terça-feira, 28 de junho de 2011

HIV/AIDS, Gravidez e Amamentação

Na década de 90 para uma mulher HIV positivo ou com AIDS pensar em engravidar era impossível. Muitas mulheres morriam durante a gravidez ou de complicações durante o trabalho de parto, muitas crianças nasciam infectadas e ainda com uma alta carga viral que levava a morte em idade precoce. Felizmente o tratamento evoluiu e novas drogas foram descobertas. Mais de 15 anos depois as mulheres HIV positivo ou com AIDS podem realizar seu desejo de engravidar sem medo.
Se a mulher não fizer o tratamento durante a gravidez tem 50% de chance de transferir o vírus para seu bebê, agora se ela for acompanhada adequadamente e seguir o tratamento, as chances de transmitir o vírus caem para 2%.
O ideal é que a mulher planeje sua gravidez antes da concepção e tome alguns cuidados como procurar um obstetra com experiência em acompanhamento de grávidas HIV positive / AIDS, tomar Ácido Fólico e diminuir a quantidade de vitamina A. Claro que esses cuidados devem ser somados aos cuidados regulares de uma gestante e ao tratamento adequado para o vírus HIV. O acompanhamento da gravidez é fundamental, já que os remédios podem causar efeitos colaterais ou pode ser necessário mudar o tipo e/ou dosagem do remédio. Especialmente o terceiro trimestre exige maior atenção, o que não é muito diferente do que para a maioria das demais gestantes.
Durante o trabalho de parto será administrado na mulher uma alta dosagem de AZT (coquetel de medicamentos para pessoas HIV positivas) com a intenção de diminuir ainda mais as chances de transmissão vertical do vírus (mãe-bebê). Com todos esses cuidados a chance de transmissão caem 70% e assim, se a futura mãe estiver com a carga viral baixa, não há necessidade de uma cesariana. Isso quer dizer que mulheres HIV positivas saudáveis podem ter um parto normal ou mesmo natural (sem dispensar o AZT!).
Depois do parto o bebê vai tomar também o AZT durante 6 meses, provavelmente administrado em gotas e de 6 em 6 horas, mas o pediatra deve determinar esse acompanhamento. Vale também procurar um pediatra especializado em tratamento de crianças HIV positivas / AIDS. Serão realizados testes periódicos, começando no primeiro dia de vida até o sexto mês, para determinar se a criança foi ou não infectada com o vírus.
A amamentação não é recomendada, porque mesmo para uma mulher com baixa carga viral existe 14% de chance de transmitir o vírus para o bebê por essa via. Assim, como temos acesso fácil a leites artificiais (formulas), nesse caso, eles são a melhor opção.
Depois disso, mãe, bebê e a nova família só tem a curtir as descobertas de cada dia juntos!

Fonte: Revista PLUS HIV – março de 2011 – entrevista com especialistas do Centro Materno Infantil da Universidade do Sul da Califórnia – Los Angeles – EUA

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