O livro de Mônica Bara Maia, publicado pela editora FIOCRUZ nesse ano de 2011 deve, definitivamente, entrar na lista de leitura obrigatória das doulas e demais profissionais que trabalham com a Humanização do parto e do Sistema Único de Saúde, principalmente para os de Belo Horizonte. A dissertação de Mestrado defendida na PUC Minas transformou-se em um brilhante livro intitulado “Humanização do Parto – política pública, comportamento organizacional e ethos profissional”.
Mônica consegue colocar em palavras do nosso cotidiano, com uma leitura fluente, questões latentes e intrincadas que relacionam a história da saúde no Brasil e no mundo com o caminho da hospitalização do parto e finalmente, o movimento de humanização. Inicia o livro com um resgate histórico, discutindo as questões relacionadas à profissão dos Médicos e Enfermeiros, a cultura da nossa sociedade e o papel das instituições, os hospitais. Descreve bem as maternidades de Belo Horizonte e as ações de implementação da Política de Humanização do Parto a cidades, destacando seus avanços e dificuldades. Nacionalmente, descrever a humanização do parto em Belo Horizonte tem grande relevância, por ser um município modelo nas ações de Atenção Primária à Saúde (o que não significa a atenção ideal) e ser pioneiro na criação e formato da Comissão Peri Natal.
No prefácio Carlos Aurélio Pimenta de Faria sintetiza bem o livro:
“Que o(a) leitor(a) não se engane: o livro que tem em mãos é exemplo notável do saber militante. Nele não se encontrará vestígio nem do “padrão ouro” do academicismo estéril e auto centrado nem, tampouco, do panfletarismo verborrágico e maniqueísta. Neste belo, oportuno e relevante trabalho (…) Mônica Maia conjuga apuro metodológico e ousadia para, ao articular distintos saberes, contribuir para a elucidação dos fatores que têm obstruído o sucesso da política de humanização do parto no Brasil.
(…)
No estudo aqui apresentado, a autora parte de uma discussão acerca das razões que fizeram com que o parto deixasse de ser uma experiência da esfera familiar íntima, com toque comunitário, em razão da presença da parteira e eventualmente de vizinhas mais experientes, para se tornar um “evento dominado pela medicina, institucionalizado nos hospitais e regulado por Políticas Públicas”.
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