quinta-feira, 13 de junho de 2013

Violência Obstétrica – consequências de uma sociedade machista sob a escolha dos obstetras pelas mulheres


Em Belo Horizonte temos o privilégio e talvez a sorte de contar com a assistência ao Parto do Sofia Feldman. Um hospital público, referencia para todo o mundo no movimento da humanização do parto! Mas, infelizmente em outros hospitais, especialmente nos privados, a assistência humanizada ao parto não é política do hospital e sim depende do interesse do obstetra que acompanha a gestante e do empoderamento da mulher!

As doulas autônomas incentivam as gestantes a exercerem seu direito e terem seus filhos no Sofia. No entanto, muitas gestantes e suas famílias ainda tem grande resistência em frequentar a maternidade, por uma ideia distorcida do atendimento no SUS e por medo da localização da maternidade, em uma comunidade de baixa renda. Acontece que aqui na cidade temos apenas  um pequeno grupo de obstetras com os quais podemos contar para defender e exercer um acompanhamento humanizado durante a gestação e parto.

Quando digo humanizado me refiro a um profissional que entenda que a mulher é a protagonista do parto, que a auxilia no seu empoderamento ofertando informação e acolhimento, e que jamais a induza a uma cesariana desnecessária ou a submeta a um parto cheio de intervenções desnecessárias e ultrapassadas cientificamente.

E dentre esses profissionais a maioria são homens. Não consegui encontrar um dado que ateste se a proporção de obstetras homens e mulheres em BH ou no Brasil, então não sei se as mulheres médicas obstetras estão afastadas apenas do movimento de humanização ao parto em BH ou se temos mesmo mais homens do que mulheres na obstetrícia. Mas esse fato tem criado situações desconcertantes entre gestantes empoderadas! Esse ano já acompanhei duas que trouxeram essa questão.

Decidiram ter seu parto no Sofia Feldman, no entanto, desejam continuar o pré natal com um profissional de seu plano de saúde. Mas, não querem ser acompanhadas por qualquer profissional. Querem ser bem assistidas, sem ter que passar toda gestação desconfiando se seu médico está ou não falando a verdade e se não vai inventar algo que mine a sua confiança e te induza a uma cesariana desnecessária.

Acontece que essas mulheres não se sentem confortáveis com um obstetra homem. E ai a procura por uma obstetra mulher, que tenha esse perfil e seja do seu plano de saúde, torna-se mais difícil ainda. Pior do que procurar uma agulha em um palheiro!

Fiquei muito intrigada com essa situação! Não da falta de obstetras mulheres, mas da dificuldade de mulheres empoderadas e informadas serem cuidadas por um obstetra homem. É verdade que os exames realizados e os assuntos discutidos são muito íntimos, no entanto, se procuramos um profissional capacitado não deveria importar seu gênero.

O que acontece então!?
Será que eu aceitaria um obstetra homem?!

Não sei ainda como me comportaria. Isso porque sou também fruto desta nossa sociedade machista, onde nos acostumamos ao fato de que até profissionais de saúde, durante uma consulta, sentem se livres para violentar uma mulher. E na cultura do medo e da culpabilização da vítima, nós mulheres somos ensinadas desde pequenas a nos proteger, fugindo de situações que tem o potencial de ser perigosas, ou seja, de nos colocar em uma situação vulnerável onde o homem pode nos violentar.

Violentar?! No obstetra?!
Alguém pode estar se perguntando sobre isso! Ou achando o texto ridículo! Ou achando que estou falando de casos absurdos e exceções extremas!
Não! Estou falando de questões que cercam o nosso dia a dia. Estou falando do nosso medo que foi fantasiado como pudor e educação!
Estou falando da violência obstétrica a que a mulher está sujeita antes, durante e depois do parto.
Estou falando da certeza da impunidade que os homens que praticam essa violência têm e que faz com que nós mulheres façamos a transferência do medo para todo e qualquer homem, mesmo que nunca tenha praticado nenhuma violência contra a mulher.
Estou falando do fato de nem sequer conseguirmos reconhecer essa violência obstétrica, que é encoberta como a frieza e profissionalismo ou algo normal para um homem.
Estou falando dos maridos das mulheres que não aceitam que se consultem com obstetras homens. Dizemos que são machistas, e são, mas também estão seguido seu instinto protetor. Querem proteger as mulheres que amam de passarem por uma humilhação que tem certeza que os homens são capazes de fazer e consideram com um comportamento normal

Além do abuso sexual físico, temos medo de sofrer o abuso sexual psicológico e a humilhação pública. Temos medo dos comentários cínicos que vamos ouvir. Temos medo das piadas sem graça que transformam as mulheres em objetos sexuais. Temos medo dos comentários desrespeitosos que serão realizados depois entre médicos e amigos.

E ai?! Até quando vamos continuar aceitando essa situação?! Até quando vamos continuar com medo de sermos violentadas por profissionais da saúde que deveriam zelar pelo nosso bem estar?!


Enquanto ficarmos caladas e não aprendermos a apontar cada uma das violências que nos mulheres sofremos por sermos mulheres, a situação não começará a mudar!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Distócia Emocional - O estado emocional da mulher pode atrapalhar o trabalho de parto?!


Sim, o estado emocional de uma mulher tem grande influência no desenvolvimento do seu trabalho de parto. Quando isso acontece chamamos de distócia emocional!

O que é a distócia emocional!?
É quando um trabalho de parto não evolui como deveria por questões psicológicas da mulher.

E essa “não evolução” pode levar a um trabalho de parto muito longo ou a liberação de hormônios de situações de estresse que interrompem a dinâmica uterina. A situação pode causar estresse ao bebê, diminuição do fluxo de oxigênio e consequentemente a necessidade de uma cesariana de urgência. Por isso a questão é grave e precisamos pensar em como prevenir a distócia emocional!

Como a distócia emocional se manifesta?!
Um caso típico é a mulher que sente uma dor absurda logo no início do trabalho de parto. É verdade que a dor é algo subjetivo, no entanto, podemos perceber quando ela é desproporcional à situação, concordam?! Por exemplo, uma criança que ralou o joelho e chora o mesmo tanto que a criança que quebrou a pena! Tem algo errado nessa situação! Provavelmente essa criança esta se comportando assim por algum outro motivo, válido e importante, ma

s não apenas pela dor! E precisamos entender o que esta acontecendo para melhor acolhê-lo!O mesmo vale para uma gestante no início do trabalho de parto que sofre com uma dor absurda durante as contrações, e às vezes fora das contrações. Uma dor maior inclusive do que a que a maioria das mulheres relatam sentir num período expulsivo, que se caracteriza por um trabalho de partointenso e contrações longas, quase sem intervalos entre si. Para essa mulher não adianta nem mesmo a anestesia! Inclusive a anestesia no início do trabalho de parto pode ser um complicador que leva a uma cesariana! Essa dor pode significar o medo de algo maior do que a da dor do parto! Medo, violência, desamparo, medo do que está por vir, medo do já aconteceu, medo de repetir! Como a mulher se preparou para essa dor? Como superar esse medo antes que vire uma distócia emocional? Como acolher essa dor durante um trabalho de parto? Diferentes técnicas psicológicas e de alívio não farmacológicas de alivio da dor, podem ajudar!

Outro caso comum é uma mulher que a dilatação não evolui ou a dinâmica uterina não é eficiente (isso é, as contrações permanecem curtas e com baixa intensidade). Sabemos que cada mulher tem sua evolução no parto e especialmente as primíperas podem ter uma evolução lenta, com um trabalho de parto demorado. Mas, se observamos que o trabalho de parto caminha bem, o tempo entre as contrações diminui e é ritmado, a mulher movimenta se livremente e escolhe as suas posições, não apresenta cansaço e exaustão do esforço, não está fraca por falta de alimentação, e mesmo assim, depois de horas não há evolução do trabalho de parto... Precisamos entender o que acontece! Já vi casos em que a mulher estava inibida com a presença de um médico homem, outros inibida com a presença do marido. Não sentiam se confortáveis com a sua nudez. Já vi casos que o trabalho de parto só evoluiu depois que a mulher saiu de sua casa. Isso porque em casa, com a presença da mãe e da sogra, o clima era tenso e ansioso, impedindo que a gestante se entregasse ao seu processo!

Podemos também observar a distócia emocional no período expulsivo do trabalho de parto. É normal no momento do expulsivo, pelos hormônios liberados para acelerar a saída do bebê, a mulher passar por sentimentos de euforia e pânico, numa alternância rápida e dinâmica. O problema é quando esse sentimento toma conta da mulher, instalando uma situação de medo, que impede que ela perceba o puxo e direcione as sua força, junto às contrações, para a expulsão do bebê, isso é, seu nascimento. É uma sensação de paralização e desespero, manifestado inclusive junto a uma desorganização no ritmo respiratório da mulher! Esse é um caso grave e dificilmente há tempo hábil para uma cesariana! A abordagem da equipe e dos acompanhantes será fundamental para que a mulher supere esse momento e consiga trazer seu bebê ao mundo!

O que podemos fazer durante essas situações?!
O primeiro passo é identificar a não evolução do trabalho de parto pela distócia emocional. Identificando a situação, doulas, acompanhantes e demais profissionais de saúde, precisam buscar as causas da distócia e procurar eliminá-la o mais rápido possível!

Se for algo no ambiente ou a presença de alguém, retirar a pessoa ou modificar o ambiente. Fazendo o que for necessário. Ajudar a mulher a concentrar se no seu trabalho de parto, usando a parte instintiva do seu cérebro, percebendo seu corpo é também muito importante. Para isso pode ser necessário mudar coisas no ambiente, como luzes, barulhos, posições e pessoas. Ou pode ser necessário um trabalho direto com a mulher. Ajudá-la a controlar a respiração. A compreender a dor como a chegada de seu filho e não algo que a ameaça. Abraçá-la se for necessário. Conversar e argumentar quando for o caso! Ficar em silêncio e evitar o toque se for esse o caso!

É sempre uma situação dinâmica e quanto melhor o acompanhante, a doula e o restante da equipe conhecerem essa gestante, quanto maior o seu vínculo, melhor, mais rápida e mais efetiva será a intervenção!

Mas o ideal é evitar que essa situação aconteça!
E como podemos fazer isso?!
O primeiro passo é a mulher informar se e preparar se para o seu parto!
Se ela for protagonista do seu parto, estará no controle da situação!
Deve entender o que vai acontecer, saber como lidar com a dor, e tirar da sua cabeça as imagens assustadoras de parto que vemos na televisão!

É importante que construa a sua imagem do seu trabalho de parto. O que deseja?! Como vai construir essa situação?!
São perguntas fundamentais e um bom ponta pé para a construção do seu Plano de Parto.

Importante também a mulher se perguntar de que ela tem medo! Já falei disso em outrotexto e acho esse um passo muito importante! Durante a gestação diferentes medos surgem na nossa mente e coração! Alguns que sempre tivemos e outros que não sabíamos existir. E reconhecê-los é fundamental para podermos trabalhá-los antes do parto. Mesmo que eles pareçam bobos ou sem fundamento, devemos ouvi-los e nunca ignorá-los!


Uma querida psicóloga que trabalha comigo sempre ressalta que é importante trabalharmos o nosso parto! Isso é, como nascemos?! O que aconteceu nesse dia?! Quais os medos, traumas e mitos da família?! Precisamos primeiro nos resolver, aceitar e entender como nascemos para podermos trazer outra vida ao mundo! Uma boa forma de começar não?!

terça-feira, 4 de junho de 2013

Voltando a Ativa!!!

Com muito trabalho fiquei um pouco afastada! Mas muito trabalho também traz novos conhecimentos e temas para debatermos aqui no blog! Nessa semana estamos de volta! Com textos todas as quintas nesse blog e noticias e videos todas as terças no Doulando uma Ideia!! Sem contar as postagens no Facebook! Curte a pagina também!



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Dia das Mães Diferente



No próximo domingo vamos comemorar o Dia das Mães. E esse ano, ele também vai ser diferente para mim. Não, ainda não sou mãe! Ainda não é o meu momento, mas a vontade é grande, sempre foi, e nos últimos anos ficou ainda maior.

E para passar a vontade eu costumo pegar o filho dos outros emprestados! Eu explico! Peço as amigas e tias para me emprestarem seus lindos filhos por um dia. Invento programas para fazer com os pequenos, dependendo da idade. Pode ser teatro, parque, zoológico, cinema, sorvete, praça, festas... enfim... um programa que eles queiram fazer! Às vezes topo aqueles “programas de índios” que os pais já não aguentam repetir pela milésima vez, mas eu acho o máximo!

Ser doula também ajuda a fazer passar a vontade de ser mãe agora! Quando acompanha o planejamento da gravidez de uma amiga me deixo levar pelo desejo dela, e me delicio com seu crescente empoderamento. Quando acompanho a gravidez, fico encantada com cada mudança e divido as angústias. E quando acompanho um parto, a emoção é indescritível. A partir daquele momento você passa a fazer parte da vida daquele bebê para sempre! E, além disso, hormonalmente faz um bem danado! Já que a quantidade de ocitocina que uma mulher em trabalho de parto libera, tem o poder de estimular esse hormônio em todas que estão a sua volta! Uma sensação eletrizante, de euforia, posso dizer!

Mas esse ano o dia das mães vai ser diferente para mim também não por todos esses motivos, mas sim porque no dia 06 de março também ganhei um presente! Ganhei uma linda afilhada, que ainda não falei dela por aqui. É uma meninona, que mama só no peito e cresce tanto que nem consigo acompanhar! Dorminhoca que só ela! Mas durante o dia, porque adora dar trabalho para o pai durante as noites! Calma e tranquila, tão linda e com a boquinha tão perfeita que parece de porcelana! Vive de rosa, do jeitinho que mãe dela planejou! Um mundo cor de rosa!

Quando minha prima me convidou para ser madrinha dessa pequena que ia chegar fiquei muito emocionada! Eu estava acompanhando a gravidez dela desde o início e queria fazer de tudo para dar o maior suporte possível para ela. Fiz isso com todo o meu coração e dedicação, e senti que esse convite foi um presente, um agradecimento por já estar do lado daquela menininha, incondicionalmente, mesmo antes dela nascer! Foi lindo o convite! A delicadeza do gesto!

Passado o convite, agora vem o papel de madrinha. A confiança que foi depositada em mim é muito grande e quero retribuir com a minha dedicação total sempre. Simbolicamente, ser madrinha significa ser uma segunda mãe, significa substituir a mãe em sua ausência. E por isso, esse dia das mães, é também diferente para mim.

Não quero ser mãe nesse dia das mães, mas quero que a minha prima tenha seu primeiro dia das mães ao lado da sua filha e que se sinta uma rainha, poderosa e guerreira! É isso que ela é, mulher que dedica-se dia e noite a sua filha, com todo o cuidado, vira uma leoa se algo a ameaça e não aceita ouvir de ninguém que não será capaz de amamentar sua filha exclusivamente. Não deixa que ninguém interfira nesse momento tão precioso e exclusivo das duas, a amamentação.

E diante de tudo isso eu tenho o papel de apoiá-la e prometer, solenemente, que serei a melhor madrinha de todas! Começo apoiando a mãe nas suas decisões e ajudando a diminuir a sua ansiedade! Mas também já quero mimar bastante, encher de presentinhos e coisas lindas, apertar e dar beijo demais. Quero cuidar também, trocar fralda, roupar, dar banho e poder, de vez em quando, roubar ela pra mim. Só um pouquinho, depois que crescer, roubo pelo dia e devolvo! Agora enquanto ainda é bebê, roubo por algumas horas, para passear no jardim e não tirar do colo, e depois devolvo. Prometo também que seriei um porto seguro para ela, um exemplo, uma confidente, um ombro amigo. Prometo ajudar na disciplina, mas também a ajudar a fazer travessuras. Prometo sempre fazer parte da vida dela, seja da forma que for, seja para onde a vida nos levar, nos mais diversos caminhos!

O Dia das Mães é uma data bem comercial, já que na verdade todos os dias são dedicados as mães, e as mães se dedicam aos filhos todos os dias. É comercial também porque presente é bom ganhar todo dia, e as mães merecem! Mas presente de mãe mesmo é o sorriso do filho saudável. Mas mesmo assim, achei que essa semana o post merecia homenagear as mães guerreiras e um agradecimento das madrinhas que receberam a honra e a tarefa de ser uma “segunda mãe”.

Obrigada!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Do que você tem medo?!


Semana passada falei sobre o planejamento do parto e esse assunto sempre me faz pensar nos meus medos...



É que esse momento é muito sonhado e planejado! Falar do planejamento não é difícil, mas falar do sonho... já é mais complicado... às vezes eu falo, mas ainda não consegui escrever... Acho que tenho medo de sonhar demais e idealizar demais. Sabe os casos de mães com crianças com síndromes que tem dificuldade de aceitar o filho?! Ela sonha e ama o filho idealizado, mas quando ele nasce, o filho real, com alguma deficiência, fica difícil amá-lo. Não tenho medo disso acontecer em relação ao meu filho, mas sim em relação ao meu parto.

Idealizar demais e ai, na hora das possibilidades reais, ele não ser possível, e a frustração me impedir de curtir um momento tão especial... loucura minha ou fez sentido para alguém?! É por isso que tento não sonhar, não idealizar e não escrever para não concretizar, porque assim posso me forçar a lidar com o real que a vida vai me oferecer! Um parto maravilhoso, que eu vou construir, mas que pode não ser o que sonhei...

Mais do que isso, tenho medo de que alguma indicação real de cesariana impeça que eu tenho o meu sonhado parto normal! Mas indicação real mesmo, dessas em que a situação foge das nossas mãos e pode até resultar em uma cesariana de emergência.

A Melania, no seu Blog Estuda, Melania; Estuda! Tem um texto legal sobre as indicações reais e fictícias de cesariana, quem quiser, vale a pena ler o texto todo, e para isso é só CLICAR AQUI! Mas vou colocar aqui as tais reais indicações de cesariana que tanto me dão medo!


Algumas indicações de cesariana - REAIS

1) Prolapso de cordão – com dilatação não completa;

2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;

3) Placenta prévia parcial ou total (total ou centro-parcial);

4) Apresentação córmica (situação transversa) - durante o trabalho de parto (antes pode ser tentada a versão);

5) Ruptura de vasa praevia;

6) Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto

Eu sei, que nessas situações uma cesariana será realizada para salvar a minha vida e de meu bebê, mas ainda assim, acho que vou sentir o meu parto roubado... vou agradecer a vida e a tecnologia que salva essa vida quando bem utilizada... mas e o meu parto roubado? Não sei como fica...

Outro medo ainda... é de não poder ter um parto domiciliar. Sem falar muito do meu parto, mas já há um tempo que tenho certeza de que desejo um parto domiciliar... e existem algumas situações de saúde que podem impedir um parto domiciliar... sem impedir um parto normal ou natural hospitalar, é verdade... mas acho que terei muita dificuldade em aceitar que não poderei estar na minha casa na hora do meu parto... mesmo sabendo que essa pequena mudança de local será uma garantia de saúde para mim e para meu bebê.

O Blog Parto em Casa tem um texto legal, que também vale a pena ser lido (só CLICAR AQUI!!), que explica bem quais os critérios para se ter um parto em casa. O Parto Domiciliar pode acontecer quando a gestação é de baixo risco e a gestante também. Para isso a gestante não Poe ter hipertensão, diabetes, cardiopatias, pneumopatias graves e ativas, problemas neurológicos e psiquiátricos, doenças renais, doenças hematológicas graves, infecções gerais e doenças sexualmente transmissíveis. Essa listinha não impede um parto normal, mas impede o parto domiciliar. Outras situações que também não são recomendadas o parto domiciliar são a pré eclampsia, sofrimento fetal, gestação múltipla, apresentação cefálica ou anômalas, cirurgias uterinas anteriores.

Nessas situações planejaria meu parto em um hospital humanizado, mas ainda assim... como lidar com o que não foi desejado?! E se, por estar no hospital, não conseguir o parto humanizado e cercado de amor que desejo. Será que ai meu parto também não será roubado?

Nenhuma dessas situações eu posso controlar. Não posso planejar! E por isso resolvi falar delas aqui! Colocar para fora! Impedir que se tornem fantasmas! Impedir que ele cresça e seja de alguma forma paralisador! Aprender que as decisões serão tomadas no caminhar das coisas, com o meu empoderamento e as minhas informações. Não deixar nenhuma frustração me roubar a alegria do meu parto e do meu bebê no colo.

E você? Tem medo de quê? Não que compartilhar com a gente aqui e impedir que ele te paralise na hora de tomar as decisões acertadas?

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Planejando o meu parto!


Eu sou dessas pessoas que gosta de planejar as coisas. Quando vou viajar gosto de planejar quais os passeios quero fazer, em geral, planejo mais do que o que realmente dá tempo, assim, não fico sem opções! Gosto de planejar a minha semana, saber como distribuir todas as tarefas e responsabilidades nela, deixando tempo para a diversão e o cuidar de mim mesma.

Coisas não planejadas costumam me deixar ansiosa. Mas também já aprendi que preciso ter flexibilidade.
As vezes o inesperado é mais gostoso! Ser espontânea e sair da rotina, de vez em quando, pode abrir novos mundos de possibilidades, alegrias e amizades. Não vale ficar mal humorada ou frustrada porque as coisas não aconteceram como o planejado. Tá, essa parte ainda é difícil, mas estou me esforçando!

Na maioria das vezes, a maioria das pessoas concordam que o planejamento é bom. Concordam que a organização é boa e até ajudam quando você toma a frente para começar a planejar ou organizar algo. Mas tem uma situação que observo ultimamente que as pessoas não aceitam como normal planejar com antecedência. É o planejamento do parto.

Olha eu passo por isso e tenho uma amiga que está nesse barco também. Não estamos grávidas, mas o nosso parto, a forma como nossos futuros filhos virão ao mundo é muito importante. Por isso, resolvemos planejar com antecedência.

Planejar um parto dá trabalho sabe! Precisa de planejar onde ele vai acontecer, se em um hospital, casa de parto ou na sua casa. Precisa decidir quem serão os profissionais que vão te acompanhar (entre enfermeiras obstetras, obstetras, doulas e outros). Precisa planejar financeiramente caso decida por um parto domiciliar ou precise sair da sua cidade para ter o parto que deseja. Precisa planejar como trazer as pessoas importantes para você no mesmo barco, defendendo o que acredita. E especialmente, precisa planejar emocionalmente. Precisa estar preparada emocionalmente para esse momento tão importante de conexão total com o seu corpo!

É claro que se não estávamos grávidas tem muita coisa que não dá para planejar ainda! É claro que muita coisa vai ficar entre as opções, para decidir depois, mas se já define quais as opções, facilita não?!

Agora, ora bolas! Se o parto é meu! Se eu sou protagonista desse momento! Se eu vou ser quem decide o que é melhor para mim e para o meu bebê, porque não posso planejar antes? Porque as amigas e familiares nos consideram ‘doidas’ quando falamos que já estamos nos informando, empoderando e planejando, para um parto humanizado, respeitoso e cercado de amor?

Acho... suspeito... quer dizer.... acredito que quem não concorda que a mulher hoje, precisa se preparar, informar, empoderar e planejar o seu parto são as pessoas que não entendem que a protagonista desse momento é a mulher grávida e não o ginecologista ou o hospital. É uma pena... porque essas pessoas, especialmente essas mulheres, que ainda não perceberam isso, correm o risco de terem os seus partos roubados de si. Correm o risco de sofrerem violências durante a gravidez e o parto que vão marcar para sempre a sua história e a de seus pequenos filhos que chegam ao mundo (Que saber mais sobre violência no parto? Acessa esse site e assiste esse vídeo)

Se mais mulheres parassem para planejar o parto, e não planejar a hora em que vai nascer, a roupa que vai sair da maternidade, a lembrancinha que vai distribuir, o salão que precisa agendar antes do parto, e planejassem realmente o seu parto, mudaríamos a forma de nascer no Brasil e no mundo. Veja bem, nada contra o planejamento da roupa e da lembrancinha, fazem parte do meu também, e são uma delícia, e sim contra ao fato de isso ser considerado a única coisa que a mulher deve se preocupar em relação ao parto. Agora, tudo contra estar mais preocupada com a aparência externa do que com o bem estar e saúde do bebê, tudo contra agendar um horário para o bebê nascer porque se encaixa mais na minha agenda de compromissos ou entre as viagens do médico.

Bom, queria saber quem é realmente “louca” nessa história. As mulheres que deixam um momento tão importante da sua vida sob a responsabilidades de outros ou as mulheres que tomam a iniciativa de se preparar e construir um ambiente adequado para garantir que seja protagonistas de um momento singular na vida delas e de seus filhos!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Depois de um descanso, volto logo!

Pessoal,
sei que estou em falta com os posts!! Mas foram muitas coisas essas semanas, de pacientes novos, emprego novo, família, amigos e ate uma gripe que me deixou de cama por 4 dias!

Agora já esta tudo entrando no ritmo de novo e logo logo volto com os posts semanais!!!

Aguardem, que esse tempinho foi só um descanso!!!