domingo, 13 de maio de 2012

6,4 mm e 117 batimentos por segundo


Quando uma mulher se torna mãe?
Quando a alegria de ser mãe preenche seu corpo, saindo como uma luz do coração ou do ventre?
Quando essa alegria se transforma em amor incondicional?
Quando o amor se transforma em colocar esse pequeno serzinho como prioridade?

Eu ainda não sei...
Sonho com esse dia, mas ainda não sou mãe...

Tem mulheres que dizem descobrir ser mães quando o bebê nasce. Quando pegam no colo um ser tão amado.

Outras contam que se transformaram em mães na hora do parto. Certa vez ouvi uma mãe relatar que soube que era mãe quando tocou o cabelo de sua filha ainda no período expulsivo.

Outras mulheres tornam-se mãe quando sentem o bebê mexer na barriga.

E as que se tornam mães por adoção, quando se descobrem mães? No primeiro abraço? No primeiro olhar?

Acho que dá para se sentir mãe no primeiro ultra som, com 6,4 milímetros e 117 batimentos por segundo.

Hoje, esse texto de dias das mães é em homenagem a uma amiga querida, que na sua delicadeza me deu a felicidade de poder compartilhar com ela a sua descoberta de ser mãe. E a poesia abaixo, desejo que ela escute um dia palavras com o mesmo significado de quem cresce em seu ventre.

Mãe

Quando me acordavas
de manhã
com o rosto emoldurado
nos cabelos de aurora
a esperança que me davas
para seguir corajosa
lá para fora.

Quando me sopravas
de tarde
com o rosto emoldurado
nos cabelos de luz
segredos insondáveis
que haviam de moldar a matéria
de que me compus.

Quando à noitinha
me beijavas
com o rosto emoldurado
nos cabelos de lua
minha boca se emudecia
sabendo para sempre
que antes de pertencer a alguém
fui
ainda
só tua.



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