informação sobre o trabalho de parto, é submetida a procedimentos invasivos sem saber os motivos e quem esta a sua volta não a ajuda a encarar a dor do parto com tranquilidade, definitivamente se sentirá ameaçada, produzindo muita adrenalina.

Ainda tem uma terceira condição de liberação da ocitocina, que ocorre em grande quantidade logo após o trabalho de parto. Durante todo o parto o corpo da mulher libera a ocitocina em pequenas quantidades crescentes para a contração do útero. Depois do parto, do período expulsivo, idealmente acontece uma super dosagem de liberação da ocitocina, que permite a diminuição do sangramento pós parto, a expulsão da placenta, a descida do colostro e o estabelecimento do vinculo mãe bebê. Mas essa super dosagem só é liberada no contato pele a pele, mãe e bebê, imediatamente após o parto.

Então se o bebê é levado para longe pelo pediatra, para ser avaliado, limpo, etc esse contato não acontece, e assim não é liberada a ocitocina. E a mulher vai precisar então da ocitocina artificial... e o bebê, que em situações normais poderia ter esses cuidados pediátricos depois do contato com a sua mãe, fica ali se sentindo perdido nesse novo mundo estranho.

É por isso que, como Doula, procuro sempre garantir que a mulher tenha um ambiente calmo, acolhedor e tranquilo, não invasivo e não assustador, considerando seus desejos.

Todos os profissionais da saúde presentes no momento do parto deveriam ter conhecimento das condições de liberação da ocitocina, conhecimento científico e intuitivo das mulheres e de todas as fêmeas. Infelizmente essa não é a nossa realidade no Brasil e, por isso, essas considerações devem estar nos Planos de Parto das mulheres, exigindo seus direitos!

Nós mulheres precisamos sair por ai em defesa da OCITOCINA, um hormônio tímido, mas super legal, que precisa que gritemos a seu favor, defendendo seu momento de espaço de aparecer!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Paciência em falta



A ideia de ter filhos hoje é absolutamente sedutora. Tornar-se mãe ou pai é um fato que nunca pareceu tão importante porque é visto como modo de se realizar, de se completar, de cumprir uma missão importante. Não é à toa que tantas mulheres recorrem a procedimentos médicos diversos para conseguir engravidar. Definitivamente, consumimos a ideia de que ter filhos é fundamental.

O período de gestação é cercado de acontecimentos que se parecem com pequenas festas para os futuros pais. Compras dos mais variados tipos, durante meses consecutivos, são consideradas indispensáveis: além do enxoval para o bebê, há as vestimentas para a futura mãe, que, em geral, não vê a hora de exibir sua condição. Aliás, um bom exemplo de como exibir a gravidez é tão importante quanto estar grávida são as entrevistas, as fotos e o modo de se apresentar de artistas que esperam um filho. Além das compras, são contratados vários prestadores de serviços e um aparato médico-hospitalar que inclui muitos exames -e não me refiro aqui ao essencial, que constitui o pré-natal.

Depois do nascimento, a cortina desce progressiva e vagarosamente e o clima de festividade cede espaço à realidade: ter filhos, o que exige cuidar deles e educá-los, dá trabalho. Um trabalhão, por sinal. Nos primeiros anos, são noites mal dormidas, trabalho braçal árduo, atenção constante e o contato com um universo radicalmente diferente do nosso: o mundo da imaginação e da fantasia. Além disso, ensinar a criança a estar com os outros não é tarefa simples porque os pequenos não se controlam e, portanto, por mais que entendam as ordens e orientações dos pais, precisam ser seguidos de perto e contidos sempre.

Na segunda parte da infância, os pais precisam começar a exercitar o desprendimento em relação aos filhos, já que eles precisam crescer e a vida escolar é o campo onde isso ocorre de modo privilegiado. Na adolescência, os pais são testados continuamente e não podem abandonar seu papel até que o filho amadureça, de preferência como uma pessoa de bem, para viver por conta própria.

Todo esse processo exige, mais do que qualquer outra coisa, muita paciência. Aliás, creio que essa seja a virtude mais necessária a quem tem filhos. E, do mesmo modo, a que tem estado mais em falta atualmente.

Os pais têm tido pouca paciência com as manifestações próprias da criança pequena, com o crescimento do filho - que tem um ritmo próprio-, com as contestações dos adolescentes. Acreditam que os filhos os fazem insistir demais nas mesmas coisas.

Pois os pais precisam saber que, por mais ou menos 18 anos, irão repetir as mesmas coisas. "Ainda não" e "agora chega" condensam as mais importantes repetições; mudam apenas os conteúdos delas, de acordo com a idade dos filhos.

Os pais não podem dizer que não têm paciência no exercício de seu papel. Quem tem filhos precisa desenvolver essa virtude a qualquer preço. Sem ela, os mais novos ficam na situação de órfãos de pais vivos.

Fonte: Rosely Sayão


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Procedimentos incorretos durante o trabalho de Parto


Procedimentos que os profissionais de saúde não devem realizar:

Provocar ou acelerar o parto sem necessidade

A utilização do soro com hormônio (ocitocina) para acelerar o parto raramente é necessária. Se esse for o caso, a gestante ou o acompanhante deve solicitar à equipe de saúde que explique as razões do seu uso. A utilização incorreta desse medicamento pode causar sofrimento do bebê e risco para a parturiente.

Romper a bolsa de água

Em geral, os partos transcorrem bem e a ruptura da bolsa acontece no fim do período de dilatação. Não é preciso rompê-la artificialmente. Após a ruptura, aumenta o risco de infecção. Não se deve romper a bolsa para acelerar o parto.

Forçar desnecessariamente a saída do bebê

No fim do parto há contrações fortes e a mulher tem, naturalmente, vontade de fazer muita força. Nesse momento é preciso ter paciência para esperar cerca de 20 a 60 minutos, tempo médio que um bebê leva para nascer. Não se deve jamais empurrar a barriga da mulher para forçar a saída do bebê. Isso expõe o bebê e a mulher a riscos.preciso rompê-la artificialmente. Após a ruptura, aumenta o risco de infecção. Não se deve romper a bolsa para acelerar o parto.

Fazer episiotomia desnecessária

Não se deve fazer episiotomia (corte do períneo) de rotina: em vez de proteger o períneo, isso aumenta a chance de trauma e complicação.

Cortar o cordão imediatamente

Para evitar a perda de sangue do bebê, o corte do cordão umbilical não deve ser feito imediatamente, mas apenas depois que o cordão parar de pulsar, o que ocorre em torno de 3 minutos após o parto. A ligadura imediata é indicada em alguns casos, como por exemplo, se a mãe é soropositiva (vive com o vírus da aids) ou se o sangue da mãe e do filho forem incompatíveis.

Deixar de ouvir o coração do bebê

O médico não pode deixar de ouvir o coração do bebê durante o trabalho de parto, de 30 em 30 minutos e de 5 em 5 minutos no período expulsivo.

Fazer cesariana desnecessária

A cesariana desnecessária é inaceitável. Mas, se for preciso fazer uma cesariana, deve ser realizada, geralmente, apenas depois do início do trabalho de parto. A natureza tem ritmos e razões que cesarianas com hora marcada por conveniências desrespeitam. Se tudo vai bem, a cesariana é desnecessária mesmo para parto de gêmeos (com ambos de cabeça para baixo), prematuro, gestante adolescente e mulheres com hipertensão moderada.




Esse texto foi retirado do Guia de Direitos da Gestante e do Bebê, do Ministério da Saúde. Para saber mais sobre o guia CLIQUE AQUI.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Família Estendida


Família é uma coisa engraçada. Num desses finais de semana fiquei pensando sobre isso!

De uma hora para a outra, a casa da minha avó que não tinha uma criança com menos de 5 anos há mais de 10 anos ganhou 8, correndo de um lado para o outro!

E não foi do jeito mais convencional que essa cambada apareceu não. O que chamo de jeito mais convencional seria já que os netos cresceram, agora vem os bisnetos. Dessas oito crianças só uma é bisneta dos meus avós.

Hoje, “no mundo moderno”, a família vai muito além daquele conceito de pai, mãe, filhos, tios (os irmãos dos pais), avós e primos. Estudando sobre abordagem familiar aprendi um termo que conseguiu descrever a minha família, é a Família Estendida.

Minha família, seja por parte de mãe ou por parte de pai, sempre teve essa cara inclusiva. Quem fosse chegando a gente ia agregando na família, participando nas festas de aniversário, nos passeios no clube , sitio ou fazenda, nas festas de natal ou nos almoços de sábado. Assim, junta a família do pai com a da mãe, chama os primos de segundo grau, e os primos dos primos também viram primos. Eram os agregados que viravam família.

Os “tempos modernos” foram chegando e a família saindo do tradicional e ganhando novas caras. Apesar do susto inicial, meus avós se acostumaram com os casados, descasados, namorados, separados, divorciados, recasados, juntados e por ai vai.

Foi daí que surgiu esse tanto de criança. Tem a filha do meu primo, que é mais velha que a filha do meu tio. Regulam com as meninas dois netos da nova namorada do meu tio, que tem dois irmãos mais velhos, e se juntam a essa turma a filha da ex mulher do meu tio e a sua enteada, que regulam com os netos mais velhos da atual namorada do ex marido dela.

Complicado?

Para os adultos sim, mas para as crianças não. Quando todas se juntam fica claro que não importa os parentescos formais e sanguíneos e sim o papel que cada um exerce. Rapidamente elas se identificam como primos e ficam amigos. Um ajudando o outro. Ensinando as coisas erradas, cuidando um do outro e trazendo novos desafios, exatamente como eu e meus primos há 20 anos. Quem era pra ser primo, se não tem mais cara de primo vira tio ou tia, e a tia favorita não precisa ser a irmã da mãe ou do pai, pode ser a sobrinha do namorado da avó ou a prima. Avô e avó pode ter mais de 4, não importa quantos, se chegam aqui e tem um novo vovô, sem problemas, ele também merece beijos e abraços.

E olha que essa confusão toda se encaixa perfeitamente lá na tal teoria de abordagem familiar. A família estendida, na qual o que mais conta são os papéis exercidos e as relações construídas, e não os títulos oficiais e sanguíneas.

De tudo isso o resultado é que os almoços de sábado ganharam de novo a cara de antigamente, com muito mais gente e alegria transbordando!

Para aprendermos com a simplicidade das crianças uma historinha que aconteceu comigo e uma dessas crianças, quando tinha por volta de 5 anos.

Alguns amigos me encontraram com ela em um café. E ela muito falante contava casos e chamava a atenção de todos. Quando perguntaram a ela qual era o nosso parentesco... olhem só a conversa!

- O que ela é sua?
E a menininha pensou um pouquinho e respondeu tranquilamente, antes de emendar um outro assunto bem mais interessante e importante que aquele:
- Ela é minha meia prima!

Os adultos começaram a rir e me chamaram para explicar o que exatamente era “meia prima”. Eu ia começar a explicar que ela é... Mas parei e vi que isso não importava, que “meia prima” era a melhor definição que podia existir para nossa relação. Simples e direito, o papel que eu exerço na vida dela e não o que a nossa consangüinidade determina.