Quem não
conhece a história do Menino Maluquinho de Ziraldo? E quem não se emocionou com
filme, que foi gravado aqui em Belo Horizonte, bem pertinho aqui de casa?
Melhor
ainda! Quem foi um menino ou menina maluquinho? E quem tem um filho ou uma
filha menino ou menina maluquinho?
Um desses
dias tive a oportunidade de participar da formatura de uma Menina Maluquinha
muito querida! Ela se formou no segundo período e está extremamente orgulhosa
que ano que vem estará na primeira série. A turminha dela apresentou um
teatrinho do “menino maluquinho” que me deixou emocionada!
Tá eu
estava emocionada também porque não acredito já no tamanho dessa menina
maluquinha, quanto tempo passou, e na sua esperteza e alegria. Ela contagia a
todos e se destaca dançando e animando a coreografia ensaiada repetidamente o
dia inteirinho. Não acredito o quanto sou feliz de poder participar de um
pouquinho da vida dela e não posso deixar de desejar que um dia tenha uma filha
assim, linda, esperta, alegre, inteligente e tão absurdamente amada por tantos
em uma família bem diferente!
Mas também
fiquei emocionada pela sinceridade do teatro. E a sensibilidade de recuperar
valores dentro do jeito de brincar que as vezes achamos estar perdidos nesse
mundo tecnológico de hoje.
As crianças
fizeram um juramento que começava mais ou menos assim: “Eu juro nunca me esquecer de ser criança...” e continuava... mas
acho que fiquei ali pensando na criança dentro de mim que eu não queria
esquecer...
Eu acho que
fui uma menina “meio” maluquinha. Meio porque eu brinquei na rua com uma turma
enorme de amigos, passava os finais de semana na casa das avós correndo atrás
dos primos e as férias na casa da fazenda, do sítio ou da praia. Brincava de
boneca de pano (minha avó costurava todas as roupas), cozinhava em mini fogões
improvisados nas menores panelinhas de verdade que encontrávamos, brincava de
pique esconde, andava a cavalo e jogava pente altas. Não gostava das
brincadeiras de bola como o futebol e nem de andar de bicicleta, mas elas
estavam sempre presentes no dia a dia. Mas fui meio porque eu não era assim tão
bagunceira! Pelo menos não se comparasse com meus primos e irmão que
definitivamente eram meninos maluqinhos! Nós jogávamos vídeo game também, mas
essa nunca foi uma brincadeira individual e sim um motivo para reunir todos os
vinte amigos na casa de um e organizar um campeonato de Mario Cart ou Street
Fighter.
Um menino
ou menina maluquinho tem
- o olho
maior que a barriga
- fogo no
rabo
- vento nos
pés
- pernas
enormes para abraçar o mundo
Um menino
ou menina maluquinho sabe ser criança, se deixa levar pela imaginação, descobre
o mundo ao lado dos amigos e tem certeza de que é amado incondicionalmente pela
sua família, que esta sempre ali pertinho, do seu lado.
Gostaria
que tivéssemos ainda hoje mais meninos e meninas maluquinhos e que os adultos jurassem
não se esquecer das crianças que foram para assim poder propiciar um mundo onde
as crianças podem continuar a ser meninos e meninas maluquinhos. Onde podemos
brincar na rua, nadar no rio, ver as estrelas, comer fruta do pé, andar de
bicicleta na praça, convidar os amigos para brincar em casa, aprender a confiar
no outro, saber que é amado.
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