Eu sou
dessas pessoas que gosta de planejar as coisas. Quando vou viajar gosto de
planejar quais os passeios quero fazer, em geral, planejo mais do que o que
realmente dá tempo, assim, não fico sem opções! Gosto de planejar a minha
semana, saber como distribuir todas as tarefas e responsabilidades nela,
deixando tempo para a diversão e o cuidar de mim mesma.
Coisas não planejadas
costumam me deixar ansiosa. Mas também já aprendi que preciso ter
flexibilidade.
As vezes o inesperado é mais gostoso! Ser espontânea e sair da
rotina, de vez em quando, pode abrir novos mundos de possibilidades, alegrias e
amizades. Não vale ficar mal humorada ou frustrada porque as coisas não aconteceram
como o planejado. Tá, essa parte ainda é difícil, mas estou me esforçando!
Na maioria
das vezes, a maioria das pessoas concordam que o planejamento é bom. Concordam
que a organização é boa e até ajudam quando você toma a frente para começar a
planejar ou organizar algo. Mas tem uma situação que observo ultimamente que as
pessoas não aceitam como normal planejar com antecedência. É o planejamento do
parto.
Olha eu
passo por isso e tenho uma amiga que está nesse barco também. Não estamos
grávidas, mas o nosso parto, a forma como nossos futuros filhos virão ao mundo
é muito importante. Por isso, resolvemos planejar com antecedência.
Planejar um
parto dá trabalho sabe! Precisa de planejar onde ele vai acontecer, se em um
hospital, casa de parto ou na sua casa. Precisa decidir quem serão os
profissionais que vão te acompanhar (entre enfermeiras obstetras, obstetras,
doulas e outros). Precisa planejar financeiramente caso decida por um parto
domiciliar ou precise sair da sua cidade para ter o parto que deseja. Precisa
planejar como trazer as pessoas importantes para você no mesmo barco,
defendendo o que acredita. E especialmente, precisa planejar emocionalmente.
Precisa estar preparada emocionalmente para esse momento tão importante de conexão
total com o seu corpo!
É claro que
se não estávamos grávidas tem muita coisa que não dá para planejar ainda! É
claro que muita coisa vai ficar entre as opções, para decidir depois, mas se já
define quais as opções, facilita não?!
Agora, ora
bolas! Se o parto é meu! Se eu sou protagonista desse momento! Se eu vou ser
quem decide o que é melhor para mim e para o meu bebê, porque não posso
planejar antes? Porque as amigas e familiares nos consideram ‘doidas’ quando
falamos que já estamos nos informando, empoderando e planejando, para um parto
humanizado, respeitoso e cercado de amor?
Acho... suspeito...
quer dizer.... acredito que quem não concorda que a mulher hoje, precisa se
preparar, informar, empoderar e planejar o seu parto são as pessoas que não entendem
que a protagonista desse momento é a mulher grávida e não o ginecologista ou o
hospital. É uma pena... porque essas pessoas, especialmente essas mulheres, que
ainda não perceberam isso, correm o risco de terem os seus partos roubados de
si. Correm o risco de sofrerem violências durante a gravidez e o parto que vão marcar
para sempre a sua história e a de seus pequenos filhos que chegam ao mundo (Que
saber mais sobre violência no parto? Acessa esse site e assiste esse vídeo)
Se mais
mulheres parassem para planejar o parto, e não planejar a hora em que vai
nascer, a roupa que vai sair da maternidade, a lembrancinha que vai distribuir,
o salão que precisa agendar antes do parto, e planejassem realmente o seu
parto, mudaríamos a forma de nascer no Brasil e no mundo. Veja bem, nada contra
o planejamento da roupa e da lembrancinha, fazem parte do meu também, e são uma
delícia, e sim contra ao fato de isso ser considerado a única coisa que a
mulher deve se preocupar em relação ao parto. Agora, tudo contra estar mais
preocupada com a aparência externa do que com o bem estar e saúde do bebê, tudo
contra agendar um horário para o bebê nascer porque se encaixa mais na minha
agenda de compromissos ou entre as viagens do médico.
Bom, queria
saber quem é realmente “louca” nessa história. As mulheres que deixam um
momento tão importante da sua vida sob a responsabilidades de outros ou as
mulheres que tomam a iniciativa de se preparar e construir um ambiente adequado
para garantir que seja protagonistas de um momento singular na vida delas e de
seus filhos!
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