Mamaço virtual e real movimenta mães de vários lugares do país e promove campanha de amamentação. Pais & filhos lança a campanha “Amamentação, compartilhe essa ideia”
Por Marianna Perri, filha de Rita e José
Uma foto retirada do Facebook e uma mãe sendo proibida de amamentar seu filho em um espaço cultural de São Paulo transformaram casos isolados em uma campanha pelo aleitamento materno, tanto no mundo real quanto no virtual.
Kalu Brum, mãe de Miguel, teve a imagem retirada da rede social por “violar os termos de uso” e promoveu um protesto virtual pelo blog Mamíferas, incentivando as mulheres a colocarem imagens amamentando seus filhos no site. “Tivemos muitos comentários e muitas mães participando. Algumas pessoas criticavam, mas a maioria apoiou o mamaço virtual”, comentou.
O movimento de mamaço também ganhou as ruas de São Paulo nesta quinta-feira (12). Um grupo de mães se reuniu em frente ao Itaú Cultural, localizado na Avenida Paulista, para amamentar seus filhos. O evento foi organizado depois que a antropóloga Marina Barão foi proibida de amamentar seu filho durante uma exposição. Ela foi retirada do local por uma funcionária, que indicou a enfermaria para que o bebê pudesse mamar.
Protesto
Kalu acredita que estes protestos farão as mães pensarem sobre o assunto. “Sacudimos as pessoas para que elas saiam da sua zona de conforto. Quando você balança as estruturas, provoca questionamentos: por que vemos a amamentação como um ato libidinoso?”, comenta.
Ana Tolentino, mãe de Isaac, comenta que as pessoas ficam incomodadas quando veem uma mãe amamentando, “talvez por não saberem ao certo se é falta de respeito olhar para o bebê mamando”.
Além das outras pessoas não lidarem bem com a amamentação, as próprias mães demonstram que não estão preparadas para dar de mamar para seus filhos por muito tempo. Segundo o Ministério da Saúde, a média de aleitamento materno exclusivo é de 23 dias.
Uma campanha do governo incentiva a amamentação até os 2 anos de idade ou mais, já que o aleitamento protege a saúde do bebê, evitando diarreias, distúrbios respiratórios, infecções, entre outros. A amamentação exclusiva até os 6 meses de idade ainda reduz a mortalidade infantil em até um quinto em países em desenvolvimento, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde.
Preconceito
Kalu deu de mamar para Miguel até que ele completasse 3 anos e 7 meses e teve que enfrentar até o marido na hora da amamentação. “Ele era contra, fez pressão para que Miguel parasse de mamar quando ele completou 2 anos”.
Ela, que nunca pensou em amamentar por um longo período, mostrou artigos e textos para ele, que demonstravam as vantagens do aleitamento após os 2 anos.
Além da situação em casa, Kalu enfrentou problemas na escola do filho e durante um voo. “A aeromoça queria que ele ficasse sentado durante a decolagem, mas ele estava mamando e eu recusei”, conta.
As leis trabalhistas dão direito às mães amamentarem seus filhos, mesmo durante o trabalho. O artigo 396 prevê que as mães tenham dois descansos remunerados durante a jornada de trabalho, de meia hora cada um, para que ela amamente o filho ou faça o esvaziamento mamário, ou seja, ordenhe o leite e congele para que o filho possa receber leite materno em sua ausência..
Uma norma brasileira para a comercialização de alimentos ainda proíbe a propaganda indiscriminada de produtos e utensílios que possam induzir o desmame precoce dos bebês.
Polêmica mundial
Não é só no Brasil que a polêmica da amamentação ganha destaque. Nos Estados Unidos, o lançamento de uma boneca que incentiva a amamentação ganhou os jornais.
Alguns pais afirmaram ao canal norte-americano Fox News que a boneca expõe as crianças à sexualidade precoce, enquanto outros apoiavam a iniciativa, por fazer com que as meninas encarem a amamentação como uma prática normal e saudável.
Kalu finaliza: “Ouvir funk, maquiagem e aplicar botox em uma criança não são considerados sexualização precoce, mas dar de mamar para uma boneca, sim. É uma inversão de valores”.
Se você apoia a amamentação, troque sua foto do perfil por um quadro mostrando mulheres amamentando. E compartilhe e tuíte essa matéria!
Por Marianna Perri, filha de Rita e José
Uma foto retirada do Facebook e uma mãe sendo proibida de amamentar seu filho em um espaço cultural de São Paulo transformaram casos isolados em uma campanha pelo aleitamento materno, tanto no mundo real quanto no virtual.
Kalu Brum, mãe de Miguel, teve a imagem retirada da rede social por “violar os termos de uso” e promoveu um protesto virtual pelo blog Mamíferas, incentivando as mulheres a colocarem imagens amamentando seus filhos no site. “Tivemos muitos comentários e muitas mães participando. Algumas pessoas criticavam, mas a maioria apoiou o mamaço virtual”, comentou.
O movimento de mamaço também ganhou as ruas de São Paulo nesta quinta-feira (12). Um grupo de mães se reuniu em frente ao Itaú Cultural, localizado na Avenida Paulista, para amamentar seus filhos. O evento foi organizado depois que a antropóloga Marina Barão foi proibida de amamentar seu filho durante uma exposição. Ela foi retirada do local por uma funcionária, que indicou a enfermaria para que o bebê pudesse mamar.
Protesto
Kalu acredita que estes protestos farão as mães pensarem sobre o assunto. “Sacudimos as pessoas para que elas saiam da sua zona de conforto. Quando você balança as estruturas, provoca questionamentos: por que vemos a amamentação como um ato libidinoso?”, comenta.
Ana Tolentino, mãe de Isaac, comenta que as pessoas ficam incomodadas quando veem uma mãe amamentando, “talvez por não saberem ao certo se é falta de respeito olhar para o bebê mamando”.
Além das outras pessoas não lidarem bem com a amamentação, as próprias mães demonstram que não estão preparadas para dar de mamar para seus filhos por muito tempo. Segundo o Ministério da Saúde, a média de aleitamento materno exclusivo é de 23 dias.
Uma campanha do governo incentiva a amamentação até os 2 anos de idade ou mais, já que o aleitamento protege a saúde do bebê, evitando diarreias, distúrbios respiratórios, infecções, entre outros. A amamentação exclusiva até os 6 meses de idade ainda reduz a mortalidade infantil em até um quinto em países em desenvolvimento, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde.
Preconceito
Kalu deu de mamar para Miguel até que ele completasse 3 anos e 7 meses e teve que enfrentar até o marido na hora da amamentação. “Ele era contra, fez pressão para que Miguel parasse de mamar quando ele completou 2 anos”.
Ela, que nunca pensou em amamentar por um longo período, mostrou artigos e textos para ele, que demonstravam as vantagens do aleitamento após os 2 anos.
Além da situação em casa, Kalu enfrentou problemas na escola do filho e durante um voo. “A aeromoça queria que ele ficasse sentado durante a decolagem, mas ele estava mamando e eu recusei”, conta.
As leis trabalhistas dão direito às mães amamentarem seus filhos, mesmo durante o trabalho. O artigo 396 prevê que as mães tenham dois descansos remunerados durante a jornada de trabalho, de meia hora cada um, para que ela amamente o filho ou faça o esvaziamento mamário, ou seja, ordenhe o leite e congele para que o filho possa receber leite materno em sua ausência..
Uma norma brasileira para a comercialização de alimentos ainda proíbe a propaganda indiscriminada de produtos e utensílios que possam induzir o desmame precoce dos bebês.
Polêmica mundial
Não é só no Brasil que a polêmica da amamentação ganha destaque. Nos Estados Unidos, o lançamento de uma boneca que incentiva a amamentação ganhou os jornais.
Alguns pais afirmaram ao canal norte-americano Fox News que a boneca expõe as crianças à sexualidade precoce, enquanto outros apoiavam a iniciativa, por fazer com que as meninas encarem a amamentação como uma prática normal e saudável.
Kalu finaliza: “Ouvir funk, maquiagem e aplicar botox em uma criança não são considerados sexualização precoce, mas dar de mamar para uma boneca, sim. É uma inversão de valores”.
Se você apoia a amamentação, troque sua foto do perfil por um quadro mostrando mulheres amamentando. E compartilhe e tuíte essa matéria!
Nenhum comentário:
Postar um comentário