Essa é
uma pergunta super comum nos grupos de mães e amamentação do facebook! Toda mãe
deveria fazer essa pergunta sempre! E vou ressaltar, não é porque a mãe deve
sempre duvidar do pediatra, e sim porque ela deve se corresponsabilizar pela
sua saúde e a saúde do seu filho, e parte desse processo é ter a informação,
entender o que está acontecendo e assim tomar as melhores decisões para a sua
família. É o empoderamento colocado em prática!
Então vamos entender melhor essa história do
ferro!!
O
primeiro ponto é que a amamentação deve ser exclusiva até o seis meses!! Isso
significa que bebês a termo e saudáveis não tem motivo nenhum para tomar ferro
ou qualquer outra vitamina, complemento ou remédio!
Depois
dos seis meses o Ministério da Saúde, observando as principais doenças em
crianças até dois anos, criou um programa de suplementação de ferro no país
todo, chamado Programa Nacional da Suplementação de Ferro. Esse programa aborda as
crianças de 6 a 18 meses, gestantes a partir da 20a semana e
mulheres até o 3o mês pós-parto.
Esse
programa tem como principal objetivo prevenir as doenças, por isso as crianças
devem começar a tomar antes de apresentar algum sinal de anemia ou baixa de
ferro no sangue!
Quando devo começar a dar o ferro para meu bebê?
Depois
dos seis meses, idealmente junto com o início da transição alimentar!
Até quando a criança deve tomar o ferro?!
Até os
18 meses, lembrando que além da suplementação preventiva, deve-se sempre buscar
uma alimentação saudável e a ingesta de alimentos facilitadores da absorção de
ferro, como alimentos ricos em Vitamina C, bem como evitar os dificultadores,
como refrigerantes e chás.
Fonte
de informação:
Manual operacional do
Programa Nacional de Suplementação de Ferro/ Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. - Brasília : Ministério da
Saúde, 2005.
Manual de orientação:
alimentação do lactente, alimentação do pré-escolar, alimentação do escolar,
alimentação do adolescente, alimentação na escola/ Sociedade
Brasileira de Pediatria.Departamento de Nutrologia. - São
Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento deNutrologia, 2006.
Hoje o
texto do blog vai fugir um pouquinho do nosso tema. Quer dizer, talvez nem
tanto assim, já que fala das muitas lutas e defesas que já fiz nesse blog e na
rua junto com muitas de vocês! O certo é que eu precisava compartilhar isso
tudo com muita gente, não sei bem porque, talvez descubra depois... mas vamos
ao texto!
Um convite para o
gigante que acordou!
Se
você faz parte desses que acordaram agora e se somam aos que há muito não
dormem, para criarmos esse gigante, venho te fazer um convite.
Topa
continuar mudando o Brasil?! Topa construir uma nova forma de se fazer política
no nosso país?!
Se sua
resposta foi sim, vamos começar pelo debate no espaço virtual?!
Eu
gosto de um bom debate e adoro gente que debate comigo, com argumentos,
concordando e discordando!
Há
muito tempo os amigos e colegas de militância já me conhecem pelos textos e
e-mails longos! Esse não vai ser diferente! Vou me apresentar depois, mas já
queria adiantar isso e incluir a leitura como extensão do convite!
Diante
dos acontecidos das últimas semanas queria apresentar a vocês minha opinião,
minhas percepções e análises e algumas dicas que acho que podem nos ajudar a
avançar junto! Topa debater esse texto, concordando ou discordando do que eu
colocar?
As manifestações começaram por causa
do aumento da passagem em SP. Com pauta clara e definida, foco e direção de um
movimento social, o MPL! Tomaram fôlego após repressão violenta da Policia,
instrumento repressor do Estado. Muitos foram as ruas, contra o aumento das
tarifas e em contra a repressão violenta e desproporcional da polícia, em um
país democrático. As manifestações se espalharam em diferentes cidades e com
apoio de brasileiros em diferentes partes do mundo. Foi rápido, já que aprendemos
a usar uma nova ferramenta de organização, as mídias sociais, em especial o
Facebook (aprendizado esse que muitos europeus já estão passos a nossa frente).
Nos últimos 10 anos o Brasil teve grandes conquistas sociais, mas também deixou
de avançar em muitos aspectos. Os brasileiros pediam então mais. Mais
direitos!!! A indignação com os altos custos da copa também mobilizou muita
gente! Cada um foi defender a sua opinião ou bandeira/pauta, como costumamos
dizer. Alguns tentaram despolitizar o movimento, confundindo as pessoas com
pautas sem objetivo, sem direção. Outros tentaram politizar e organizar o
movimento! Movimento organizado tem mais chances de conseguir resultados! Tanto
que a principal pauta vitoriosa foi aquela que tinha foco, organização e liderança
– a diminuição da passagem. Outros tentaram se aproveitar do movimento para
destruir a cidade ou roubar. Talvez conscientemente, talvez incitados pela
massa, talvez desavisadamente, talvez numa explosão de extravasar a indignação
que ainda não tinha muita direção. Os mesmo que queriam despolitizar o
movimento antes aproveitam agora as imagens de violência para assustar os
brasileiros e nos tirar da rua! Tentam não enfatizar os enormes ganhos que
tivemos! Fomos as ruas, unidos e tivemos grandes conquistas!! Ir as ruas muda
as coisas! Mas o que aparece na televisão é que ir as ruas é perigoso, leva a
violência. Estranho no mínimo! Eu vou me focar nos ganhos que tivemos!
Aprendemos que a mobilização popular tem força! Acontece que as passeatas, um
importante instrumento de luta e reivindicação, começam a perder sua força em
muitas das cidades. Você que está chegando agora vai aprender logo que temos
vários instrumentos de luta, mas todos têm suas potencialidades e seus limites. Perdem a força exatamente porque caem na desorganização, despolitização e não
conseguem dialogar com a sociedade. As manifestações e passeatas não conseguem
definir o que querem, portanto fica difícil ver os ganhos e avanços, só
aparecendo a parte da violência. Acredito que agora é hora de reagrupar,
reorganizar! Talvez mudar de instrumento, talvez estabelecer foco, talvez nos
dirigirmos a outro grupo. Não tem resposta certa agora, cada cidade vai ter que
definir seu caminho e Belo Horizonte tem feito isso organizando assembleias! E apesar da violência da policia novamente, acho que essa forma de organização e unidade tem funcionado! Agora é estar junto nos próximos passos!
Dica 1 - Aprenda a
fazer análise de conjuntura - isso é, junte todos os fatos e interprete os
dentro de um contexto mais amplo, admitindo sempre que você mesmo influencia a
análise com as suas crenças ou ideologias – o que fiz acima foi o resumo de uma
análise de conjuntura e acho que esse vídeo pode ajudar a entender mais algumas
coisas – MAS POXA VIDA
Não
concorda com a minha análise de conjuntura? Ótimo! Porque não concorda? Qual a
sua opinião? Concorda, mas acha que esqueci de algumas coisas importantes? Ótimo!
O que ficou faltando?
Agora, para concordar ou discordar é
necessário saber do que está falando ou escrevendo. E nos dias de hoje, com a
rapidez que as informações circulam temos a tendência de dizer que somos a
favor ou contra algo sem nem mesmo ter tempo de entender toda a extensão “desse
algo”! Já se perguntou como o que defende pode afetar a sua vida, a sua cidade,
o seu país? Já se perguntou se o que defende trás benefícios para toda a
população ou uma parcela pequena da população? Já se perguntou qual parcela da
população quer defender? Quem defende o mesmo que você, diz o que? Quem é
contra, fala o que? Estudou e leu opiniões contra e a favor, sem usar uma única
fonte de informação? Não vale também ler só a manchete ou o título do post do
facebook!
Se a sua resposta foi sim, vamos ao
debate!!!
Dica 2 – Informe-se - estude
e entenda muito bem o que está defendendo. Formule a sua própria opinião e
tenha argumentos para sustentá-la, sem nunca abrir mão de aprender e de ouvir
quem tem outras opiniões.
Nossas
opiniões são coisa séria! Quando afirmamos algo temos que entender o que
estamos afirmando ou defendendo! Caso contrário, seremos manipulados pela
opinião de outros que entendem o que estão falando. Vou exemplificar a
importância disso com algumas situações que observei nas manifestações.
Algumas
pessoas que carregavam cartazes afirmando ser contra a PEC 37, ao passarem em
frente ao Ministério Público, pararam para vaiar. A vaia é uma manifestação de
descontentamento, certo? Mas essas pessoas diziam defender o Ministério
Publico, concordando que ele deve manter o seu poder de investigação, isso é,
são contra a aprovação do Projeto de Ementa Constitucional 37, a favor do que o
Ministério Publico quer. Essas pessoas me demonstraram que não sabiam o que estavam
defendendo! Concordam?
Outras
pediam o Impeachment da Dilma. No entanto, ao serem questionados o porquê a
presidenta deveria ser retirada imediatamente do seu cargo, em uma situação
excepcional no nosso regime democrático não conseguiam explicar onde estava a
gravidade dos seus atos contra o país. Se questionados quem ficaria no lugar da
Dilma, muitas vezes não sabiam quem seria o vice presidente! Tudo bem, eu sou a
favor da Dilma e você é contra. Acontece que vivemos numa democracia indireta,
nosso representante é eleito pelo voto direto, talvez faça mais sentido
disputar nas eleições, no voto, a saída da Dilma não?! Assim como faz em Belo
Horizonte o movimento Fora Lacerda! Eu vou disputar pela permanecia da Dilma na
presidência e pelo Lacerda fora de qualquer cargo em Belo Horizonte e Minas
Gerais, no voto, conquistando votos, fazendo campanha!
E por
fim, a situação mais grave de todas! Um coro de “sem partido” tomou conta das
manifestações. Inicialmente queria dizer que a pauta defendida, a diminuição da
tarifa, era uma pauta de todos e não desse ou daquele partido! Ótimo! É
verdade! Uma pauta raramente é exclusividade de um partido. Aliás, ela tem mais
chance de dar certo se muitos partidos e movimentos sociais a defenderem! E
sim, é melhor que não seja apenas um a frente das reivindicações ou tomando
decisões, o que não significa ausência de liderança!
O problema todo foi quando
o partido passou a ser um inimigo. Quando militantes de um partido começaram a
ser agredidos fisicamente e impedidos de participarem das manifestações!
Acontece que esses militantes já participavam dessa e de muitas outras
manifestações há muito tempo! E como todos os demais têm todo o direito de
estarem ali!
Os
partidos e movimentos sociais são formas de nos organizarmos, formas do povo
brasileiro se organizar!
O partido não tem vida sozinho como ser inanimado e
nem é apenas o político eleito, o partido são as pessoas, o povo, que o compõe,
que nele militam! Podem sim existir outras formas de organização e outras podem ser criadas! Mas
não significa que partidos e movimentos sociais vão deixar de ser legítimas! O Partido disputa também as
eleições dentro da nossa forma de organizar a democracia. Tudo bem que você
esteja descrente com todas as organizações partidárias e movimentos sociais, é
seu direito! Mas isso não significa que as pessoas que compõe esse ou aquele
partido não têm direito de estar nas ruas defendendo o que acreditam! Sim, não
deixem que nós, brasileiros que escolhermos nos organizar em um partido,
sejamos os únicos a liderar as manifestações! Estejam presente! Participem!
Sejam lideranças!
E
mais, rechaçar os partidos e dizer que eles não devem existir de forma alguma é
dizer que não concorda com a nossa atual forma de governo. Tudo bem se você
realmente quiser dizer isso! Mas entenda, se não quer uma democracia, com
representação indireta, presidencialista, o que quer? Que eu saiba, de todas as
formas das sociedades se organizarem até hoje, apenas nas formas de governo
totalitárias, como a Ditadura e a Monarquia, não existem partido. Eu pessoalmente
não quero voltar a nenhuma delas! Você defende uma dessas duas ou acredita que
outra forma de organização da sociedade, sem partidos, deve ser criada?
O
discurso do gigante que acorda e não precisa de partidos, já que os partidos
são corruptos e não fazem o país avançar é o mesmo discurso usado para
justificar o golpe militar de 1964. Foi desse argumento que instituíram o AI-5
– proibindo os brasileiros de se organizarem! Foi ai que por 20 anos
brasileiros foram torturados e assassinados em nome do progresso. Não é
exagero! Volte aos livros de história! Verifique você mesmo! Jogue no Google se
for o caso! Converse com quem viveu a ditadura! Eu não vou repetir esse
discurso de “sem partido” porque sem partido para mim significa sem a
participação do povo. Eu não quero voltar a ditadura. E você, o quer?
Dica 3 - Não negue a
história do seu país, aprenda com ela!!!
Perceba
também que essas manifestações de hoje não surgiram por combustão espontânea de
eventos no facebook. Elas estão em um contexto histórico, como tenho pontuado
ao longo do texto! Isso é, são fruto da soma de todas as manifestações que
temos feito nos últimos tempo! Nós quem? Os com-partido e os sem-partido que já
estavam acordados!
Vou
listar aqui as mobilizações que fiz só no último ano (em ordem alfabética, para
não dizer que me confundi com as datas ou que existe alguma ordem de preferência)!
E olha que essas são só as que me envolvi diretamente (cada uma de uma forma,
com diferentes instrumentos - seja passeata, assinatura, mesa de debate, apoio,
reuniões, escrevendo textos, construção dos movimentos, etc).
- 18
de Maio - Dia da Luta Antimanicomial - "Se não nos deixam sonhar, não os
deixaremos dormir" - pautando especialmente contra as internações
compulsórias e involuntárias;
- 8 de
Março - Dia Internacional das Mulheres - que nesse ano teve como pauta central
o repudio a Violência contra as Mulheres;
-
Contra a Violência obstétrica;
-
Contra as EBSERHs;
-
Contra o aumento de salários dos vereadores de BH.
- Contra
o Estatuto do Nasciturno;
-
Eleições Municipais para prefeito e vereador em BH;
-
Encontro Mineiros dos Movimentos Sociais;
-
Financiamento do SUS - 10% do PIB para a saúde - pauta do Movimento Saúde +10;
- Fora
Feliciano;
- Fora
Lacerda;
-
Greve dos trabalhadores da Prefeitura de Belo Horizonte;
-
Marcha do Parto em Casa;
-
Movimento da Humanização do parto;
-
Ocupação Eliana Silva - em defesa da moradia urbana;
-
Organização dos conselheiros de saúde em BH para uma intervenção de qualidade
nas diversas etapas das Conferências de Saúde;
- Pela
punição dos assassinos no Massacre de Felisburgo;
-
Reforma Política;
Observe
que essas são só as lutas que eu participei no último ano! Conheço e apoio
ainda muitas outras causas e tenho certeza que existem outras tantas,
legítimas, que não conheço! A lista ficaria enorme, mas acho que deu para
entender o ponto né?! (Se não entendeu alguma das pautas que coloquei não deixe
de perguntar e de estudar, especialmente antes de tomar um posicionamento).
Tem muita gente de muito partido e movimento social diferente defendendo a redução
do preço das tarifas de transporte e o Passe Livre há muito tempo! É por essas
e outras que dizemos que não estávamos dormindo! Estávamos muito acordados, mas
acredite, cada um de vocês fez muita falta em cada uma dessas lutas! Eu senti
falta mesmo e quero vocês ao meu lado agora! Com a sua opinião, seja ela qual
for!
Dica 4 – ORGANIZE-SE –
não quero dizer que tem que ser junto comigo! Pode ser da forma que você
entender que é melhor, mas acho difícil alguém não concordar que as pessoas
organizadas têm mais força e mais chances de atingir seus objetivos!
E ai?
Parte do que eu falei fez algum sentido para você?
Quem sou eu?
Meu
nome é Luísa da Matta Machado Fernandes, belorizontina, com 28 anos. Socialista,
feminista, marxista e trotskysta (e eu sei o que significam todos esses
"istas" - deu trabalho estudar, mas valeu a pena).
Cresci
na contradição das minhas famílias, já que uma parte cresceu no quartel militar
durante a ditadura e a outra liderava a resistência e oposição ao regime! Sempre
procurei entender dos assuntos e sou muito crítica. Depois que entrei na
universidade não parei mais de militar. Logo reconheci a necessidade de me
organizar para poder somar as forças e procurei participar das entidades que
considerava representativas, estar nos grupos/coletivos que expressavam ideias
semelhantes as minhas e ao lado dos Movimentos Sociais dos quais me
identifiquei com as pautas.
Fui da
coordenação do DA FONO UFMG, da DENEFONO, DCE UFMG, UEE MG (para quem não sabe
é o braço da UNE nos estados), Juventude Revolução (JR), Marcha Mundial das Mulheres, SINFEMG, Espaço
Saúde MG (para quem não entendeu todas as siglas, ótima forma de começar,
pergunte!!! Procure saber o que cada uma dessas entidades e coletivos defende e
já organizou)
Minha
bandeira de defesa principal e mais apaixonada é defesa do Sistema Único de
Saúde – o SUS!
Hoje
me organizo na Esquerda Popular Socialista (EPS) que é uma corrente interna do
PT - Partido dos Trabalhadores e construo o Núcleo de Saúde do PT BH.
Essa apresentação tem o único objetivo de situar
a todos de onde falo! Ser clara sobre isso, porque só com esse tipo de clareza
podemos ter um diálogo aberto e franco, já que as minhas opiniões são fruto da
minha história, que inclui como me organizei e como me organizo hoje!
Já virou senso comum que todas as gestantes devem
tomar o ácido fólico! Mas para que ele serve e quando deve ser tomado ainda são
informações de pouco conhecimento das mulheres!
É aquela velha história, tomo porque o médico mandou!
Mas a mulher informada, que deseja ser protagonista da sua gestação deve
entender o que toma e por que! Não é para duvidar do médico, pelo contrário, é
para poder se corresponsabilizar pela sua saúde!
Então, vamos a informação básica!!
- Para que serve
o ácido fólico?!
Durante a gravidez, o crescimento
fetal causa um aumento no número total de células em rápida divisão, exigindo
maior aporte de folato. Caso a suplementação seja insuficiente desenvolve-se
anemia megaloblástica. O ácido fólico é utilizado em combinação com o ferro
durante a gravidez, mostrando-se efetivo para prevenir anemia e deficiências de
ferro. O suplemento folato tem também forte poder protetor contra defeitos do
tubo neural, ou seja a formação do sistema nervoso.
- Quem deve
tomar?!
Todas as mulheres que estejam grávidas ou planejando
engravidar!
- Quando começar
a tomar?!
Se for uma gestação planejada, iniciar dois meses
antes de começar as tentativas para engravidar! Se não foi planejada, iniciar
assim que descobrir a gravidez!
- Até quando
continuar tomando?!
O essencial é tomar nas 8 primeiras semanas de gestação,
quando o sistema nervoso do feto está se desenvolvendo e suas multiplicações celulares
são muito rápidas! Ou seja, após o primeiro trimestre não tem mais indicações.
- E se eu não
tomar?! O que pode acontecer?! Meu bebê será prejudicado?!
Fique calma! O ácido fólico está presente em diversos
alimentos e por isso já está presente na nossa dieta e no nosso corpo! Essa é uma indicação de prevenção, algo a mais! Não significa
que não tomar cause algum mal ao bebê! O importante é continuar o acompanhamento
do pré-natal, realizando todos os exames necessários!
- Fonte de
informação:
Barbosa, Lorena. Fatores associados
ao uso de suplemento de ácido fólico durante a gestação. Revista Brasileira de
Ginecologia e obstetrícia. 2011.
Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao
pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde,
2012. 318 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção
Básica, n° 32) ISBN 978-85-334-1936-0 1. Atenção Básica. 2. Atenção à Saúde. Título.
II. Série.
Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de
assistências farmacêuticas e insumos estratégicos. Formulário terapêutico
Nacional 2010: Rename 2010/ ministério da Saúde, secretaria de ciência,
tecnologia e insumos estratégicos, departamento de assistência farmacêutica e
insumos estratégicos, 2ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
Em
Belo Horizonte temos o privilégio e talvez a sorte de contar com a assistência
ao Parto do Sofia Feldman. Um hospital público, referencia para todo o mundo no
movimento da humanização do parto! Mas, infelizmente em outros hospitais,
especialmente nos privados, a assistência humanizada ao parto não é política do
hospital e sim depende do interesse do obstetra que acompanha a gestante e do
empoderamento da mulher!
As
doulas autônomas incentivam as gestantes a exercerem seu direito e terem seus
filhos no Sofia. No entanto, muitas gestantes e suas famílias ainda tem grande resistência
em frequentar a maternidade, por uma ideia distorcida do atendimento no SUS e
por medo da localização da maternidade, em uma comunidade de baixa renda. Acontece
que aqui na cidade temos apenas um
pequeno grupo de obstetras com os quais podemos contar para defender e exercer
um acompanhamento humanizado durante a gestação e parto.
Quando
digo humanizado me refiro a um profissional que entenda que a mulher é a
protagonista do parto, que a auxilia no seu empoderamento ofertando informação
e acolhimento, e que jamais a induza a uma cesariana desnecessária ou a submeta
a um parto cheio de intervenções desnecessárias e ultrapassadas cientificamente.
E
dentre esses profissionais a maioria são homens. Não consegui encontrar um dado
que ateste se a proporção de obstetras homens e mulheres em BH ou no Brasil,
então não sei se as mulheres médicas obstetras estão afastadas apenas do
movimento de humanização ao parto em BH ou se temos mesmo mais homens do que
mulheres na obstetrícia. Mas esse fato tem criado situações desconcertantes
entre gestantes empoderadas! Esse ano já acompanhei duas que trouxeram essa
questão.
Decidiram
ter seu parto no Sofia Feldman, no entanto, desejam continuar o pré natal com
um profissional de seu plano de saúde. Mas, não querem ser acompanhadas por
qualquer profissional. Querem ser bem assistidas, sem ter que passar toda
gestação desconfiando se seu médico está ou não falando a verdade e se não vai
inventar algo que mine a sua confiança e te induza a uma cesariana
desnecessária.
Acontece
que essas mulheres não se sentem confortáveis com um obstetra homem. E ai a
procura por uma obstetra mulher, que tenha esse perfil e seja do seu plano de
saúde, torna-se mais difícil ainda. Pior do que procurar uma agulha em um
palheiro!
Fiquei
muito intrigada com essa situação! Não da falta de obstetras mulheres, mas da
dificuldade de mulheres empoderadas e informadas serem cuidadas por um obstetra
homem. É verdade que os exames realizados e os assuntos discutidos são muito
íntimos, no entanto, se procuramos um profissional capacitado não deveria
importar seu gênero.
O que acontece então!?
Será que eu aceitaria um obstetra homem?!
Não
sei ainda como me comportaria. Isso porque sou também fruto desta nossa
sociedade machista, onde nos acostumamos ao fato de que até profissionais de
saúde, durante uma consulta, sentem se livres para violentar uma mulher. E na
cultura do medo e da culpabilização da vítima, nós mulheres somos ensinadas
desde pequenas a nos proteger, fugindo de situações que tem o potencial de ser
perigosas, ou seja, de nos colocar em uma situação vulnerável onde o homem pode
nos violentar.
Violentar?! No obstetra?!
Alguém
pode estar se perguntando sobre isso! Ou achando o texto ridículo! Ou achando
que estou falando de casos absurdos e exceções extremas!
Não!
Estou falando de questões que cercam o nosso dia a dia. Estou falando do nosso
medo que foi fantasiado como pudor e educação!
Estou
falando da violência obstétrica a que a mulher está sujeita antes, durante e
depois do parto.
Estou
falando da certeza da impunidade que os homens que praticam essa violência têm
e que faz com que nós mulheres façamos a transferência do medo para todo e
qualquer homem, mesmo que nunca tenha praticado nenhuma violência contra a
mulher.
Estou
falando do fato de nem sequer conseguirmos reconhecer essa violência obstétrica,
que é encoberta como a frieza e profissionalismo ou algo normal para um homem.
Estou
falando dos maridos das mulheres que não aceitam que se consultem com obstetras
homens. Dizemos que são machistas, e são, mas também estão seguido seu instinto
protetor. Querem proteger as mulheres que amam de passarem por uma humilhação
que tem certeza que os homens são capazes de fazer e consideram com um
comportamento normal
Além
do abuso sexual físico, temos medo de sofrer o abuso sexual psicológico e a
humilhação pública. Temos medo dos comentários cínicos que vamos ouvir. Temos
medo das piadas sem graça que transformam as mulheres em objetos sexuais. Temos
medo dos comentários desrespeitosos que serão realizados depois entre médicos e
amigos.
E ai?! Até quando vamos continuar aceitando
essa situação?! Até quando vamos continuar com medo de sermos violentadas por
profissionais da saúde que deveriam zelar pelo nosso bem estar?!
Enquanto
ficarmos caladas e não aprendermos a apontar cada uma das violências que nos
mulheres sofremos por sermos mulheres, a situação não começará a mudar!
Sim, o
estado emocional de uma mulher tem grande influência no desenvolvimento do seu
trabalho de parto. Quando isso acontece chamamos de distócia emocional!
O que é a distócia emocional!?
É
quando um trabalho de parto não evolui como deveria por questões psicológicas
da mulher.
E essa
“não evolução” pode levar a um trabalho de parto muito longo ou a liberação de
hormônios de situações de estresse que interrompem a dinâmica uterina. A
situação pode causar estresse ao bebê, diminuição do fluxo de oxigênio e
consequentemente a necessidade de uma cesariana de urgência. Por isso a questão
é grave e precisamos pensar em como prevenir a distócia emocional!
Como a distócia emocional se manifesta?!
Um caso
típico é a mulher que sente uma dor absurda logo no início do trabalho de
parto. É verdade que a dor é algo subjetivo, no entanto, podemos perceber
quando ela é desproporcional à situação, concordam?! Por exemplo, uma criança que
ralou o joelho e chora o mesmo tanto que a criança que quebrou a pena! Tem algo
errado nessa situação! Provavelmente essa criança esta se comportando assim por
algum outro motivo, válido e importante, ma
s não
apenas pela dor! E precisamos entender o que esta acontecendo para melhor
acolhê-lo!O mesmo vale para uma gestante no início do trabalho de parto que
sofre com uma dor absurda durante as contrações, e às vezes fora das
contrações. Uma dor maior inclusive do que a que a maioria das mulheres relatam
sentir num período expulsivo, que se caracteriza por um trabalho de partointenso e contrações longas, quase sem intervalos entre si. Para essa
mulher não adianta nem mesmo a anestesia! Inclusive a anestesia no início do
trabalho de parto pode ser um complicador que leva a uma cesariana! Essa
dor pode significar o medo de algo maior do que a da dor do parto! Medo, violência,
desamparo, medo do que está por vir, medo do já aconteceu, medo de repetir!
Como a mulher se preparou para essa dor? Como superar esse medo antes que vire
uma distócia emocional? Como acolher essa dor durante um trabalho de parto?
Diferentes técnicas psicológicas e de alívio não farmacológicas de alivio da
dor, podem ajudar!
Outro
caso comum é uma mulher que a dilatação não evolui ou a dinâmica uterina não é
eficiente (isso é, as contrações permanecem curtas e com baixa intensidade). Sabemos
que cada mulher tem sua evolução no parto e especialmente as primíperas podem
ter uma evolução lenta, com um trabalho de parto demorado. Mas, se observamos
que o trabalho de parto caminha bem, o tempo entre as contrações diminui e é
ritmado, a mulher movimenta se livremente e escolhe as suas posições, não
apresenta cansaço e exaustão do esforço, não está fraca por falta de
alimentação, e mesmo assim, depois de horas não há evolução do trabalho de
parto... Precisamos entender o que acontece! Já vi casos em que a mulher estava
inibida com a presença de um médico homem, outros inibida com a presença do
marido. Não sentiam se confortáveis com a sua nudez. Já vi casos que o trabalho de parto
só evoluiu depois que a mulher saiu de sua casa. Isso porque em casa, com a
presença da mãe e da sogra, o clima era tenso e ansioso, impedindo que a
gestante se entregasse ao seu processo!
Podemos
também observar a distócia emocional no período expulsivo do trabalho de parto.
É normal no momento do expulsivo, pelos hormônios liberados para acelerar a
saída do bebê, a mulher passar por sentimentos de euforia e pânico, numa
alternância rápida e dinâmica. O problema é quando esse sentimento toma conta
da mulher, instalando uma situação de medo, que impede que ela perceba o puxo e
direcione as sua força, junto às contrações, para a expulsão do bebê, isso é,
seu nascimento. É uma sensação de paralização e desespero, manifestado
inclusive junto a uma desorganização no ritmo respiratório da mulher! Esse é um
caso grave e dificilmente há tempo hábil para uma cesariana! A abordagem da
equipe e dos acompanhantes será fundamental para que a mulher supere esse
momento e consiga trazer seu bebê ao mundo!
O que podemos fazer durante essas situações?!
O
primeiro passo é identificar a não evolução do trabalho de parto pela distócia
emocional. Identificando a situação, doulas, acompanhantes e demais profissionais
de saúde, precisam buscar as causas da distócia e procurar eliminá-la o mais
rápido possível!
Se for
algo no ambiente ou a presença de alguém, retirar a pessoa ou modificar o
ambiente. Fazendo o que for necessário. Ajudar a mulher a concentrar se no seu
trabalho de parto, usando a parte instintiva do seu cérebro, percebendo seu
corpo é também muito importante. Para isso pode ser necessário mudar coisas no
ambiente, como luzes, barulhos, posições e pessoas. Ou pode ser necessário um
trabalho direto com a mulher. Ajudá-la a controlar a respiração. A compreender
a dor como a chegada de seu filho e não algo que a ameaça. Abraçá-la se for
necessário. Conversar e argumentar quando for o caso! Ficar em silêncio e
evitar o toque se for esse o caso!
É
sempre uma situação dinâmica e quanto melhor o acompanhante, a doula e o
restante da equipe conhecerem essa gestante, quanto maior o seu vínculo,
melhor, mais rápida e mais efetiva será a intervenção!
Mas o ideal é evitar que essa situação aconteça!
E como podemos fazer isso?!
O
primeiro passo é a mulher informar se e preparar se para o seu parto!
Se ela
for protagonista do seu parto, estará no controle da situação!
Deve
entender o que vai acontecer, saber como lidar com a dor, e tirar da sua cabeça
as imagens assustadoras de parto que vemos na televisão!
É importante
que construa a sua imagem do seu trabalho de parto. O que deseja?! Como vai
construir essa situação?!
São
perguntas fundamentais e um bom ponta pé para a construção do seu Plano de
Parto.
Importante
também a mulher se perguntar de que ela tem medo! Já falei disso em outrotexto e acho esse um passo muito importante!Durante a gestação diferentes
medos surgem na nossa mente e coração! Alguns que sempre tivemos e outros que
não sabíamos existir. E reconhecê-los é fundamental para podermos trabalhá-los
antes do parto. Mesmo que eles pareçam bobos ou sem fundamento, devemos ouvi-los
e nunca ignorá-los!
Uma
querida psicóloga que trabalha comigo sempre ressalta que é importante
trabalharmos o nosso parto! Isso é, como nascemos?! O que aconteceu nesse dia?!
Quais os medos, traumas e mitos da família?! Precisamos primeiro nos resolver,
aceitar e entender como nascemos para podermos trazer outra vida ao mundo! Uma
boa forma de começar não?!
Com muito
trabalho fiquei um pouco afastada! Mas muito trabalho também traz novos
conhecimentos e temas para debatermos aqui no blog! Nessa semana estamos de
volta! Com textos todas as quintas nesse blog e noticias e videos todas as terças no Doulando uma Ideia!! Sem contar as postagens no Facebook! Curte a pagina também!