sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sabedoria de Mãe - AMOR E DOR, UM LIMIAR TÊNUE


Tem coisa que só mãe que sabe né?! Intuição de mãe então? Batata! Sempre vale apena ouvir! Pode ter teoria, estudo, artigo e profissionais da área ajudando, mas têm algumas coisas que só quem é mãe sabe. Sabe porque já viveu na pele, no dia a dia, com amor e dedicação. E é com essas mulheres que nos identificamos e com quem mais aprendemos. E é por isso que estamos inaugurando essa seção aqui no blog.

Sabedoria de Mãe

E nossa primeira convidada para contar sua história é a Morena Antunes. Olhem só ela aqui do lado, na  barra lateral com o lindo Raoni, curtindo o Carnaval de Olinda!

AMOR E DOR, UM LIMIAR TÊNUE

Recebi a notícia de minha gravidez em um momento bastante singular de minha vida, momento de grandes perdas, perda de alguns projetos de vida, perda de perspectiva, perda de chão, mas ao mesmo tempo de redescoberta de minha família, meu pequeno núcleo familiar, em especial a força de minha mãe, meu esteio!

 Morena, grávida de 8 meses
Foto de Tuca Siqueira

Recém separada do pai de meu filho, de volta à casa de meus pais, alojada no quarto de estudos, pois a casa já havia sido toda adaptada a realidade de que eu e meu irmão estávamos morando cada um em sua casa. Era um sábado, com o corpo em franca e estranha mudança decidi sozinha e em silêncio sair para fazer um teste de gravidez, antes passei para fazer as unhas e fui de lá, andando, até o laboratório, pensando em minha vida.

Em silencio, abri o resultado, na realidade nem lembro direito o que li, lembro apenas quando chamei minha mãe, minha irmã veio junto, logo perguntei, “mãe, é isso mesmo que estou vendo?” e ela demorou a responder (parecia uma eternidade) “é sim, minha filha”, disse ela, “eu estou aqui para apoiar você em qualquer decisão que você venha a tomar!” pus-me a chorar...chorei...chorei...e falei, “vou sim ter meu filho! Não era exatamente nesta situação que eu gostaria de ser mãe, mas com certeza serei mãe desta criança que já faz parte de mim!”. Pois é, apesar de vivermos em uma sociedade moderna temos em mente uma família tradicional, pai, mãe e filho juntos.

Bom, nem sei se era realmente necessário escrever esta introdução, mas achei importante falar sobre o meio em que nós vivíamos até chegar o mágico dia de ter Raoni em meus braços e assim poder amamentá-lo.

Daí para frente enfrentamos dias difíceis, sangramento, risco de perder meu bebe, dias de repouso forçado, trabalho, conflitos, muitos conflitos, mas também tive muitos momentos lindos e mágicos sentindo ele crescer dentro de mim, conversando muito com ele, o apoio incondicional de minha micro e macro família, dos amigos, e a satisfação de ver que ele já era uma criança muito amada.

Veio a primeira consulta com a obstetra, entrei na sala com duas certezas, quero parto natural e quero amamentar meu filho. Quanto a primeira certeza, eu estava muito tranqüila, pois esta médica já me foi indicada, não apenas por sua competência, mas também por aceitar fazer sim parto natural; e a segunda certeza, pensei, isso é uma condição natural e óbvia de toda mulher, como pode ser diferente? Achei (tinha mesmo certeza) que amamentar seria muito tranqüilo, uma questão mesmo de nossa natureza.

A médica me indicou uma pessoa que trabalha com amamentação, chegando lá fui orientada através da cartilha do Ministério da Saúde com todos os seus critérios, em acréscimo, ela me falou que eu expusesse as mamas ao sol e que não hidratasse nem os mamilos, nem a aréola, assim foi feito, é certo que quanto ao sol, falhei um pouco.

Enfim, eu já era a mãe mais sabida de todas em relação a amamentação, acreditava mesmo que já possuía todas as informações necessárias para alimentar meu filho da forma mais nobre do mundo, com meu próprio leite.

Mas não sabia eu que um outro indicador de sucesso na amamentação não me havia sido exposto, a questão da aprendizagem do bebe a mamar, a desenvoltura dele na hora da pega, e então, caso desse tudo errado a este respeito qual seria a orientação a ser seguida.

Enfim, esperamos, eu e Raoni, até umas 42 semanas para nos olharmos nos olhos.

Completadas 42 semanas de gestação, foi solicitado que fizéssemos uma ultrassonografia e uma escuta dos batimentos cardíacos de Raoni, veio a noticia, os batimentos diminuíram, e logo a médica falou, vamos ter que fazer uma cesárea. A médica explicou que não poderíamos correr o risco de entrar em trabalho de parto, pois pelo tamanho e peso previstos ele poderia sofrer no canal de parto. Tive a notícia da cesárea por volta das 11:00h da manhã, demos entrada na maternidade umas 14:00h e agora era só esperar até umas 19:00h, hora marcada para o parto.

Ok, vamos à cirurgia, ele estava super alto, flutuando como disse a médica, fizeram bastante força para tirá-lo, empurraram bastante minhas costelas, mas aí... ouvi um choro, então só o que queria era pegá-lo nos braços. Fizeram os procedimentos e o colocaram de uma forma muito atrapalhada em meu peito, resultado ele não pegou o peito, levaram ele de mim para o berçário e fiquei meio sem saber o que pensar. Sei que no berçário ele foi chamado de “o menino de dois meses” era enorme pesava 4,440 Kg e 51 cm de altura.

Depois de alguns momentos entre a sala de parto, assepsia pós-cirúrgica (já no quarto), não sei ao certo quanto tempo depois, mas chegou ele, meu Raoni, nem podia acreditar que aquele bebe enorme, saudável e lindo, claro (risos) havia sido gerado dentro de mim, nossa... sem palavras!

Agora sim, vou colocar em prática todos os meus “dotes” de grande amamentadora, mas de repente caiu a ficha, nada do planejado deu certo, não consegui amamentar! e agora, qual o problema e, principalmente, qual a solução?

A história de Morena e Raoni continua na semana que vem, na sexta! E continua mais emocionante ainda! Não percam!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Filhos idealizados


Já desejou e sonhou tanto com algo ou um lugar que quando teve ou chegou lá acabou se decepcionando?

E quando isso acontece com um filho? Quando ele nasce não é o bebê perfeito idealizado, como faz? E quando começa a crescer e não atende as expectativas? Essas são situações reais que levam muitas mulheres a depressão e conflitos internos. Ou quando não é a criança que sofre tentando atingir expectativas irreais que os pais tem para ela.

Como fugir dessas armadilhas?

Ainda não sou mãe, mas desejo tanto ter um bebê que muitas vezes já me peguei idealizando. Não apenas meus filhos, que já tinham nome, características físicas, personalidade, gostos e desgosto, o que iriam aprender em qual idade. Mas também idealizei minha gravidez, meu parto e a amamentação. Como iria aproveitar cada momento, curtir a barriga, ter um parto domiciliar, com uma festa depois em casa e tempo e calma para amamentar.

Coloquei no passado porque a vida deu muitas voltas. Inesperadas. E muita coisa mudou. Aos poucos a vida que tinha sido planejada e idealizada ia ficando mais longe. Hoje, os filhos idealizados, risonhos e com nomes escolhidos estão ainda mais distante de existirem. Aprender a lidar com essa perda, com esse luto, não foi fácil, mas aos poucos fui entendendo que não podemos planejar o que não depende apenas de nós e as voltas inesperadas da vida são inevitáveis. Depois entendi que comparar a vida idealizada com a que tinha não é justo. Já que a vida sonhada não tem os problemas do dia a dia ou os inesperados, não tem sustos e nem dificuldades, tudo se resolve da melhor forma possível. E a vida real vai correndo com seus altos e baixos.

Aos poucos fui começando a sonhar com o inesperado. Isso quer dizer a não ficar idealizando meu futuro bebê, mas ter certeza de que vou tê-lo, independente dos caminhos da vida, já que é um dos principais objetivos da minha vida. Não idealizar também uma gravidez saudável e tranquila, mas sim trabalhar para ter a estabilidade e tranquilidade sonhada e cuidar da saúde. Não idealizar o parto ideal, mas me informar para que o parto seja meu, com todos os eventos planejados e inesperados que vierem para frente.

Sabe de uma coisa, acho que esse será um exercício para sempre, o resto da vida, nos mais diferentes momentos. Aprendendo a ser feliz com o que está aqui e não com o que sonhamos, mas lutando para conquistar os desejos.

E você futura mamãe já pensou sobre isso? E as mães o que nos contam desse desafio? Descobri que o que mais me ajuda a não viver no mundo dos sonhos e sim do real é ler relatos reais de sucesso, superação, alegrias, conquistas e dificuldades de mulheres reais.

Quer compartilhar sua história com a gente aqui no Acalanto? Manda um e-mail!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A luta das mulheres pelo direito ao seu corpo


Na semana passada tivemos um importante ganho para a nossa sociedade. O STF decidiu que em caso de bebês anencéfalos as mulheres tem o direito a interromper a gravidez. Foi um julgamento com muitas opiniões fortes e longo, gerando uma grande movimentação no país, se quiser saber mais, CLICA AQUI.

Esse julgamento foi importante porque a decisão foi tomada pelo direito das mulheres. Isso mesmo, a decisão não é importante porque autoriza aborto em caso específico, já que esse é um passo da lutas das mulheres, e sim porque foi tomada tendo como base o princípio da igualdade e o direito da mulher. Essa luta precisa continuar e não basta nos contentarmos com a autorização de abortos em casos de anencefalia, precisamos continuar lutando pelo direito das mulheres ao seu corpo e a decidir sobre a sua saúde reprodutiva e sexual. Exigir a descriminalização do aborto e uma atenção adequada do governo para as mulheres que fazerem a sua opção.
O que isso significa?

Primeiro que a mulher é livre para fazer suas escolhas, assim como são os homens. Que ela decide se quer engravidar ou não, sozinha ou em conjunto com seu companheiro, mas que a decisão seja sua. Ela escolhe se quer levar a gravidez adiante e em que condições essa gravidez deve acontecer. Ela decide sobre o seu pré natal. Ela decide sobre o seu parto. Ela decide sobre a interrupção da sua gestação.

Vamos entender bem que ninguém está dizendo que a mulher deve fazer um aborto. Essa é uma decisão individual, de acordo com as crenças de cada mulher. Mas caso ela decida interromper ou continuar a gestação deve ter o suporte adequado do Estado. Isso significa que se decide ter o bebê, que ela tenha direito e acesso a um pré natal de qualidade, a um parto digno e humanizado sem intervenções desnecessárias... e que esses direitos continuem para a criação do bebê, como garantia de moradia, alimentação e educação. Agora, se ela decide interromper, tem o direito a ter um suporte psicológico e de profissionais treinados que a ajudem a decidir e a apoiem durante os momentos difíceis, tem direito a um atendimento digno e humanizado durante o procedimento, assistido por profissionais capacitados.

Isso tudo quer dizer que o Estado precisa garantir não só uma boa assistência à mulher, mas também uma orientação à prevenção da gravidez, a mulheres e homens, e um auxílio adequado e real para o planejamento familiar. E planejamento familiar com orientação à prevenção não pode significar só oferecer pílulas e camisinha nas Unidades Básicas de Saúde, tem que ser um programa que enfrente os preconceitos da sociedade quanto ao uso de anticoncepcionais e camisinhas, que enfrente os problemas sociais específicos de cada região e que acolha as famílias dentro de suas singularidades.

Significa também que a mulher não pode ser considerada criminosa ao decidir interromper a sua gravidez. Ela esta exercendo sua liberdade de escolha e não cometendo um crime ediodondo. Não merece ser trancafiada e isolada da comunidade. Não merece ser separada brutalmente de sua família, filhos, amigos, companheiros e companheiras por ter usado o seu direito de decidir sobre a sua vida.

O Estado deve ser laico e garantir o direito de todos os cidadãos, e por isso essa luta, pelo direito de decidir, pela liberdade sexual e reprodutiva. O Estado também não pode continuar ignorando que milhares de mulheres hoje morrem por realizar abortos em casa ou em clínicas clandestinas. Não pode continuar deixando desamparadas as adolescentes grávidas, que assustadas demais com o inesperado não conseguem apoio da família ou dos profissionais de saúde seja para qual decisão tomarem. O Estado não pode exigir das mulheres que levem adiante uma gravidez sabendo que não tem condições de dar uma vida digna àquele bebê que vai nascer.



Vamos lutar juntas pelo direito das mulheres de decidirem!!!

domingo, 15 de abril de 2012

Filhos? Não, obrigada



A ciência mostrou que o chamado “instinto materno” não é inato e pode ser vivido de diversos modos. Ainda assim, prevalece uma sutil pressão social que cobra a maternidade

por Paola Emilia Cicerone

http://www2.uol.com.br/vivermente/img/px_branco.gif

É raro alguém perguntar o que levou um homem ou uma mulher a ter filhos. Em contrapartida, é comum escutar: “Não tem filhos? Por quê?”. E, em geral, o principal alvo das indagações são as mulheres. Talvez algo como “não tive tempo”, “não sou casada” ou “não encontrei o homem certo, no momento certo” fossem boas respostas, mas há algo mais em jogo. É como se – ainda hoje, apesar de todas as transformações sociais dos últimos anos – continuasse necessário explicar à sociedade essa escolha (às vezes mais, às vezes menos consciente). Ao serem questionadas, as mulheres percebem na curiosidade alheia a pressão e as críticas disfarçadas, como se a opção de não terem sido mães as fizesse pessoas especialmente egoístas ou fosse sinal de algum “grande problema” em relação à sua feminilidade.

“Em nossas pesquisas promovemos a discussão do tema em grupos de mulheres sem filhos, em diversas cidades italianas, e muitas das participantes admitiram que se sentiam julgadas, às vezes até severamente, por parentes ou conhecidos, estigmatizadas como se fossem cidadãs de segunda categoria”, conta Maria Letizia Tanturri, professora de demografia da Universidade de Pavia, que participou de um importante projeto de pesquisa coordenado por várias universidades. “É como se, de certa forma, a maternidade fosse a garantia de nos tornarmos pessoas melhores, mais sensíveis”, observa. Ela lembra que, em 2007, uma senadora democrata da Califórnia, Barbara Boxer, atacou a secretária de Estado Condoleezza Rice: “Como não tem filhos nem família, a senhora não pagará nenhum preço pessoal pelo envio de mais 20 mil soldados americanos ao Iraque”. As palavras podem ser entendidas como uma variante de algo como: “Quem não tem filhos não pode entender o que só nós, seres humanos privilegiados pela graça de ter filhos, conseguimos compreender”.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan com 6 mil mulheres com idade entre 50 e 60 anos revelou que ter ou não ter filhos não tem efeito relevante no bem-estar psicológico nessa faixa etária – o que, de certa forma, contradiz a ideia de que é preciso criar os filhos para ter com quem contar no futuro. “Os aspectos mais importantes para uma maturidade feliz são a presença de um companheiro e de um círculo de relações sociais significativas”, salienta a socióloga Amy Pienta, coautora da pesquisa publicada no periódico científico International Journal of Aging and Human Development. Assim – e considerando todo o risco, trabalho e preocupação que significa ter filhos –, seria melhor não tê-los? Depende. O único dado certo é que hoje existe uma liberdade maior de escolha: é possível ser mulher de forma plena e prescindir da maternidade.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Diversão na Praia!


Esse feriado fui para Ubatuba, litoral de São Paulo, aproveitar um pouquinho da praia e, observando a alegria das crianças na simplicidade das brincadeiras na areia, tive muita saudade da minha infância passada ali mesmo, nessas areias.

Minha família tem casa em Ubatuba há muitos anos. com um mês de vida eu já passeava por lá. Minha mãe também aproveitou a sua infância e adolescência lá.

Muita coisa ainda é do mesmo jeitinho. Ubatuba ainda mantém o carinhoso apelido de UbaCHUVA! Fazer castelos de areia com gotinhas na pontinha para fazer a torre e cavar um buraco tão grande na areia que dá para enterrar um dos primos ali, ainda são diversões de todas as crianças na Praia Grande. O mar continua com seu ar de mistério e encantamento, representando ao mesmo tempo diversão e perigo. Molhar os pés, catar conchinhas, descobrir peixinhos, mergulhar, pegar onda, pular onda, uma infinidade de possibilidades.

Outras coisas mudaram bastante... a cidade cresceu e os prédios pipocam para todos os lados... antigamente tínhamos uma casinha de madeira a poucos quarteirões da praia. A casa era grande e possibilitava que toda a família e amigos fossem juntos para Ubatuba. Fazíamos grupos de 15 a 20 pessoas entre familiares e amigos para passar as férias ali. E ainda juntávamos com os primos de segundo grau, já que o um tio avó também tinha uma grande casa ali. As costas das duas casas se encontravam e depois de brincarmos o dia inteiro na praia a primeira coisa que fazíamos era colocar um banquinho na ducha, cercada por bananeiras, para conversar com quem estava do outro lado do muro, enquanto tomávamos banho. Agora, estamos todos em pequenos apartamentos, os grupos de férias tem que ser menores, e às vezes coincide de nos encontrarmos na piscina ou na praia.

Na casinha de madeira uma das maiores diversões da criançada era lavar a varanda. Com bastante água e sabão passávamos a tarde escorregando de um lado para o outro no dia da faxina. E se chovia muito a casa alagava. Mas não tinha problema. Os adultos pareciam preocupados, mas as crianças tinham certeza que estava por vim mais um dia de diversão, já que poderíamos surfar na chuva (nas ruas alagadas, não no mar!) e teríamos que dormir todos amontoados na garagem da casa do tio avô.

Se a noite estivesse quente o suficiente o melhor programa era pegar vagalumes. Colocávamos em potes para que pudessem iluminar o caminho de volta e servissem de abajur nos quartos depois. Era um encanto que as crianças de hoje não podem mais conhecer, já que os grandes postes iluminando as ruas calçadas espantam os delicados vaga lumes.

Com sol ou chuva, inventando brincadeiras com o que tinha a nossa volta, ou emburrados quando adolescentes em crise, o bom mesmo era estarmos todos juntos. Tudo misturado, crescendo, aprendendo e descobrindo o mundo ao lado da família e amigos que são como família. Acho que isso ainda da pra fazer né, mesmo nos pequenos apartamentos, manter a família junto deve ser prioridade!


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Direito das Mulheres - Anencefalia e Aborto


Hoje é um dia importante no nosso país!
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54, proposta em 2004 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (CNTS), que decide sobre a criminalização do aborto de fetos anencéfalos.

Todos devemos estar atentos a essa decisão porque ela tem grandes e sérios impactos sobre a nossa sociedade e especialmente sobre a liberdade das mulheres. Isso mesmo, sobre a liberdade das mulheres. Isso porque o que esta sendo decidido é se a mulher tem ou não o direito de decidir sobre o seu corpo e a sua gravidez. Especificamente no caso de anencefalia, mas com impacto posterior nas decisões sobre o aborto!

Queremos viver em uma democracia, com liberdade e igualdade, certo? Então como uma mulher pode ser considerada criminosa por tomar uma decisão quanto a sua vida e seu corpo?

Afirmamos sempre que o parto é da mulher e não do médico. Que as intervenções devem ser consensuais. Que precisamos humanizar o parto, o pré natal, o cuidado com a mulher, gestante, com o bebê. E porque então deveria ser do governo ou de um juiz a decisão sobre levar a diante ou não uma gravidez?

E porque o governo deve dar assistência para a mulher durante a gravidez e o parto, mas não dá a assistência para um aborto seguro e bem orientado? Se queremos diminuir a mortalidade materna os cuidados com a grávida devem sim passar pela questão do aborto, acompanhada de uma boa orientação para o planejamento familiar.

Ricardo Herbert Jones, um obstetra humanista, de Porto Alegre, publicou no seu perfil um texto legal sobre o assunto, que reproduzo aqui...

"Esse é um tópico muito difícil de produzir concordância, quanto mais um consenso. Cada um vai se expressar a partir do seu próprio viés sobre o tema. E esse viés não é necessariamente racional, mas construído sobre a arquitetura dos sentimentos, emoções, vivências e... um verniz de racionalidade, fino e quase imperceptível, mas que nos oferece a ilusão de que nossas construções de valores se assentam sobre a rocha firme da razão.

Balela... Tudo o que se diz sobre eutanásia, aborto ou anencefalia é PURO sentimento, e qualquer das posições pode ser racionalmente defendida ou mortalmente atacada. O que me parece digno de debate é a LIBERDADE de escolher qual o caminho a seguir, responsabilizando-se pelas rotas trilhadas e suas naturais consequências. Assim, eu acho razoável que uma família, com base nos seus valores (humanitários, religiosos, morais, etc.) escolha acolher uma criança nessa situação. Para estas, o sofrimento, a entrega, a devoção e o cuidado podem representar um aprendizado quase impossível de ser adquirido em qualquer outra situação de vida.

Por outro lado, posso facilmente entender que a ablação das porções superiores do encéfalo, impossibilitando por completo uma vida de relação, possa ser a justificativa para abreviar (ou evitar) uma existência condenada ao mutismo relacional. Mais do que considerar "certo" ou "errado" prefiro pensar no dilema ético de permitir a escolha e a livre decisão. Ao contrário de assumir uma postura dogmática, fechada, cerceadora e preconceituosa eu prefiro a dor de determinar meu próprio destino, pagando o preço inexorável das decisões complexas."

Ricardo Jones

domingo, 8 de abril de 2012

Páscoa

A Páscoa é amor, fraternidade, união, e o nosso desejo é que o seu domingo seja muito Feliz e Abençoado!
Cristo morreu, mas ressuscitou, e fez isso somente para nos ensinar a matar nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes sepultadas no íntimo de nossos corações.
Que esta seja a verdade da sua e da nossa Páscoa!


Desejamos a todos uma páscoa abençoada!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Crianças no Concerto de Música Instrumental


Criança e musica clássica não combinam, certo?! Concerto de  Música  Instrumental não é lugar para criança, certo? Nada Disso! Música clássica, concerto e criança combinam!!! Lugar de criança é no meio de cultura!!!

Muita gente já sabe que a musica clássica estimula positivamente o desenvolvimento dos bebês e daí já surgiram inúmeros brinquedos e enfeites que tocam músicas clássicas, além de CD infantil com esse tema. A música clássica tem sim benefícios específicos que por suas características estimula o cérebro. Mas a verdade é que música de uma forma geral é bom par o desenvolvimento, música boa, melhor ainda, música inserida na cultura, duas vezes melhor.

Alguns dias atrás tive a oportunidade de acompanhar o primeiro concerto que duas meninas muito especiais assistiram. O Concerto era de música instrumental, que eu classificaria como Instrumental Moderna, mas não sei se existe essa categoria! Basta dizer que era diferente, inusitado e de qualidade! Quem se apresentou foi o Grupo Derivasons, para conhecer maissobre eles é só clicar aqui!

As duas pequenas foram ansiosas assistir a performance do irmão mai velho. Bom, o irmão é músico, portanto elas estão bem introduzidas no mundo da música, clássica, instrumental e diferentes instrumentos. Mas o ambiente de uma sala de concerto era diferente e novo! A mais velha, 8 anos, queria ser grande. Segurando o pequeno programa da noite, lia atentamente para saber em qual música o irmão entraria. Concentrou-se nas músicas, mas o cansaço venceu e terminou dormindo no finalzinho. Sem problemas, conseguiu curtir cada um dos momentos anteriores!

A mais nova não conseguia parar quieta! Apesar de toda a família ter passado todo o Concerto inteiro lembrando ela de permanecer em silêncio, vale a pena a sua participação. A pequena de 6 anos acompanhou o ritmo das flautas com as mãos e balançando o programa. Sacudiu o corpo com a guitarra elétrica, tentou chamar a atenção do irmão quando este entrou no palco fazendo caretas e sorrisos e não se conteve no comentário quando não gostou da música.

Concerto finalizado com aplausos ao Grupo Derivasons! E além dos comentários do concerto, todos na sala foram unanimes em afirmar que a pequena deu um bonito “show” a parte. Sua felicidade e espontaneidade contagiaram a todos. E ela fez questão de afirmar ao final – “Eu me diverti muito!!!”

Crianças expostas a um bom ambiente com musica de qualidade e cultura. Parte do programa da família. Música que estimula a criatividade e o desenvolvimento infantil. Música que ensina as crianças e aos adultos, desde novidades em fazer música até em como se comportar dentro e fora dos padrões socialmente determinados para cada espaço, que se não puderem ser flexíveis perdem o sentido, do comportamento e do uso do espaço!

domingo, 1 de abril de 2012

Autismo: música Até o Fim!


Como hoje é um dia muito especial, resolvemos compartilhar esse clipe que fala sobre o autismo, como os pais reagem ao descobrir que seus filhos são autistas e como eles levam a vida com isso. Há depoimentos realmente emocionantes e as partes musicais de Fantine também não ficam atrás, ela contamina com a sua força de expressão, sua voz.







Acalanto apoia: Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Hoje é o dia mundial de conscientização sobre o Autismo, e o nosso Mundo faz parte desse evento!“Este é o quarto ano do evento mundial, que pede mais atenção ao transtorno do espectro autista…

No Brasil, a data será lembrada com a iluminação em azul (cor definida para o autismo) de vários prédios e monumentos importantes, entre eles, o Cristo Redentor (no Rio de Janeiro) — que acabou de inaugurar uma moderna iluminação de LED –, a Ponte Estaiada, o Monumento às Bandeiras e o Viaduto do Chá (todos em São Paulo) e o prédio do Senado em Brasília


No restante do mundo, outros importantes pontos acenderão sua “luz azul”, como no ano passado o prédio Empire State, em Nova York (Estados Unidos) e a CN Tower, em Toronto, (Canadá).
(outras ações podem ser vistas em http://RevistaAutismo.com.br/DiaMundial ).

O autismo é uma síndrome complexa e muito mais comum do que se pensa. Atualmente, o número mais aceito no mundo é a estatística do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão do governo dos Estados Unidos: uma criança com autismo para cada 110. Estima-se que esse número possa chegar a 2 milhões de autistas no país, segundo o psiquiatra Marcos Tomanik. No mundo, segundo a ONU, acredita-se ter mais de 70 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.

A incidência em meninos é maior, tendo uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo.”

Retirado do Portal Instituto Inclusão Brasil

Convidamos a todos vestirem azul neste dia ou utilizar algo desta cor como forma de participar desse movimento!!!

Deixo um beijo especial para "Miguelito", que graças à ele e sua família tenho aprendido muito sobre o autismo !!!